64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 6. Morfologia e Taxonomia Vegetal
VEGETAÇÃO MARGINAL DOS IGARAPÉS URBANOS DO MUNICÍPIO DE MANAUS/AM
Márcia Daniela de Sousa Silva 1
Otilene Santos Matos 2
Sheyla Regina Marques Couceiro 2
Flaviani Amora de Moura Dias 1
Maria Astrid Rocha Liberato 4
1. Aluna de graduação do curso de Ciências Biológicas da Universidade Nilton Lins-UNINILTONLINS
2. Prof. Dra./ Orientadora Pro- reitoria de Pós- graduação de Biologia Urbana, Universidade Nilton Lins- UNINILTONLINS
3. Pro- reitoria de Pós- graduação de Biologia Urbana, Universidade Nilton Lins- UNINILTONLINS
4. Aluna do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Nilton Lins
5. Universidade do Estado do Amazonas – UEA
INTRODUÇÃO:
Os igarapés amazônicos constituem parte integrante e essencial no funcionamento da floresta, pois funcionam como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e facilitando deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações das espécies de animais e vegetais. Possuem uma cobertura vegetal (mata ciliar) que desempenha um papel fundamental na manutenção da integridade do solo e na capacidade de infiltração da água, reduzindo o escoamento superficial e minimizando a erosão. Todavia esses ambientes vêm sofrendo continuamente com as intervenções humanas, principalmente nos grandes centros urbanos. Embora ainda existam alguns igarapés urbanos com vegetação nativa, a maioria teve sua vegetação alterada com a introdução de espécies exóticas ou mesmo ausência completa de cobertura vegetal. O presente estudo analisou a composição florística dos igarapés da área urbana de Manaus/AM
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado em 18 igarapés de três microbacias (Quarenta, Mindu e Tarumã) da área urbana de Manaus/AM. Para cada microbacia foram escolhidos igarapés de 1a e 2a ordem. A escolha dos igarapés se deu por sorteio aleatório dos igarapés dispostos no mapa da rede hidrográfica da área urbana de Manaus. Foram coletadas espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas. Em cada igarapé foi percorrido um trecho longitudinal de 200m x 5m. Após a coleta, o material botânico foi levado ao laboratório para a preparação das exsicatas. A identificação foi feita por meio de bibliografias e comparação com material do herbário do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia-INPA. Foi elaborado uma lista contendo as espécies ocorrentes nas áreas de estudo, com nome científico e família, assim como número de gêneros, espécies e indivíduos amostrados na área.
RESULTADOS:
Foram encontradas 37 espécies distribuídas em 29 gêneros e 19 famílias (de acordo com APG II), num total de 610 indivíduos. Foi identificado ao nível de espécie 423 (69,3%) indivíduos, seguido de dois (0,3%) indivíduos identificados ao nível de gênero, 127 (20,8%) ao nível de família e 58 (9,5%) ficaram sem nenhuma classificação. A maior parte dos indivíduos amostrados neste estudo pertence à família Fabaceae (27,8%), seguida de Arecaceae (15,08%) e Anacardiaceae (10,16%). As oito espécies mais abundantes foram: Clitoria fairchildiana com 90 indivíduos, Mauritia flexuosa com 66 indivíduos, Musa paradisiaca com 42 indivíduos, Spondia mombin com 33 indivíduos, Mangifera indica com 29 indivíduos, Leucochloron incuriale com 28 indivíduos, Eurtepe precatoria com 28 indivíduos e Inga endulis com 22 indivíduos. As dez mais freqüentes foram: Mangifera indica e Syzygium cumini com 50%, Musa paradisiaca, Spondias mombin e Inga endulis com 38,8%, Syzygium malaccense com 33,4%, Clitoria fairchildiana com 27,7%, Leucochloron incuriale com 16,6%, Euterpe precatoria com 16,6% e Mauritia flexuosa com 16,6%. Dentre as 37 espécies presentes,13 são espécies nativas da região Amazônica e 24 são espécies exóticas
CONCLUSÃO:
Os dados observados sobre a composição florística indicam que a vegetação às margens dos igarapés urbanos de Manaus/AM estão sob alto nível de antropização, mostrando uma baixa riqueza de espécies. Portanto, o presente estudo demonstra a necessidade e importância de se preservar esse tipo de vegetação, pois a degradação desses ambientes pode levar a um irreversível desequilíbrio ecológico da biota aquática e terrestre
Palavras-chave: Igarapé, vegetação marginal, área urbana de Manaus.