64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
TENDA MÁGICA: EXPERIÊNCIAS DE FAZ DE CONTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Eliza Kelly Grosman Amorim 1
Núbia Schaper Santos 2
1. Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Juiz de Fora
2. Prof. Dra. Orientadora/ Universidade Federal de Juiz de Fora
INTRODUÇÃO:
Diante da compreensão de que as relações existentes na brincadeira pressupõem aprendizados sob o viés da multiplicidade é pouco provável esgotar a riqueza das contribuições que a brincadeira da faz de conta, por exemplo, podem trazer para o desenvolvimento humano. Ao brincar, a criança aprende valores sociais e troca com o meio em que está inserida utilizando a linguagem como veículo desta interação. Sendo assim, se faz necessário propiciar tempos-espaços para a brincadeira no contexto escolar. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi propor o desenvolvimento de atividades diferenciadas, em que as crianças tenham oportunidade de vivenciar situações imaginárias, visando ampliar a realidade concreta da vida e situações por elas inventadas. Ao imaginar, a criança assume papéis que, na realidade, ainda não poderia fazê-lo. É neste momento que o brinquedo/brincadeira se encaixa: auxilia a criança a desenvolver suas potencialidades. As atividades consistiram em utilizar brincadeiras livres, narrativas de histórias e encenações teatrais. O projeto teve duração de seis meses, com encontros semanais e duração de quatro horas.
METODOLOGIA:
Participaram do projeto vinte e cinco crianças. Foram montados suportes com fantasias, chapéus, sapatos, tecidos de várias cores e texturas, máscaras confeccionadas com as próprias crianças. A proposta era de que cada uma escolhia o material que lhe conviesse, e a partir disso, vivenciassem a experiência da brincadeira de faz de conta. Em seguida, eles narravam ou desenham o vivido. As atividades eram fotografadas e foram utilizadas para a confecção de um portfólio para exposições na escola durante o ano letivo. O registro é uma parte importante da memória do que se faz e vive no interior da escola. Ao propor a construção da Tenda mágica, buscou-se utilizar diversas linguagens para expressão, interação e movimento. Isso porque a atividades com os pares proporciona o reconhecimento da multiplicidade humana e o respeito às maneiras de existir do outro.
RESULTADOS:
Durante a interação das crianças foi possível observar que brincar não é uma atividade natural ou espontânea. Ela aprende a brincar cotidianamente no contexto em que vive. Sendo assim, o ato de brincar é uma forma de aprendizado tanto cognitivo e afetivo, quanto cultural e social. Os envolvidos na brincadeira precisam estabelecer uma comunicação e constituir um entendimento sobre os acordos ou códigos para este momento. E esta comunicação é especifica, traduzindo-se como metacomunicação, tal como Brougère propôs. No brincar também há desprazeres na medida em que objetivos não são atingidos. A criança brinca para satisfazer suas necessidades momentâneas. Nestes momentos tem oportunidade de lidar com desejos, conflitos e frustrações
CONCLUSÃO:
A escola poderia tecer estes saberes com o cotidiano da criança criando o maior número possível de alternativas para a leitura de mundo das mesmas. Assim, é necessário o exercício de reflexão em que as práticas sejam (des)construídas para serem (re)construídas. Porém, para tornar-se viável, esse processo deve ser alicerçado num trabalho que constituem os espaços-tempos escolares num exercício diário. Sendo assim, a proposta pretendeu agregar a atividade lúdica de maneira interdisciplinar. Pensando a imaginação infantil como um “espetáculo”, a figura da tenda remete ao espaço para o “faz de conta”. Para isto é preciso disponibilizar objetos que favoreçam e instiguem a imaginação propiciando a inversão do olhar da criança para o mundo ao mesmo tempo em que ela se reinventa
Palavras-chave: Crianças, Faz-de-conta, Imaginação.