64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
A FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES NO PROJOVEM URBANO EM IMPERATRIZ: CONCEPÇÃO E ORIENTAÇÕES
Lucivania Silva de Melo 1
Lélia Cristina Silveira de Moraes 2
1. Lucivania Silva de Melo - Téc. Assuntos Educacionais - UFMA
2. Profa. Dra. Lélia Cristina Silveira de Moraes/ Orientadora - Depto de Educação - UFMA
INTRODUÇÃO:
A Formação Continuada de Educadores no Projovem Urbano em Imperatriz – MA é o objeto de estudo da pesquisa. O Programa volta-se para o segmento juvenil menos contemplado por políticas públicas vigentes no Brasil. Objetiva elevar o grau de escolaridade, promovendo o desenvolvimento humano e o efetivo exercício da cidadania, suscitando a inclusão social da juventude brasileira; para tanto propõe formação continuada aos educadores. A pesquisa analisa a proposta de formação continuada do Programa em suas concepções e práticas, bem como seus mecanismos de garantia da autonomia dos educadores, visando o atendimento as suas necessidades pedagógico-didáticas e epistemológicas. Busca compreender como se processa essa formação a partir da proposta delineada pelo Programa e como se aplica em Imperatriz. Caracteriza a orientação e o acompanhamento realizados pela coordenação pedagógica e pela equipe formadora. Identifica o nível de participação dos educadores no programa de formação continuada e sua implicação na autonomia do educador. Na atualidade o tema é considerado elemento estratégico no enfrentamento de problemas presentes na educação brasileira. A motivação para a pesquisa emerge das experiências na área, que desencadearam o desejo que se transformou em necessidade ética e política.
METODOLOGIA:
Caracteriza-se como um estudo de abordagem qualitativa que utiliza técnicas de pesquisa bibliográfica, análise documental, observação e entrevista semiestruturada. Procedimentos metodológicos e instrumentos de coleta de dados são trabalhados de forma simultânea em alguns momentos, caracterizando a complementaridade de informações, favorecendo a compreensão da totalidade do objeto estudado. A formação continuada de educadores do ProJovem Urbano é pesquisada em três dentre as cinco escolas dos três núcleos do Programa em Imperatriz. As entrevistas foram feitas com: um professor especialista de cada área do currículo do Programa, sendo cinco as áreas; três educadores de qualificação, um de cada arco ocupacional e um de participação cidadã; as duas formadoras; as duas coordenadoras e duas gestoras de escola. Categorias de análise: concepção de formação continuada; de trabalho pedagógico; de autonomia no trabalho pedagógico e relação escola e Programa. A observação é realizada na formação continuada de educadores e de formadores. Documentos oficiais da educação e do Programa são analisados visando à apropriação da metodologia de trabalho da formação continuada de educadores. Trabalhos sobre educação são considerados contemplando contribuições de autores na fundamentação da pesquisa.
RESULTADOS:
Discute a formação continuada de educadores enquanto política pública, as concepções formuladas no atual contexto e a perspectiva da autonomia dos educadores. Resultados evidenciam algumas contradições da formação continuada enquanto política pública e concepções de teóricos da educação reputando a transformação da prática do educador numa perspectiva crítica em busca de autonomia. Aborda a história do ProJovem, em suas características, finalidades e fundamentos, perfil e características do público potencial. Expõe o contexto nacional da formação continuada do ProJovem Urbano e os saberes necessários para atuar nele. Programa com estrutura consistente, organizada, finalidades e fundamentos bem definidos, construídos com base em consultas a estatísticas, estudos e pesquisas sobre juventude. Discute o Programa no contexto de Imperatriz; concepções e discursos acerca da formação continuada através das observações realizadas na pesquisa, das concepções e das percepções do processo extraídas das entrevistas. Discute a experiência da formação continuada do Programa em Imperatriz, a autonomia do educador como processo emancipatório no desenvolvimento do trabalho pedagógico, bem como importância, contribuições e entraves atribuídos a ele pelos sujeitos que o compõem.
CONCLUSÃO:
A pesquisa confirma a complexidade que o tema formação continuada no contexto do ProJovem Urbano apresenta e o significado para a educação brasileira, considerando ser uma experiência audaciosa pela inovação curricular que seu projeto pedagógico contempla através da integração educação básica, qualificação profissional e participação cidadã. Exige formação continuada que subsidia o trabalho dos educadores, permitindo que desenvolvam sua atividade pedagógica com ênfase na interdisciplinaridade e interdimensionalidade. Estrutura preestabelecida e carga horária fechada limitam a ação pedagógica do educador. A autonomia fica circunscrita às estratégias que o educador utiliza para desenvolver sua atividade laboral. A avaliação, como atribuição do educador, apresenta-se no Programa como uma violação a ela. A formação continuada é vista pelos profissionais do Programa como preparação, aperfeiçoamento, aprendizado e troca de saberes para melhorar a atuação reforçando o que já sabe. Acontece em ação contínua através de estudos, objetivando melhoria da prática pedagógica, analisando a realidade para intervir no sentido de melhorá-la. Embora a maioria dos educadores relate que o Programa possibilita trabalhar com autonomia, há contradição quando descreve o cotidiano da prática pedagógica.
Palavras-chave: Formação Continuada do Educador, ProJovem Urbano, Autonomia..