64ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
Modelo numérico da intrusão salina no Complexo Portuário Marítimo (CPM) em São Luís
Mário Masao Goto 1
Claudemir Gomes de Santana 2
1. Prof. Msc./ Autor - Gerência de Meio Ambiente - VALE
2. Prof. Dr./ Orientador - Gerência de Meio Ambiente - VALE
INTRODUÇÃO:
A intrusão salina constitui uma ameaça potencial para o suprimento de água subterrânea na região do empreendimento e em suas imediações. Isso se deve a fatores como a proximidade da linha costeira, a sazonalidade climática e aos poços de bombeamento em operação, submetendo o sistema aquífero local a um contínuo estresse. A necessidade de se compreender os impactos atuais e os futuros a esse suprimento de água, para que se possa mantê-lo para fins de abastecimento, tanto humano quanto industrial, é o principal objetivo dessa etapa de trabalho.
METODOLOGIA:
O escopo desta etapa do projeto envolveu o desenvolvimento dos seguintes etapas: -Compilação de dados; -Atualização do modelo hidrogeológico conceitual; -Elaboração do modelo numérico de fluxo das águas subterrâneas; -Elaboração do modelo numérico de intrusão salina; -Simulações de cenários de bombeamento dos poços.
RESULTADOS:
O modelo conceitual foi elaborado para a área das bacias do Rio Bacanga e Itaqui, onde está localizado o Complexo da Ponta da Madeira. A hidroestratigrafia é formada pelas seguintes unidades:Unidade aquífera Paleógeno e Coberturas Sedimentares Unidade Itapecuru; esta se divide em:
o Aquífero Itapecuru, e;
o Sedimentos argiolosos da formação Itapecuru
A hidroquímica das amostras de água captadas dos poços de bombeamento entre janeiro de 2009 e julho de 2011 demonstra que, dentre os poços ativos na área do empreendimento, o Poço Tupy é o poço que sofre maior influência da cunha salina, visto que a água amostrada deste poço apresenta as maiores concentrações de cloreto dentre as amostras coletadas. Outros poços que apresentam influência da cunha salina na química de suas águas em menor escala são os poços P-03 e P-07. A água amostrada dos demais poços no periodo considerado apresenta concentrações relativamente baixas de cloreto, o que indica que estes poços não estão captando a cunha salina.
CONCLUSÃO:
Em função dos resultados apresentados foi possível formular algumas recomendações, as quais são apresentadas a seguir:
As atuais taxas de bombeamento dos poços P-02, P-03, P-04, P-06, P-07, P-11, Poço Estação, Poço Parque Botânico, P-10B e P-10E sejam mantidas visto que não há uma clara evidência de influência significante da cunha salina sob a química da água captada por estes poços, e nem que o bombeamento contínuo poderá causar a intrusão salina nesses poços;
O Poço Tupy seja realocado, visto que mesmo quando são utilizadas baixas taxas de bombeamento este poço capta água com concentração elevadas de sais. O poço também deve ter o intervalo de filtro mais raso e menor que o atual para que se diminua a possibilidade de captação da cunha salina pelo bombeamento.
Palavras-chave: intrusão salina, modelagem