64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
A INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE ACEROLA.
Victor Proença do Amaral 1,1
José Farias Costa 2,1
Paulo Barros de Sousa Filho 3,1
Diego Correia Sodré 4,1
José Arthur Leal Nascimento 5,1
Milton Guilherme da Costa Mota 6,2
1. Discente do curso de Agronomia-UFRA
2. Prof. Dr./Orientador- Depto. de Biologia Vegetal e Fitossanidade-UFRA
INTRODUÇÃO:
A acerola (Malpighia emarginata L.) é uma planta de origem da América Central e America do Sul, que pode ser propagada por sementes, entretanto apresenta baixa germinação, em contrapartida, a reprodução via vegetativa tem se mostrado uma forma mais eficiente quando se quer assegurar as características da variedade. Dentre varias técnicas de propagação vegetativa, a estaquia se sobressai pelo baixo custo e pela praticidade.
A propagação vegetativa por estaquia tem sido sugerida por vários autores, porém, os resultados ainda são muito variados devido a fatores internos e externos, como a condição fisiológica da planta matriz, época do ano para a coleta, tipo de substrato, temperatura e luminosidade, que influenciam o processo de enraizamento da estaca (HARTMANN et al.1990; FACHINELLO et al.1995).
Uma das principais dificuldades para a implementação da estaquia é o substrato, este deve fornecer os nutrientes na proporção certa, permitir a entrada de oxigênio é água nas raízes para obtenção de mudas de qualidade, além do mais, o material deve conter características físico-químicas conhecidas (LIMA et al.2001).
O objetivo desse trabalho foi verificar o substrato, dentre os selecionados, o mais adequado para a produção de mudas por propagação vegetativa via método de estaquia.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido na Casa de Vegetação do Instituto de Ciências Agrárias da UFRA, em Belém do Pará, contendo sistema de nebulização intermitente com luminosidade de 50%, no período de setembro a novembro de 2011.
Para a produção das mudas foram coletadas estacas semi-lenhosas de plantas matrizes, cultivadas no pomar da UFRA, com bom desenvolvimento e sadias, padronizadas com 10 cm de comprimento, sendo mantidas hidratadas, para serem levadas à casa de vegetação, onde foram feitos cortes no ápice e na base, deixando um par de folhas com 35% de área foliar.
Na formação do substrato foi utilizada uma mistura de 50% de terra preta com cada um dos seguintes materiais: pó de caroço de açaí, casca de arroz carbonizada, pó de casca de castanha e areia branca, sendo que a testemunha será a terra preta sem mistura, totalizando 5 tratamentos e 4 repetições, sendo 20 estacas por parcela com delineamento experimental de blocos ao acaso.
Os dados foram coletados em 45 dias considerando-se às seguintes variáveis: porcentagem de sobrevivência, porcentagem de estacas enraizadas e número de raízes por estacas, os mesmo foram submetidos a analise de variância e ao teste de Tukey com 1% e 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
Não houve diferença significativa para porcentagem de sobrevivência. Neste parâmetro o substrato terra preta sem mistura obteve resultado de 100% de estacas sobreviventes, já os substratos casca de arroz carbonizada e casca de castanha, misturadas com terra preta obtiveram o menor desempenho, 90% para ambas.
Os substratos casca de arroz carbonizada, casca de castanha e o caroço de açaí, todos misturados à terra preta, não formaram sistema radicular no período estudado, enquanto que a taxa de enraizamento em terra preta pura foi de 10%. Todavia, o substrato areia misturado à terra preta apresentou o melhor desempenho em relação aos demais, com uma taxa de 15%, sendo o que possibilitou o desenvolvimento de raízes em maior número, e provável que a capacidade de retenção de água aliado à aeração possam ter desempenhado alguma influência nesse resultado.
A análise de variância para porcentagem de sobrevivência e estacas não enraizadas com folhas, mostraram que não houve diferença estatística significativa entre os blocos e os tratamentos, assim como não houve diferença a nível de 1% e 5% de probabilidade. Entretanto a análise de variância para estacas enraizadas e número de raízes por estacas demonstraram que entre os tratamentos houve tal diferença a nível de 5% de probabilidade.
CONCLUSÃO:
Nas condições em que foi conduzido o experimento. Os resultados obtidos 45 dias após o plantio permitem concluir que todos os substratos proporcionaram respostas positivas em relação à sobrevivência, no entanto, apenas o substrato “areia com terra preta’’ destacou-se em relação à taxa de enraizamento com (15% das estacas).
Palavras-chave: Malpighia emarginata L., Enraizamento, Substrato.