64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
ASPECTOS FENOLÓGICOS DE MACACAPORANGA (Aniba parviflora MEZ) NA FAZENDA CURAUÁ EM SANTARÉM, PA
Vanessa Leão Peleja 1
Lauro Euclides Soares Barata 2
Edgard Siza Tribuzy 3
Cristina Aledi Felsemburgh 4
1. Graduanda de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Oeste do Pará- UFOPA.
2. Prof. Dr./Colaborador – Professor Visitante- UFOPA
3. Prof. Dr./Co-orientador – Instituto de Biodiversidade e Florestas - UFOPA
4. Profa. Dra./ Orientadora – Instituto de Biodiversidade e Florestas - UFOPA
INTRODUÇÃO:
A fenologia é o estudo do ciclo de vida de espécies vegetais como os períodos de floração, frutificação, mudança foliar e crescimento (Fina & Ravelo, 1973) e suas relações com fatores climáticos como precipitação, umidade e temperatura. As observações do comportamento fenológico como a queda e transformação de alguns órgãos vegetais permitem avaliar o estímulo que o ambiente proporciona ao organismo do vegetal. O conhecimento sobre a fenologia permite avaliar a disponibilidade de recursos ao longo do ano (Morellato, 1995). Na Amazônia existem espécies ainda pouco estudadas como a Aniba parviflora Mez, conhecida popularmente como macacaporanga. Pertencente a ordem Laurales, família botânica Lauraceae, é uma espécie aromática, nativa da Amazônia, que se destaca pela produção de linalol, muito utilizado na indústria de perfumes. Assim o presente trabalho teve como objetivo observar as fenofases da macacaporanga relacionadas com a variável climatológica precipitação.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido na Fazenda experimental Curauá, pertencente à empresa Pematec (Peças e Materiais Tecnológicos para Indústria Automobilística) localizada no Km 26 da Rodovia Curuá-Una, Santarém- Pará, em um plantio. Foram selecionadas aleatoriamente quinze árvores do plantio, onde foram acompanhadas mensalmente as fenofases de frutificação com presença de frutos verdes e maduros, floração com flores totalmente abertas e botões florais e mudança foliar com observação de folhas novas, velhas e árvores desfolhadas, no período de maio de 2011 a fevereiro de 2012. Foi utilizado o método proposto por Fournier (1974), usando-se uma escala com intervalo de vinte e cinco por cento com quatro categorias de zero a quatro permitindo estimar a porcentagem de intensidade da fenofase em cada indivíduo. A cada mês, foi realizada a soma dos valores de intensidade obtidos para os indivíduos que foi divido pelo valor máximo possível (número de indivíduos multiplicado por quatro). O valor obtido, que corresponde a uma proporção, é então multiplicado por 100, para transformá-lo em um valor percentual. Os dados de precipitação foram obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia, e correlacionados com os dados fenologicos.
RESULTADOS:
A frutificação se manifestou no período de chuvas estendendo-se ao longo do ano, como observado por Magalhães e Alencar (1979), em Lauráceas, alcançando um pico de frutos maduros no mês de outubro no período seco e dominância dos frutos verdes durante todos os meses acompanhados tendo influência da precipitação. Na floração verifica-se uma grande quantidade de botões florais em maio e junho, período chuvoso, que diminuiu gradativamente conforme o passar dos meses ate o mês de outubro na estação seca, onde ocorreu a menor porcentagem de botões florais. As flores tiveram um pico no mês de agosto, na estiagem e menor índice em setembro e nenhum tipo de manifestação em outubro, ao contrário de outras espécies como cedro (Cedrela fissilis Vell.) em Pinheiro et al. (1990). Na mudança foliar se observou a predominância de folhas velhas na maioria dos meses, exceto para o mês de outubro, onde a quantidade de folhas novas é maior, assim como o percentual de árvores desfolhando, seguido de um pico de folhas novas em dezembro. Nos meses mais secos, as perdas das folhas tornaram-se acentuadas e o aparecimento de folhas novas foi concomitante à queda das folhas e coincidiu com a diminuição das chuvas, assim como em Pinto et al. (2005), indicando o período de troca de folhas da espécie.
CONCLUSÃO:
As fenofases de frutificação, floração e mudança foliar ocorreram na estação seca, tendo um pico de frutos maduros e árvores desfolhando no mês de outubro e um de flores no mês de agosto. Seguido da desfolha ocorreu o maior índice de folhas novas em dezembro.
Palavras-chave: Aniba parviflora Mez, Fenofases, Precipitação.