64ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 2. Engenharia de Alimentos |
AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE TÉRMICA DO EXTRATO DA BETERRABA (Beta Vulgares L) |
Herlane Miranda da Silva 1 Ramonne Brito Oliveira 2 José de Ribamar Macedo Costa 3 |
1. Depto. Ciências Agrárias, Universidade Federal do Maranhão- UFMA 2. Depto. Ciências Agrárias, Universidade Federal do Maranhão- UFMA 3. Prof. MSc./Orientador - Depto. Ciências Agrárias - UFMA |
INTRODUÇÃO: |
A qualidade de um alimento, além, do aspecto microbiológico, é geralmente baseado na cor, textura e no valor nutricional. Dentre estes fatores, um dos mais importantes atributos sensoriais de um alimento é a cor. Assim, admite-se que a aceitação comercial de um alimento pelo consumidor é dependente da qualidade e quantidade dos pigmentos presentes (MORAIS, 2002). A tendência mundial é reduzir o uso dos corantes artificiais devido aos possíveis prejuízos e as indústrias de corantes naturais têm investido em estudos e pesquisas para melhorar a estabilidade à luz, calor e outros fatores que anteriormente reduziam as possibilidades de aplicações dos corantes naturais (MILK NET). As betalaínas são pigmentos naturais, responsáveis pela coloração da beterraba vermelha e tipicamente associados com plantas da ordem centrospermae. Incluem duas classes de pigmentos: as betacianinas vermelhas (λmax de 534 a 555 nm) as betaxantinas amarelas (λmax ~ 480nm) (CASTELLAR, 2003). Um fato interessante é que não há limite superior recomendado para a ingestão diária de betalaínas não apresentam efeitos tóxicos no corpo humano, representando uma alternativa natural segura na substituição de corantes sintéticos. (DELGADO-VARGAS, 2000). |
METODOLOGIA: |
A beterraba adquirida no comercio local foi liofilizada (Liofilizador Liotop, modelo L101 a -56°C/ 47 h, 240 mHg), processada e com ela preparada uma suspensão em água destilada, com proporção de 5 g de sólido:50 mL. O extrato foi centrifugado (3000 rpm / 5 min) e diluído até a proporção de 5x10-3g.mL-1. A degradação térmica do extrato foi monitorada por análise espectrofotométrica na região UV-visível (espectrofotômetro Analyser Modelo LGS53 UV-VIS Spectrometer, cubeta de quartzo de 1 cm), do extrato que foi mantido em banho refrigerado (Solab, modelo 152/10). O intervalo de tempo entre as análises foi 10 min. As temperaturas de teste foram 30°C, 60°C e 80°C. A partir dos dados obtidos no espectrofotômetro para os comprimentos de onda (λ) de 534 nm e 480 nm, foi possível obter os parâmetros cinéticos da degradação do extrato. O efeito da temperatura sobre a constante de taxa de reação pode ser avaliada equação de Arrhenius. O tempo de meia vida foi determinado a partir dos dados cinéticos. A amostra foi caracterizada pela determinação da umidade (método IAL 012/IV), proteínas (método IAL 036/IV), fibra bruta (método IAL 044/IV), acidez (IAL 016/IV). |
RESULTADOS: |
A beterraba liofilizada utilizada apresentou umidade de 5,24%; acidez 0,74 mg de ácido acético/g de amostra; proteína 6,299%, lipídios 3,816% e fibras 2,93%. A análise espectrofotométrica monitorou a degradação do pigmento vermelho da betacianina (bacianina) com máximo de absorção em λ= 534 nm. A constante de taxa de reação(k) e tempo de meia vida (t1/2) tiveram valores de 1,4x10-3 min-1 e 8,25h para 30°C; 5,1x10-3 min-1 e 2,26h para 60°C; 3,76x10-2 min-1 e 0,3h para 80°C. A energia de ativação (ΔE) calculada para a degradação do corante através da equação de Arrhenius foi de 56,06 KJ/mol K. Esses resultados mostram que o corante da betalaína é degradada facilmente |
CONCLUSÃO: |
Com base nos dados obtidos no experimento pode-se concluir que a betalaína é degradada com o aumento da temperatura, pois, o tempo de meia vida a temperaturas mais altas (80°C) é menor, ou seja, quanto maior a temperatura de processamento de produtos com a betalaína como corantes, menor é o shelf life desses produtos. Por esses motivos elas são indicadas para produtos que não sofram tratamentos térmicos severos. Na literatura encontramos que o corante extraído da beterraba é utilizado em sorvetes, iogurtes, balas, molhos, cosméticos, goma de mascar e derivados de leite, podendo ser obtido nas formas de xarope ou pó (ARAUJO, 2008). As betalaínas têm sido, no entanto, consideradas como possíveis corantes de alimentos para confeitaria (COULTATE, 2004). |
Palavras-chave: Betalaína, Degradação térmica, Cinética de reação. |