64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 3. Enfermagem Médico-Cirúrgica
INCIDÊNCIA DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES CIRÚRGICOS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Ângela Mirella Magalhães de Amorim 1
Marina Apolônio de Barros 2
André Luís Braga Costa 3
Leandro de Sousa Rosa 4
Ricardo Clayton Silva Jansen 5
Santana de Maria Alves de Sousa 6
1. Mestranda em Enfermagem. Universidade Federal do Maranhão – UFMA
2. Mestranda em Enfermagem. Universidade Federal do Maranhão – UFMA
3. Departamento de Enfermagem - UFMA
4. Departamento de Enfermagem - UFMA
5. Departamento de Enfermagem - UFMA
6. Profª. Dra Orientadora. Departamento de Enfermagem - UFMA
INTRODUÇÃO:
Os pacientes no cenário hospitalar estão sujeitos a agravos à saúde e entre esses se encontram as úlceras por pressão (UP). A UP é uma complicação comum em pacientes hospitalizados, tornando-se um problema sério para os mesmos e a prevenção deste tipo de complicação um desafio para a assistência de enfermagem. Em um estudo transversal realizado em um hospital geral, foi encontrada uma incidência para pacientes clínicos e terapia intensiva de 41,5% e para pacientes cirúrgicos de 17%. Os autores avaliam que, no processo de prevenir a ocorrência do agravo à saúde por UP, é imprescindível conhecer a sua real incidência nos diversos ambientes de assistência a saúde. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a incidência de UP em pacientes hospitalizados na clínica cirúrgica de um Hospital Universitário (HU).
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal do tipo exploratório - descritivo de características quantitativas. O estudo foi realizado em um HU localizado em São Luís (MA), no período de novembro/2009 a maio/2010. A população-alvo constituiu-se dos 34 pacientes restritos ao leito internados no setor da clínica cirúrgica ala A e B do HU. Durante a coleta de dados, os pacientes cirúrgicos restritos ao leito admitidos nesses setores, que não apresentavam UP foram cadastrados e acompanhados durante a sua hospitalização, sendo realizadas avaliações duas vezes por semana para verificar a ocorrência de UP nestes pacientes. Os dados coletados foram tratados em percentuais simples. Para atender as normas da Comissão Nacional da Ética em Pesquisa contidas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, o projeto foi submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HU, onde obteve parecer favorável. Para participar da pesquisa, os participantes ou seus responsáveis legais assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS:
No setor em estudo, conforme os critérios referidos houve 34 pacientes cadastrados na pesquisa, sendo o sexo masculino o mais prevalente com 52,8%, a cor predominante foi a branca (47,0%) e quanto a faixa etária, a maioria foi composta de idosos, sendo que 44,1% tinham acima de 60 anos. A média de idade encontrada foi 49,5 anos. O diagnóstico médico predominante foi disfunção neurológica (32,3%), seguida pelas disfunções cardiovasculares (20,5%). Essas condições são predisponentes à ocorrência de UP. As alterações neurológicas, por exemplo, levam a perda da função do sistema nervoso central, levando, assim, a uma debilidade total ou parcial das funções com a perda de consciência, de locomoção, interferindo na regulação da temperatura corporal, nas respostas reflexas e protetoras. Em relação à escala de Braden, 47,0% apresentavam alto risco, 23,5% baixo risco, 17,6% risco moderado e 11,7% risco muito alto. O índice de incidência encontrado foi de 11,7%. Dos quatro pacientes que adquiriram UP durante a internação a maioria apresentou uma UP (50,0%). A média de UP por paciente foi de 1,7 e o número total de UP, considerando todos os pacientes, foi sete. A região anatômica e o estágio que prevaleceram foram, respectivamente, as nádegas (42,85%) e o estágio II (85,7%).
CONCLUSÃO:
Apesar da incidência encontrada nesta pesquisa ser menor do que em outros estudos, existe ainda a necessidade de eliminar essas feridas crônicas do cenário hospitalar, visto que é uma complicação desagradável e dolorosa para os pacientes, além de apresentar um alto custo para a instituição hospitalar e muitas vezes para a família e a sociedade tendo em vista as complicações decorrentes deste evento. Portanto é fundamental que o enfermeiro e sua equipe priorizem e implementem ações de prevenção das lesões, promovendo consequentemente conforto aos pacientes e maiores condições para a reabilitação do mesmo.
Palavras-chave: Úlcera por pressão, Epidemiologia, Cuidados de enfermagem.