64ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia |
QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE PEQUI (Caryocar brasiliense) SOB IMERSÃO EM ÁCIDO SULFURICO EM DIFERENTES TEMPOS E CONCENTRAÇÕES |
Camila Alvarenga da Silva 1 Larissa Veloso de Paula 2 Juliana Rodrigues Cardoso 3 Carlos Henrique de Freitas 4 |
1. Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário do Planalto de Araxá – UNIARAXÁ 2. Centro de Desenvolvimento Ambiental, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração 3. Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário do Planalto de Araxá – UNIARAXÁ 4. Prof. Dr./ Orientador - Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário do Planalto de Araxá – UNIARAXÁ |
INTRODUÇÃO: |
O bioma cerrado foi considerado um dos “hostspots” mundiais de diversidade. Entretanto, a cobertura original do cerrado brasileiro foi reduzida em mais de 37%, comprometendo a conservação da sua biodiversidade (VIEIRA et al., 2005). O pequizeiro esta entre as espécies frutíferas do Cerrado com potencial econômico, podendo ser explorada de forma sustentável, sendo aproveitado de diferentes formas. A exploração extrativa do pequi é uma fonte de renda e emprego para inúmeras famílias brasileiras, como ocorre no Norte de Minas Gerais (SOUZA et al., 2007). As sementes de pequi apresentam germinação baixa a lenta, que se estende a um período de até um ano, dificultando sua propagação e cultivo (PEREIRA et al., 2004). Segundo Melo e Gonsalves (2001), os fatores que inibem a germinação do pequi estão localizados na polpa, espinhos, endocarpo e não nas sementes. A resistência exercida pelo tegumento pode ser quebrada através de vários tratamentos, tais como a escarificação mecânica e química com ácido sulfúrico concentrado entre outros (CARVALHO et al., 1994). Este trabalho teve como objetivo aumentar a produção de mudas de pequi (Caryocar brasiliense) para fins de conservação e disseminação da espécie no cerrado. |
METODOLOGIA: |
O experimento foi realizado no viveiro de mudas, Seção de Parques e Jardins na Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – CBMM, localizada em Araxá – MG. Em uma fazenda do município de Araxá, foram coletados putâmens do pequizeiro (Caryocar brasiliense) provenientes de frutos que estavam caídos no chão amadurecidos e com mesocarpo parcialmente removido por animais. Foram amontoados em um balde por sete dias para facilitar a remoção do mesocarpo, estes foram colocados em uma caixa perfurada para lavagem com máquina compressora de água, para retirada da polpa. Os putâmens limpos foram levados ao sol por duas horas e colocados na sombra por três semanas. Em seguida, separou-se 96 putâmens para testemunha e 576 foram levados ao laboratório para receber o tratamento com ácido sulfúrico 98% (288 sementes) e 50% (288 sementes) sendo 48 sementes para cada fração de tempo, a 5min, 10 min, 15min, 20 min, 25min e 30min, respectivamente. Os saquinhos de plantio, com trinta centímetros de altura, foram preenchidos com 70% de terra do cerrado e 30% de areia. Metade das sementes de todos os tratamentos foram levadas para o plantio em viveiro a céu aberto e a outra metade para casa de vegetação com sombrite 50%. As regas aconteciam no período da manhã e da tarde exceto aos sábados e domingos. |
RESULTADOS: |
Após 60 dias de plantio verificou-se que na condição de sombra nenhuma das sementes germinou. No viveiro de mudas a céu aberto, verificou–se que 2,8% das sementes tratadas H2SO4 germinaram entre 36 e 58 dias após o plantio. Das sementes tratadas com H2SO4 a 50%, duas germinaram após tratamento por 15min, uma por 20min, duas por 25min e uma por 30min. No tratamento com H2SO4 98% uma semente germinou no tratamento a 5min e outra no de 15min. Entre as testemunhas, nenhuma germinou. Das sementes germinadas, as plântulas nasceram com aspecto vigoroso, apresentando logo as primeiras folhas verdes. Embora o ácido sulfúrico possa danificar as sementes de pequi, os dados deste estudo parecem indicar aceleração no processo de germinação, sem perda do vigor das plântulas. Desta forma, a quebra de dormência com H2SO4, concentrado ou a 50%, pode ser um método para viabilizar sua propagação e cultivo, visto que a germinação das sementes de pequi (Caryocar brasiliense) pode se estender por um período de até um ano após o plantio. Considera-se importante a avaliação por até 180 dias após a germinação de forma a verificar o vigor das plântulas e a taxa de sobrevivência, como forma de confirmar a eficiência do método aplicado. |
CONCLUSÃO: |
Conclui-se que a condição de sombra 50% não é favorável para acelerar a germinação das sementes de pequi (Caryocar brasiliense), em relação a condição de pleno sol. Para a condição a céu aberto, o tratamento que apontou melhor resultado é o de imersão em ácido sulfúrico (H2SO4) a 50% por, pelo menos, 15min. |
Palavras-chave: Araxá, Cerrado, Quebra de dormência. |