64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
ORIENTE MÉDIO: O DESPERTAR DE UM VULCÃO CHAMADO NACIONALISMO
Ângela Maria Martins Peixoto 1
Helena de Moraes Borges 1
Leonardo de Castro Araújo 2
Luan do Carmo da Silva 2
1. Instituto de Estudos Sócio-Ambientais, UFG, Goiânia-GO
2. Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geografia, UFG, Goiânia-GO
INTRODUÇÃO:
O Oriente Médio constitui-se como uma região conflituosa, alvo de disputa por países europeus e dos Estados Unidos, em função de suas riquezas desde o século XIX, resultando em sua exploração. Os controles político e econômico, e invasão cultural, só foram possíveis devido a supremacia militar das potências.
Dessa forma, o Oriente Médio que apresenta vasta diversidade cultural e étnica, sendo povoado por inúmeras tribos, aparece inferiorizado, pois tem arraigado a sua história à ocupação ocidental.
As tensões no Oriente Médio nunca cessaram, e em janeiro de 2011 o mundo voltou as atenções para essa região, agora com ameaças de mudanças no poder. Primeiramente para a Tunísia, na qual o ditador Z. El Abidine Ben Ali foi deposto por populares rebeldes. Um efeito dominó, como a mídia tem chamado os conflitos, teve início e não se sabe exatamente como vai terminar.
Com isso, o presente artigo propõe investigar o motivo desses conflitos, fazendo dessa forma, um panorama geral dos países envolvidos (Egito, Líbia, Síria, Tunísia etc) e sua relação com as potências mundiais, isto é, a posição dos Estados Unidos e países europeus a respeito do assunto. Além disso, é apresentada uma análise quanto às reportagens e notícias que chegam altamente camufladas de aspectos estratégicos e ideológicos.
METODOLOGIA:
Para a efetivação deste trabalho fez-se pesquisa bibliográfica acerca da questão do Oriente Médio, no que se refere aos conflitos, culturas e povos que habitam os países pertencentes a esta parte do globo. Assim como buscou-se notícias de jornal impresso e veiculados pela mídia televisiva e radiofônica e publicações da internet, tais como blogs e websites de revistas sobre os mesmos conflitos, almejando, assim maior gama de produtos, com diferentes visões sobre o mesmo recorte espacial e os problemas ali encontrados. Ao final, fez-se um paralelo entre o que é apresentado, via mídia e o que dizem especialistas da Geopolítica sobre a atuação “mediadora” de conflitos por parte dos países do Ocidente Europeu e, principalmente Estados Unidos.
RESULTADOS:
Não há dúvidas de que o Oriente Médio seja a região mais complexa do mundo muçulmano, em termos das suas identidades coletivas, problemas políticos e conflitos étnico-religiosos.
É possível observar que esta área consiste há muito tempo em lócus de profundo interesse dos países europeus. Isso ocorre porque ela apresenta-se não somente inestimável riqueza cultural e a importância histórica, mas principalmente significativa riqueza mineral, com grandes concentrações de petróleo, sendo que sua participação na produção mundial de petróleo corresponde a mais da metade da mundial.
A área continua funcionando como ímã de tensões internacionais. Inúmeras são as reportagens e notícias veiculadas a respeito de seus conflitos. Essas informações são veiculadas por meios diversos e de maneira instantânea.
Nota-se que tais notícias chegam ao público ocidental, de forma sucinta e carregada por conteúdo ideológico, preconceitos e estereótipos a respeito dos povos daquela região, sendo construídos e reforçados por esses “aparelhos de informação” os quais trabalham em função da vontade política do ocidente. Com isso, a representação que os ocidentais têm a respeito dos povos do Oriente Médio é cheia de preconceitos e generalizações.
CONCLUSÃO:
Com a análise dos conflitos que abarcam o Oriente Médio, pode-se afirmar que a geopolítica sofre um processo de reconfiguração, associada a uma geopolítica das informações e comunicações, pois o conhecimento dos fatos é um instrumento estratégico, bastante perceptível nos países árabes, tanto pela proporção que as rebeliões alcançaram, quanto pela “maquiagem” dos fatos e dos interesses escondidos nesses conflitos, sendo que tais informações chegam ao público carregadas de conteúdo ideológico a respeito da área Médio e reforçam estereótipos, com objetivo de mascarar o verdadeiro objetivo das ações militares promovidas pelos interventores: a obtenção de petróleo.
Assiste-se publicamente a derrocada de governos ditatoriais e corruptos no Oriente Médio, assim como a uma nova disputa acirrada entre os países ocidentais com o intuito de liderar o “processo de democratização” agora em curso naqueles países. Na verdade, esta é apenas uma forma mascarada de mostrar, que o jogo é a manutenção do poder nas mãos de setores subservientes às potências imperialistas ocidentais, e o controle das riquezas minerais e financeiras dos países árabes, pois estes se localizam numa área estrategicamente fundamental para os objetivos geopolíticos nessa região dos países hegemônicos do sistema capitalista.
Palavras-chave: Oriente Médio, Mídia, Interesses políticos.