64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil
As interações infantis no chão da escola
Jordana Sousa de Lima 1
Fabiana Oliveira Canavieira 2
1. autora
2. Prof.Msc./ Orientadora - Depto. de Educação I - UFMA
INTRODUÇÃO:
A concepção de infância que possuímos hoje e que é refletida e modificada a cada dia, é fruto de uma intensa construção ao longo da história por homens e mulheres que pensaram e conceberam a educação infantil como um espaço para se criar, recriar, relacionar-se, vivenciar a cultura e construir uma cultura própria infantil. As Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil (2009), citando a Lei nº 9394/96 em seu artigo 22 parecem caminhar nessa direção, pois para ela a “Educação Infantil é parte integrante da Educação Básica, cujas finalidades são desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Nessa perspectiva, e avançando na compreensão desse nível de ensino, entendemos que ela se apresenta como um espaço de construção de conhecimento de si e do mundo proporcionada pelo convívio com o outro, com o diferente, com o ambiente e com a sua própria historia de vida, considerando a criança como ser social. Assim, para Vygotsky (1995, p.38) “ao mesmo em que o homem transforma o seu meio, ele transforma a si mesmo. Portanto o desenvolvimento humano ocorre através de trocas recíprocas entre o individuo e o meio, influindo um sobre o outro, continuamente”. As instituições não podem assegurar o encontro pessoal da criança com o outro, forçando que os laços de amizade e cumplicidade se criem, mas pode garantir espaços e condições para que isso ocorra.
METODOLOGIA:
Para a realização deste trabalho, no primeiro momento, realizou-se uma pesquisa bibliográfica referentes a temática para a construção do embasamento teórico. A pesquisa foi feita em X escola pública da rede municipal de São Luis, através do estagio supervisionado. Na escola, utilizei da observação participante, de entrevistas com professoras, diretora, coordenadoras e crianças, analisando, também, o projeto político pedagógico de cada uma.
RESULTADOS:
Em campo, pudemos observar a falta de planejamento, de rotina, de uma organização espacial que possibilitasse as interações infantis, de afetividade por parte dos agentes escolares com as crianças. Os recursos materiais, não são ofertados de forma a garantir a autonomia da criança em manusear, pois todo tempo ela é controlada pela figura do adulto. Em geral, as crianças não podem explorar o espaço da sala de aula, ficando condicionadas a sentar nas cadeirinhas, a fim de que a ordem seja mantida. Diante disso, vemos que as interações dos pequenos com o outro, com o ambiente, com as crianças menores, são podadas), impossibilitando o desenvolvimento pleno da criança.
CONCLUSÃO:
Durante a pesquisa, notei a falta de interesse de muitas educadoras em não modificar a sua prática, conduzindo a sala de aula sem refletir nos seus passos. É necessário, portanto, que os educadores e educadoras busquem modificar o seu fazer pedagógico, apesar das dificuldades encontradas no corpo escolar, para assim proporcionar para as crianças uma educação pública de qualidade, formando cidadãos conscientes e críticos da sua realidade, transformando a infância em um momento de descobertas e de convívio com o outro.
Palavras-chave: Interações, Infância, Escola.