64ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
GINÁSTICA NA ESCOLA: UTILIZANDO AS ORIENTAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA EM PERNAMBUCO
Raugerlan Alexandre da Silva 1
João Victor Cruz Beija 1
Cilos Fortunato da Silva 1
Maria Helena Câmara Lira 2
1. Departamento de Educação Física, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE
2. Profa. Ms./Orientadora – Departamento de Educação – UFRPE
INTRODUÇÃO:
As Orientações Teórico-metodológicas (PERNAMBUCO, 2008) são um documento publicado pelo governo do Estado de Pernambuco com a intenção de orientar a Educação Física escolar, bem como os conteúdos a serem trabalhados nesta disciplina, no ensino fundamental. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da área de Educação Física, inserido recentemente na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), aspira, entre outros objetivos, contribuir para a efetivação das Orientações Teórico-metodológicas (OTM’s) nas escolas participantes do programa. Pretende também que as aulas, através das intervenções dos bolsistas do PIBID, sejam baseadas na perspectiva de Educação Física crítico-superadora, apresentada pelo livro Metodologia de Ensino da Educação Física (COLETIVO DE AUTORES, 1992), perspectiva onde, inclusive, estão baseadas as OTM’s. Neste contexto, os bolsistas trabalharam para planejar aulas que contemplassem tais expectativas, para serem propostas ao professor de Educação Física da escola. Em seguida, a aplicação do planejamento ocorreu numa turma do 7º ano do ensino fundamental em uma escola estadual da cidade do Recife – PE utilizando a ginástica como primeiro conteúdo do ano letivo, abordando seus aspectos históricos, e fundamentos.
METODOLOGIA:
Para subsidiar o planejamento das aulas, foram realizadas leituras do livro Metodologia de Ensino da Educação Física (COLETIVO DE AUTORES, 1992) e das OTM’s, com o objetivo de compreender a perspectiva crítico-superadora sugerida por eles, bem como analisar qual conteúdo (da cultura corporal) deveria ser tratado no 7º ano do ensino fundamental, e com qual especificidade ele deveria ser abordado. As orientações apresentam a ginástica como primeiro conteúdo a ser utilizado no ano letivo, devendo-se refletir sobre sua realidade na sociedade, seus aspectos históricos e suas origens, compreender e executar movimentos das ginásticas artística, acrobática e rítmica, respeitando as possibilidades individuais e coletivas, além de discutir as aproximações dos fundamentos ginásticos com outras práticas corporais (PERNAMBUCO, 2008, p. 43). Através da participação em oficinas de ginástica buscou-se uma instrumentalização a cerca dos fundamentos das três ginásticas a serem trabalhadas. Posteriormente, foram planejadas as aulas, através de reuniões entre os bolsistas e sua orientadora, pesquisando textos, imagens e vídeos sobre o tema, e estudando maneiras de realizar as recomendações das OTM’s para o conteúdo ginástica nas aulas de Educação Física.
RESULTADOS:
Na aplicação das aulas algumas dificuldades foram observadas, como: a falta de equipamentos e instalações adequadas na escola para a prática da ginástica; a resistência de grande parte alunos em vivenciar um novo conteúdo, uma vez que estavam habituados com aulas limitadas em apenas alguns conteúdos, geralmente esporte ou jogo coletivo, de caráter recreativo; e a ausência por parte da maioria dos alunos de um conhecimento prévio sobre o tema. Porém, estes problemas não impossibilitaram a execução das aulas, nem desmereceram os resultados positivos obtidos. Através do PIBID foi possível adquirir alguns materiais como, colchonetes, tatames, arcos, bolas e cordas, que puderam ser utilizados nas aulas. Espaços como o pátio coberto da escola ou o Departamento de Educação Física da UFRPE, puderam ser utilizados, uma vez que as práticas foram adaptadas para estes locais e, devido à proximidade geográfica, foi possível levar os alunos à universidade. A resistência dos alunos foi diminuindo ao longo das aulas, pois perceberam a importância de se conhecer a ginástica, e sentiram-se motivados em realizar movimentos desta prática. A falta de conhecimento prévio foi contornada com a construção deste conhecimento nas próprias aulas, para em seguida atingir a nível sugerido pelas OTM’s.
CONCLUSÃO:
Através das intervenções, observou-se a importância da materialização das OTM’s e da perspectiva crítico-superadora na escola, pois por meio desta ação, é possível tornar as aulas de Educação Física um ambiente reflexivo, inclusivo e motivador. Desta forma se construirá um conhecimento útil gradativamente, fugindo da antiga realidade das aulas com conteúdos repetitivos e sem continuidade, onde não se aprende nada a não ser a reprodução de movimentos, e se valoriza apenas o rendimento, os mais habilidosos, mais talentosos, excluindo os demais alunos das vivências. Os alunos do 7º ano demonstraram interesse com o conteúdo, mostrando que as resistências para com novas realidades podem ser superadas. Mesmo não havendo instalações ou equipamentos adequados para a prática da ginástica, este conteúdo (e conhecimento) não pode ser negado aos alunos, pois existem maneiras de adaptá-lo à realidade da escola. É importante destacar também, que para a realização de tais intervenções, é necessário investir em um bom planejamento, estudando o assunto a ser tratado, buscando orientação com profissionais mais experientes, além de tentar antever as possíveis dificuldades que podem ocorrer na execução, para que sejam previamente elaboradas estratégias para contorná-las.
Palavras-chave: Ginástica, Educação Física, Orientações teórico-metodológicas.