64ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 6. Serviço Social do Trabalho
FUNDAMENTOS DO TRABALHO PRODUTIVO E IMPRODUTIVO NA REPRODUÇÃO DA SOCIEDADE CAPITALISTA
Maryanna Lins de Oliveira Santos 1
Reivan Marinho de Souza 2
1. Curso de Graduação em Serviço Social - Faculdade de Serviço Social/FSSO - Universidade Federal de Alagoas/UFAL
2. Profa. Dra./Orientadora - Faculdade de Serviço Social - Universidade Federal de Alagoas/UFAL
INTRODUÇÃO:
A pesquisa realizada investigou os fundamentos do trabalho produtivo e improdutivo, considerados como inerentes a reprodução da sociedade capitalista. Para isso, recorremos aos fundamentos ontológicos do trabalho e a concepção de trabalho abstrato como produtor da riqueza no capitalismo para entender as diversas formas de controle que subordinam o trabalho ao capital. A problemática do trabalho produtivo e improdutivo é balizada na divisão do trabalho, pelo desenvolvimento das forças produtivas, pela necessidade de expandir os índices de produtividade e pela concorrência capitalista. Essas categorias são polêmicas no debate da Economia Política e nas pesquisas na área do trabalho, pela sua gênese no processo de industrialização até a atualidade, uma vez que estão interligadas à natureza produtiva ou não do trabalho. Propusemos assim, apreender os fundamentos que explicitam as determinações dessas categorias na sociedade. Consideramos que a crise estrutural e a dinâmica do trabalho na sociedade contemporânea requer a ampliação dos estudos sobre esse objeto, pois sua configuração tem levando as Ciências Sociais e o Serviço Social buscarem explicações mais substantivas.
METODOLOGIA:
O processo de investigação desenvolvido na modalidade de pesquisa bibliográfica esteve centrado na análise imanente dos seguintes títulos clássicos e contemporâneos orientados pelo Plano de Trabalho Individual- PIBIC: introdução, capítulos 1/2/3/4/5 da obra “Economia Política: uma introdução crítica” de José Paulo Netto e Marcelo Braz; os Capítulo V e XIV, do livro I, tomo I e II, do Capital de Karl Marx; os capítulos VI e V de “Trabalho e proletariado no capitalismo contemporâneo” de Sérgio Lessa; O Capital – Livro I Capítulo Inédito de Karl Marx; o texto de Reinaldo Carcanholo “A categoria Marxista de Trabalho Produtivo”, além das obras “A História da Riqueza do Homem” de Leo Huberman; “Introdução à Filosofia de Marx” de Sérgio Lessa e Ivo Tonet, e o Capítulo XIII de O Capital – Maquinaria e Grande Indústria. Os procedimentos metodológicos foram os fichamentos, a elaboração de textos e a reflexão das questões teóricas fundamentais. Com o estudo das obras citadas proporcionou domínio dos fundamentos ontológicos do trabalho e da peculiaridade do trabalho produtivo e improdutivo na sociedade capitalista. As primeiras sistematizações resultaram em textos e dois relatórios de pesquisa parcial e final e no primeiro capítulo do trabalho de conclusão de curso.
RESULTADOS:
Neste estudo vimos que o desenvolvimento do capitalismo, bem como das sociedades precedentes a essa sociabilidade compreendem as principais categorias da crítica marxista à Economia Política, os conteúdos como o trabalho, o trabalho abstrato, a produção da mais-valia, as formas de controle capitalista (subsunção formal e real) e as distinções entre trabalho produtivo e improdutivo. No processo de produção de mercadorias, de exploração do trabalho e de acumulação capitalista, entendemos a dinâmica dos processos de trabalho e de valorização, e consequentemente, o desenvolvimento da mais-valia absoluta na produção da riqueza. Com os fundamentos ontológicos do trabalho identificamos as categorias trabalho coletivo e trabalho abstrato, tal como a função do trabalho produtivo e improdutivo para a produção da mais-valia relativa no capitalismo concorrencial. O trabalho produtivo é a expressão da força de trabalho e do trabalho presente na relação entre capitalista e trabalhador assalariado; é o trabalho em que se produz a mais-valia; já o trabalho improdutivo é a atividade que não tem por objetivo primordial a acumulação do capital; isso, pois no capitalismo, a produção é feita como produção de mercadorias e como trabalho assalariado; quando ambos são absolutizados tornam-se um só.
CONCLUSÃO:
Baseados em Marx, apreendemos o trabalho como um relação entre o homem e a natureza, onde o mesmo exerce o domínio sobre a natureza, transformando-a nos meios necessários à subsistência e reprodução da sociedade; assim, distingue-se das demais atividades por uma relação mediada entre o seu sujeito e o seu objeto, que resulta em uma relação social. É na sociedade capitalista que se origina a reprodução social expressa na relação capitalista e trabalhador assalariado. A produção da riqueza social só é possível a partir da extração da mais-valia dos trabalhadores, com a mediação do trabalho; esse trabalho é produtivo, pois ao concentrar a força de trabalho na produção direta de mais-valia, o trabalho é consumido no processo de produção visando à valorização do capital. Sobre as categorias trabalho produtivo e improdutivo entendemos que participam da produção da riqueza capitalista, mas se complexificam na concreção da relação entre capitalista e trabalhador assalariado. Sendo o trabalho produtivo, conforme dado, produtor de mais-valia, e consumido no processo de produção visando à valorização do capital, é o processo em que dinheiro se transforma em capital; e o trabalho improdutivo não existe com a função de produzir mais-valia: é o trabalho em que se troca dinheiro por dinheiro.
Palavras-chave: Controle, Trabalho, Trabalho Produtivo e Improdutivo.