64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA ESQUISTOSSOMOSE NO MARANHÃO
Lady Dayana Aguiar Nogueira 1,2
Evellyn Ferreira de Almeida 1,2
Tássia Marília Castelo Branco Freire Cuba 1,2
Giselle Matteucci Vasconcelos 1,2
Erika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz 1,2
1. Depto. de Enfermagem, Universidade Federal do Maranhão-UFMA
2. Depto. de Enfermagem, Universidade Federal do Maranhão-UFMA
3. Depto. de Enfermagem, Universidade Federal do Maranhão-UFMA
4. Depto. de Enfermagem, Universidade Federal do Maranhão-UFMA
5. Profa./ Dra./ Orientadora-Depto de Saúde Pública-UFMA
INTRODUÇÃO:
A esquistossomose mansônica (EM) é uma doença infecciosa parasitária, causada por um trematódeo (Schistosoma mansoni) que vive na corrente sanguínea do hospedeiro definitivo, cuja evolução clínica pode variar desde formas assintomáticas até as extremamente graves. A magnitude de sua prevalência e a severidade das formas clínicas complicadas conferem à esquistossomose uma grande transcendência. Ela consiste em uma infecção parasitária com vasta distribuição geográfica e forte impacto econômico. Está associada a um conjunto de características que refletem as limitações quanto à qualidade de vida humana, sendo, portanto, um grande problema de saúde pública, principalmente, nos países de regiões tropicais e subtropicais. No Maranhão, a esquistossomose mansônica constitui-se num relevante problema de origem bastante antiga, relacionada a questões étnicas, sexo e escolaridade. Desta forma, considerando a escassez desse tipo de estudo na literatura, bem como, a sua importância para a vigilância e o controle desse agravo à saúde, neste estudo pretende-se descrever o comportamento da esquistossomose mansônica no Estado do Maranhão.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, descritivo, de conglomerado, com base nos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponíveis nos links do DATASUS (http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0203), referentes aos casos de Esquistossomose mansônica notificados no MA, Brasil, no período de 2007 a 2011. Coletaram-se dados sobre faixa etária, raça e escolaridade. Efetuou-se análise descritiva dos dados, estimando-se frequências absolutas e percentuais.
RESULTADOS:
Esta doença está presente em grande escala na região Nordeste. No Maranhão, essa parasitose abrange atualmente 48 dos 217 municípios existentes, sendo área endêmica com 22 municípios localizados na Baixada Ocidental Maranhense. O diagnóstico e o tratamento são relativamente simples, mas a erradicação da doença só é possível com medidas que interrompam o ciclo evolutivo do parasito, como a realização de obras de saneamento básico e a mudança comportamental das pessoas que vivem em áreas endêmicas. Assim, medidas simples e de baixo custo são capazes de reduzir a transmissão. Foram notificados no período descrito 256 casos da doença, dentre eles 81,64% foram notificados na raça/cor parda; 10,54% na branca; 5,07% na preta; 0,4% na amarela; 0,4% na indígena e 1,95% foram em raça/cor ignorada. De acordo com a faixa etária, foram notificados casos em menores de 1 ano até idosos com mais de 80 anos. Deste total, os menores de um ano corresponderam a 2,34%; entre 1 e 4 anos: 1,95%; 5 a 9 anos: 7,81%; 10 a 14 anos: 19,14%; 15 a 19 anos: 10,56%; 20 a 39 anos: 35,94%; 40 a 59 anos: 14,45%; 60 a 64 anos: 1,95%; 70 a 79 anos: 1,17%; 80 e mais de 80 anos: 0,8%. A escolaridade dos sujeitos foi ignorada na maior parte dos casos notificados (30,08%); 5,85% ocorreram entre analfabetos; 55,07% entre sujeitos que cursaram o ensino fundamental; 4,68% no ensino médio e 0,4% no ensino superior.
CONCLUSÃO:
As pessoas de cor parda, os adultos economicamente ativos, na faixa dos 20 a 39 anos e aqueles com escolaridade média foram os mais acometidos por esquistossomose mansônica no Estado do Maranhão. Isto nos remete a necessidade de ações de cunho imediato com vistas à redução do problema no Estado do Maranhão.
Palavras-chave: Esquistossomose, Perfil Epidemiológico, Maranhão.