64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva
LEISHMANIOSE VISCERAL EM CÃES NA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL
Delaine Pereira de Sousa 1
Neylianny Jéssica Moraes Barbosa 1
Bergson Braga Chagas 2
Geovania Maria da Silva Braga 3
1. Acadêmica – Curso de Medicina Veterinária – CESI/UEMA
2. Prof. Esp. – Curso de Zootecnia – CESGRA/UEMA
3. Profa. Dra./Orientadora – Depto Biologia/Medicina Veterinária – CESI/UEMA
INTRODUÇÃO:
A leishmaniose é uma enfermidade zoonótica de caráter parasitário, causada por uma espécie de protozoário Tripanossomatídeo, com distribuição mundial, considerada entre as seis doenças parasitárias tropicais de maior importância, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A forma visceral, que no Brasil encontra-se registrada em quase todos os estados, com diferentes perfis epidemiológicos, aponta a importância do cão como hospedeiro doméstico nas áreas de maiores incidências da doença, sendo um dos elementos dos mais importantes no ciclo epidemiológico e a principal fonte de infecção. A transmissão da Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é realizada pela picada de dípteros conhecidos por flebotomíneos, sendo a espécie Lutzomyia longipalpis a principal transmissora da Leishmania chagasi/infantum. De todas as regiões brasileiras, que já notificaram a ocorrência da doença em cães, o maior número de casos tem sido relatado no Nordeste. No Maranhão, a infecção canina foi registrada em São José de Ribamar e Imperatriz, onde a frequência encontrada foi de 23% e de 46,6%, respectivamente. A finalidade deste trabalho foi o de estimar a prevalência da enfermidade na população canina acolhida no Centro Municipal de Controle de Zoonose, na região Sudoeste do Estado do Maranhão.
METODOLOGIA:
A investigação foi efetivada na região Sudoeste do Estado do Maranhão, que está situada dentre as coordenadas geográficas de latitude em 5º31'32"S e na longitude de 47º26'35"W, numa altitude de 95 a 137 metros. A extensão é de transição, entre o cerrado e a Floresta Amazônica, com uma vegetação bastante oprimida, beneficiando assim, a estabilidade e o aparecimento de diversas endemias, sendo que, atualmente, exibe cobertura vegetal, consideravelmente transformada devido a distintos atos antrópicas. Neste estudo, foram avaliados dados retrospectivos correspondentes aos anos de 2005 a 2011, tratando-se de uma pesquisa transversal quantitativa, no Complexo Municipal de Saúde, setor de controle de Leishmanioses. Foram consideradas parcelas de frequências absolutas e relativas, em analogia aos exames realizados. Os animais foram submetidos à sorologia pelo teste de Imunofluorescência Indireta (IFI) realizados em coletas de amostras de sangue total, soro ou plasma, expressos em diluições, consideradas reagentes a partir da titulação ≥ 1:40.
RESULTADOS:
Os cães clinicamente suspeitos foram submetidos a exame sorológico para diagnóstico da LVC. Em 2005, dos 1.107 cães suspeitos, 16% foram reagentes. Em 2006, 1.542 cães indiciados, 31% foram soropositivos. Em 2007, dos 1.607 animais, 20% reagiram ao sorológico. No ano de 2008, dos 1.103 animais incriminados, 29% foi o índice anual. Em 2009, dos 1.221 caninos implicados clinicamente, 34% foram soropositivos, maior índice em relação à enfermidade, durante o período referente ao presente estudo. No ano de 2010, dos 2.442 cães considerados suspeitos, 27% foram reagentes. Em 2011, dos 3.100 cães suspeitos, 31% foram soropositivos, a segunda maior frequência indicadora dos anos analisados. A prevalência média de cães sororreagentes nos anos investigados foi de 27%, sendo bastante relevante, concordando com Alves e Faustino, que em 2005 relata serem no Nordeste os maiores coeficientes de incidência. Em São José de Ribamar, Guimarães et al., em 2005, relatou a prevalência de 23% em cães e em Imperatriz, Braga et al., também em 2005, verificou que a prevalência encontrada foi de 46,6%, um índice bastante elevado, legitimando a atual investigação na região analisada. A constância da enfermidade em cães infectados naturalmente por Leishmania contribui para o surgimento de novos focos.
CONCLUSÃO:
Os delineamentos referentes aos aspectos epidemiológicos e clínicos de cães, demonstram que a prevalência da Leishmaniose Visceral Canina é bastante elevada, gerando um problema de Saúde Pública na região Sudoeste do estado do Maranhão, Brasil.
Palavras-chave: Prevalência, Parasita, Leishmaniose Visceral.