64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 6. Genética |
AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE À FENILTIOCARBAMIDA (PTC) NA COMUNIDADE ACADÊMICA DO CENTRO DE ESTUDOS DA BIODIVERSIDADE - UFRR |
Fabiana Granja 1 Aline Gondim de Freitas 2 Francisco Eduardo Gomes Brito. 3 Raissa Maria Sampaio 2 Eneida Jucene dos Santos Cavalcanti 4 |
1. Bióloga, Doutora, Professora do Centro de Estudos da Biodiversidade da UFRR -Orientadora. 2. Acadêmica do curso de graduação de bacharelado em Ciências Biológicas da UFRR, bolsista PIBIC-CNPq. 3. Acadêmico do curso de graduação de bacharelado em Ciências Biológicas da UFRR, bolsista PIBIC-CNPq. 4. Professora do Centro de Estudos da Biodiversidade da UFRR |
INTRODUÇÃO: |
A sensibilidade a feniltiocarbamida é uma característica hereditária que segue o modelo Mendeliano simples. A feniltiocarbamida possui em sua estrutura uma molécula de tiocianato (N-C=S), sendo esta encontrada em vegetais da família Cruciferae ou Brassicaceae, como brócolis, couve, couve-de-bruxelas, couve-flor, agrião e repolho entre outras. Sendo o gosto desagradável frequentemente o principal critério para rejeição de alimentos, indivíduos sensíveis à feniltiocarbamida tendem a rejeitar os alimentos que contém essa substância, que podem influenciar diretamente na adoção de hábitos alimentares pouco saudáveis o que pode acarretar em prejuízos à saúde destes indivíduos, visto que alimentação rica em frutas e vegetais é sabidamente responsável pela redução no risco de desenvolvimento de doenças crônicas, cardiovasculares, obesidade e o câncer. O teste de sensibilidade à feniltiocarbamida é comumente usado em instituições de ensino como método de relacionar conceitos genéticos ao cotidiano dos alunos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a sensibilidade gustativa a proteína PTC na comunidade acadêmica da UFRR, associando-a com a ingestão de alimentos que contém essa substância, hábitos de tabagismo e etilismo. |
METODOLOGIA: |
O teste da Sensibilidade ao PTC foi realizado com o protocolo adotado para a diluição da Feniltiocarbamida em quatro soluções, contendo água e a proteína feniltiocarbamida, com gradientes decrescentes de concentração de acordo com Fox (1932). Durante o desenvolvimento do experimento, as soluções foram mantidas em frasco de vidro conta-gotas numerados e armazenados em geladeira. Após leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, foram pingadas duas gotas em média, de cada solução, na língua de cada participante, de maneira crescente com relação à sua concentração, até o momento que o indivíduo constatasse o gosto amargo da proteína. Procedeu-se então, o preenchimento de um questionário anônimo com informações como idade, sexo, hábito tabagista, etilismo, hábitos alimentares e o número da solução que o indivíduo percebeu o gosto da feniltiocarbamida. Além dessas questões, o questionário apresentava vários alimentos que contêm feniltiocarbamida e os participantes assinalaram quais eles gostavam, não gostavam ou não conheciam. A participação no trabalho foi voluntario, assim alguns alunos não participaram da prática, mas aceitaram responder o questionário. |
RESULTADOS: |
Participaram do teste de sensibilidade a feniltiocarbamida 85 alunos que cursam a disciplina de genética geral, sendo 30,6% do sexo masculino e 69,4% feminino, com idades entre 16 e 51 anos. Constatou-se que 82,3% dos participantes foram capazes de sentir o sabor da feniltiocarbamida, destes 29,4% indivíduos sentiram nas soluções 1 e 2, 52,9% nas soluções 3 e 4, sendo classificados como supersensíveis e sensíveis, respectivamente, 11,8% eram insensíveis e 5,9% optaram por não participar da prática, no entanto responderam o questionário. Somente 1,2% eram fumantes. Em relação ao etilismo 42,1% das mulheres e 53,8% dos homens afirmaram consumir bebida alcoólica e ao consumo de café 74,6% das mulheres e 76,9% dos homens consome café, destes 66% e 85% consome frequentemente de 1 a 2 por dia, respectivamente. Em relação às hortaliças que os participantes mais gostavam estavam: alface 96,5%, repolho 87,0%, couve 81,2%, cebola 75,3%, couve-flor 63,5% e tomate 97,6%, que possuem a menor quantidade de feniltiocarbamida e as que menos gostavam foram o nabo 48,2%, mostarda 47,1%, rúcula 44,7%, rabanete 42,3% e almeirão 34,1%. Quando questionados sobre os habitos de consumir hortaliças, independentemente de gostar ou não do sabor amargo, mas devido ao bem que estas trazem a saúde, 82,5% dos participantes disseram que sim que consome por fazer bem a saúde, enquanto que 17,5% disseram que não. |
CONCLUSÃO: |
Sendo o gosto desagradável frequentemente o principal critério para rejeição de alimentos, indivíduos sensíveis à feniltiocarbamida tendem a rejeitar os alimentos que contém essa substância, podendo influenciar diretamente na adoção de hábitos alimentares pouco saudáveis, o que pode acarretar prejuízos à saúde, visto que alimentação rica em frutas e vegetais é sabidamente responsável pela redução no risco de desenvolvimento de doenças crônicas, cardiovasculares, obesidade e o câncer. |
Palavras-chave: PTC, Sensibilidade gustativa |