64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 3. Pastagem e Forragicultura
PRODUÇÃO DE ÁCIDO INDOL ACÉTICO POR BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS ASSOCIADAS À Brachiaria ssp. POR VIA DEPENDENTE DE TRIPTOFANO
Everthon Fernandes Figueredo 1,2,6
Williane Patrícia da Silva Diniz 1,2,6
Gilka Talita da Silva 1,2,6
João Tiago Correia Oliveira 3,6
Fernando José Freire 4
Júlia Kuklinsky-Sobral 5,6
1. Graduandos em Zootecnia, Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG), Universidade Federal Rural Pernambuco (UFRPE).
2. Bolsistas do Grupo PET Biotecnologia, UAG/UFRPE.
3. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Pastagens, UAG/UFRPE.
4. Departamento de Agronomia, UFRPE
5. Profa. Dra./Orientadora - Tutora do Grupo PET Biotecnologia, UAG/UFRPE.
6. Laboratório de Genética e Biotecnologia Microbiana (LGBM), UAG/UFRPE.
INTRODUÇÃO:
O ácido indol acético (AIA) é um fitohormônio da classe das auxinas que pode atuar no crescimento e desenvolvimento dos vegetais. Essa auxina é sintetizada no meristema apical das plantas, podendo também ser produzida por bactérias em associação com vegetais, através de diferentes vias metabólicas, sendo a principal, a que utiliza o aminoácido L-triptofano como precursor. Bactérias com essa capacidade já foram isoladas de inúmeras espécies de plantas, entre estas, gramíneas forrageiras do gênero Brachiaria, que tem grande importância para produtividade da pecuária, por serem utilizadas como alimento para os animais e possuírem alto valor nutricional. No entanto, a exploração intensiva das áreas de pastagens de Brachiaria tem ocasionado alta degradabilidade do pasto e, conseqüentemente, baixa produtividade da pecuária nas áreas afetadas. Neste contexto, os mecanismos de promoção do crescimento vegetal oriundos da interação bactéria/planta, como a síntese bacteriana de AIA, podem contribuir significativamente para recuperação das áreas de pastagem degradadas. Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo selecionar bactérias diazotróficas associadas a Brachiaria spp. capazes de produzir AIA e quantificar a produção do fitohormônio.
METODOLOGIA:
Foram avaliadas 80 bactérias diazotróficas isoladas da rizosfera e endofitícas de raiz de B. decumbens e B. humidicola, cultivadas no município de Correntes, Pernambuco. As linhagens são pertencentes à coleção de culturas microbianas do Laboratório de Genética e Biotecnologia Microbiana, da Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Para avaliação e quantificação da produção do ácido indol acético, as linhagens foram cultivadas, a partir de colônias isoladas em meio líquido TSA 10 %(Trypcase Soy Agar), suplementado com 5mM de L-triptofano, incubados sob agitação (120rpm) a 28°C, na ausência de luz, por um período de 24h. Após o período de cultivo, os compostos indólicos foram estimados no sobrenadante das culturas, ao serem centrifugadas e acrescidas do reagente de Salkowski (2% de FeCl3 0,5M em 35% de ácido perclórico), e novamente incubadas a 28°C por um período de 30 minutos, na ausência de luz. Logo após, foi realizada a quantificação em espectrofotômetro (530nm), sendo a concentração de AIA estimada por meio de uma curva padrão previamente estabelecida e as médias avaliadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Os experimentos foram realizados em triplicata.
RESULTADOS:
Entre as 80 bactérias avaliadas, 91,25% foram capazes de produzir AIA, sendo identificadas por meio de reação colorimétrica com o reagente de Salkowski, que promoveu o aparecimento de cor rósea variando de intensidade de acordo com as concentrações de AIA presentes no meio. Os valores obtidos na quantificação variaram entre 0,56μg/mL e 138,64μg/mL de AIA, produzidos pelas linhagens UAGB 131 e UAGB 167 respectivamente, tendo apresentado diferenças quanto ao nicho de origem e espécie de planta que foram isolados. As médias da produção bacteriana de AIA apresentaram diferenças estatísticas quando avaliadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, tendo sido agrupadas da seguinte forma: a1. 38,75%, a2. 25%, a3. 5%, a4. 7,5%, a5. 11,25% e a6. 3,75%, sendo os percentuais apresentados, referentes à quantidade de isolados bacterianos em cada grupo que não diferem estatisticamente entre si. Portanto, as linhagens bacterianas diazotróficas associadas a Brachiaria spp. poderão ser mais exploradas e futuramente utilizadas como inoculantes microbianos, podendo contribuir como uma alternativa para recuperação das áreas de pastagem degradadas.
CONCLUSÃO:
Ao termino do experimento pôde-se concluir que gramíneas do gênero Brachiaria apresentam alta frequência de bactérias diazotróficas com capacidade de produzir AIA in vitro. Além disso, as bactérias produtoras de AIA apresentaram variabilidade na expressão desta característica. Desta forma, essas linhagens podem ser consideradas potenciais promotoras do crescimento vegetal, podendo ser utilizadas como biofertilizantes na forma de inoculantes microbianos em áreas de pasto degradadas. Assim, viabilizando uma alternativa para melhoria da produção pecuária
Palavras-chave: Auxinas, Gramíneas forrageiras, Promoção do crescimento vegetal.