64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 1. Farmacologia Bioquímica e Molecular |
Identificação de alvos moleculares da dipirona, paracetamol e ibuprofeno durante a antipirese, por meio da análise proteômica |
Bruna Rafaela Bezerra Gomes 1 Guilherme Junio Pinheiro 1 Fabiane Hiratsuka Veiga de Souza 2 |
1. Faculdade de Ceilândia - UnB 2. Profa. Dra./ Orientadora - Faculdade de Ceilândia - UnB |
INTRODUÇÃO: |
A febre é o aumento da temperatura corporal que acontece devido a defesa do hospedeiro contra patógenos. O hipotálamo é a área responsável pela regulação da temperatura corporal em diferentes espécies. Os fármacos com ações antipiréticas são aqueles que previnem ou atenuam o desenvolvimento da febre. Durante a febre, considera-se que a inibição da síntese de PGE2 seja o principal mecanismo de ação dos antiinflamatórios não esteroidais como o ibuprofeno, porém não há consenso sobre o mecanismo de ação da dipirona e do paracetamol. A proteômica permite o estudo sistemático das proteínas presentes em um tecido em determinado momento, o que reflete o estado funcional das células. Assim, a análise comparativa do proteoma dos hipotálamos dos ratos tratados com dipirona, paracetamol e ibuprofeno durante a resposta febril induzida por LPS pode revelar as proteínas diferencialmente expressas, contribuindo para a elucidação do mecanismo de ação antipirética desses fármacos. |
METODOLOGIA: |
Foram utilizados ratos Wistar machos (180-200g) nos experimentos de febre. A febre foi induzida por meio da injeção intravenosa de LPS (5 µg/Kg). Os animais tiveram a temperatura retal aferida a cada 30 minutos, durante 4 h. Duas horas após a administração de LPS os animais receberam injeção intraperitonial de solução salina ou de um dos anitpiréticos: dipirona (120mg/kg), ibuprofeno (10mg/kg) ou paracetamol (200mg/kg). Após 4 h da administração do LPS, os animais foram decapitados e os hipotálamos dissecados e congelados. Para a análise proteômica, os hipotálamos foram macerados em tampão de lise, centrifugados e o sobrenadante foi quantificado. Amostras contendo 600 mg de proteínas foram submetidas a eletroforese bidimensional para separação de proteínas. O trabalho encontra-se nessa etapa no momento. Em seguida, será realizada a análise das imagens para determinação de proteínas diferencialmente expressas e a identificação das mesmas será feita por espectrometria de massas. |
RESULTADOS: |
A injeção intavenosa de LPS provocou um aumento da temperatura retal após 1hora e 30 minutos da administração, com variação de temperatura de 0,97±0,24ºC, em comparação a temperatura basal. Com a administração dos fármacos, para os três grupos tratados, a temperatura começou a diminuir após 30 minutos do tratamento. Na quarta hora de experimento a temperatura dos ratos teve variação de 0,34±0,24°C; 0,10±0,14°C e 0,50±0,30°C, nos grupos tratados com dipirona, paracetamol e ibuprufeno respectivamente, se aproximando da temperatura basal, momento em que os animais foram decaptados. Foi realizada a padronização das condições para eletroforese bidimensional, onde os melhores resultados obtidos foi a homogenização das amostras usando sample Grinding Kit (GE). O strip usado foi o de pH 3 a 10 e hidratado com solução contendo 600µg de amostra. O gel foi corado utilizando Comassie brillant blue. |
CONCLUSÃO: |
O tratamento com ibuprofeno, paracetamol ou dipirona leva a atenuação efetiva do quadro febril induzido pela injeção de LPS em ratos. A padronização das condições para a obtenção dos mapas proteômicos é essencial para que se consiga parâmetros reprodutiveis para uma separação efetiva e assim uma melhor identificação das das proteínas que possam ser diferencialmente expressas. |
Palavras-chave: febre, eletroforese bidimensional, ratos. |