64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Biologia e Fisiologia dos Microorganismo
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO E ATIVIDADE PROTEOLÍTICA DE Pleurotus albidus DPUA 1692 EM RESÍDUO AGROINDUSTRIAL
Larissa de Souza Kirsch 1
Ana Júlia de Porto Macedo 1
Taciana de Amorim Silva 1
Ana Rita Gaia Machado 1
Maria Francisca Simas Teixeira 1
1. Pós-graduando - Dept. de Parasitologia - Universidade Federal do Amazonas
2. Pós-graduando - Dept. de Parasitologia - Universidade Federal do Amazonas
3. Pós-graduando - Dept. de Parasitologia - Universidade Federal do Amazonas
4. Pós-graduando - Dept. de Parasitologia - Universidade Federal do Amazonas
5. Prof. Dra./Orientadora - Dept. de Parasitologia - Universidade Federal do Amazonas
INTRODUÇÃO:
O interesse pelos cogumelos tem crescido nos últimos anos devido as múltiplas funções atribuídas a esses macrofungos, tanto de ponto de vista nutricional quanto medicinal, na formulação de fármacos e produção de enzimas (celulases, lacases, proteases) (Lobanok et al., 2003; Poucheret et al., 2006).
As proteases assumem uma função importante na fisiologia desses fungos, pois a eficiência desses organismos em excretar tais enzimas e absorver as proteínas contidas no seu substrato natural está diretamente relacionada ao crescimento micelial e formação dos basidiomas. Espécies de cogumelos já foram reportadas como produtoras de proteases, como Grifola frondosa, Pleurotus eryngii, Pleurotus ostreatus, Armilaria mellea, Lepista nuda, Ganoderma aplanatum, Schizophyllum commune, dentre outros (Wang e Ng, 2001; Faraco et al, 2005; Suzuki et al., 2005; Sabotic, et al., 2007).
Considerando que muitas pesquisas estão direcionadas para se conhecer as exigências nutricionais e a produção de proteases de diversas espécies fúngicas em cultivo submerso, ainda são muito poucos os trabalhos envolvendo esses aspectos com P. albidus. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o crescimento micelial de P. albidus e a atividade proteolítica utilizando um substrato natural, em cultivo submerso.
METODOLOGIA:
Culturas viáveis e puras de P. albidus reativadas em ágar batata dextrose + extrato de levedura 0,5% (p/v) foram usadas neste trabalho. Para o bioprocesso foram utilizados frascos Erlenmeyer (125 mL) nos quais foram adicionados 50 mL de meio de cultivo contendo extrato aquoso de farelo de arroz nas concentrações de 10 a 80g/L. O extrato de farelo de arroz foi obtido por meio da cocção do farelo durante 10 minutos e após esse tratamento as amostras foram filtradas em gaze e algodão. O pH foi aferido para 6,0 e os meios de cultivo foram esterilizados por 15 minutos. Após resfriamento destes discos miceliais de P. albidus foram adicionados aos meios de cultivo e a fermentação submersa foi conduzida durante cinco dias, à 25 ºC em agitador orbital (Certomat MO) a 150 rpm. Ao término do processo fermentativo a biomassa obtida foi separada por filtração à vácuo, lavada três vezes com água destilada e desidratada a 40 ºC para quantificação (Dong e Yao, 2005). A atividade proteolítica foi determinada nos extratos obtidos utilizando-se azocaseína a 1% (p/v) como substrato, segundo Leighton et al. (1973). Uma unidade de atividade proteolítica foi definida como a quantidade de enzima capaz de produzir um aumento na absorbâbcia de 0,01 em 1 hora e expressa em U/mL.
RESULTADOS:
Os resultados relativos à produção de biomassa de P. albidus mostraram que o macrofungo cresceu em todas as concentrações do extrato aquoso de farelo de arroz avaliadas. A biomassa variou em relação à concentração do extrato aquoso de farelo de arroz, obtendo-se menor valor em 10g/L deste resíduo (1,88g/L), no entanto no extrato contendo 80g/L de farelo de arroz foi o que favoreceu o desenvolvimento de P. albidus, cuja produção de biomassa foi 18,41g/L. Estes resultados foram mais promissores quando comparados aos obtidos por Porto, Kirsch e Teixeira (2011) quando cultivaram P. albidus no mesmo resíduo agroindustrial.
Em relação à atividade de proteases P. albidus excretou estas enzimas para o meio de cultura em todas as condições estudadas, sendo que a atividade variou de 11,3 U/mL e 68,7 U/mL nas concentrações de 10g/L e 80g/L de extrato de farelo de arroz, respectivamente. Os dados deste trabalho corroboram com Kirsch et al. (2010) cujos autores avaliaram a produção de enzimas proteolíticas de Lentinus citrinus em resíduos de farelo de arroz e de peixe e verificaram que os meios de cultura formulados com farelo de arroz foram mais promissores para a produção de enzimas proteolíticas.
CONCLUSÃO:
Com estes resultados foi possível verificar que o farelo de arroz é um substrato natural alternativo de baixo custo e promissor para a produção de biomassa e da síntese de enzimas proteolíticas do cogumelo comestível amazônico P. albidus, em cultivo submerso.
Palavras-chave: Pleurotus albidus, Biomassa, Proteases.