64ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia |
SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DE PIMENTA DO REINO (Piper Negrun L.) NO NORDESTE PARAENSE. |
Deborah Luciany Pires Costa 1 Rogério da Silva Costa 1 Leandro Carvalho Silva 1 Ana Cláudia Abreu Barros 1 Milton Guilherme da Costa Mota 2 |
1. Discente da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA 2. Profº. Dr./ Orientador - Instituto Ciber Espacial (ICIBE) - UFRA |
INTRODUÇÃO: |
A pimenta do reino (Piper nigrum L.) oriunda da Índia, é uma espécie perene, semi-lenhosa, trepadeira e pertence à família Piperacea. (EMBRAPA, 2004). Esta foi introduzida no Brasil no século XII pelos portugueses, mas, só foi reconhecida em 1933, através dos imigrantes japoneses, que trouxeram mudas da cultivar Kucing, as quais foram cultivadas no município de Tomé-Açu/Nordeste paraense. (Castro, 1979; Duarte, 1999). Hoje, o Brasil ocupa o terceiro lugar na produção mundial de pimenta do reino. Só o Pará é responsável por 80% da produção brasileira, com produtividade média de 2,27 kg/ha (IBGE, 2010). Entretanto, o cultivo da pimenta possui entraves que limitam o alcance de maiores produções. Em destaque está a forma de propagação, que é por enraizamento de estacas, uma vez que a germinação não é usada por conta do longo período que as sementes levam a quebrarem a dormência, em geral duram seis meses. A estaquia, em condições de manejo inadequado, proporciona a disseminação da fusariose, causada por fungo Fusarium solani f. sp. Piperise (ALBUQUERQUE & DUARTE, 1977). O objetivo deste estudo foi avaliar a quebra de dormência das sementes de pimenta do reino em diferentes tratamentos em duas variedades, a fim de identificar uma técnica inovadora de propagação desta cultura. |
METODOLOGIA: |
A coleta das sementes ocorreu no município de Tomé-Açu/Nordeste Paraense, na propriedade Takaki no mês de agosto de 2011. As variedades escolhidas foram Panil e Tiraconta, em seguida, as sementes foram levadas para Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) /campus Belém, onde ocorreu todo o experimento em casa de vegetação, em um período de 60 dias. O experimento foi montado com delineamento inteiramente casualizado com 6 tratamentos e 5 repetições, com um total de 750 sementes, em que foram 325 de cada variedade. A cada parcela do tratamento continha 25 sementes despolpadas depositadas em um mesmo substrato, casca de arroz carbonizada. Os tratamentos foram: T1e T4: sementes da variedade Panil e Tiraconta, respectivamente, imersas em água quente a 50°C por 5 minutos; T2 e T5: sementes da variedade Panil e Tiraconta, respectivamente, lavadas em água corrente por 5 minutos, depois imersas em hipoclorito de sódio a 20% por 2 minutos e depois de lavadas em água corrente por dois minutos; T3 e T6: sementes da variedade Panil e Tiraconta, respectivamente, sem aplicação de tratamento, serviram como testemunhas. A análise estatística foi realizada no programa ASSISTAT 7.6 BETA (2011), neste foi realizado analise de variância ANOVA. |
RESULTADOS: |
Após os 60 dias de experimento, concluíram-se que entre os dados houve diferença estatística significativa a 1% e 5% de probabilidade, em que as maiores médias germinativas foram, respectivamente, T2 e T5, ambas tratadas com hipoclorito de sódio, e nestas ocorreu diferença significativa. Entre as médias de T1 e T2 observou-se diferença significativa, o mesmo não ocorreu entre T3 e T5. Já as testemunhas, T3 e T6, não possuíram médias, porque a taxa germinativa foi zero. O T2 apresentou melhor resultado devido a maior capacidade de remoção da mucilagem que envolve as sementes, que por vezes é o fator que prolonga a quebra de dormência e por fim a germinação, como descrito no estudo de Carneiro, G. G. et al. ( 2010 ) com sementes de pimenta cambuci. O mesmo pode explicar o ocorrido com T5, neste caso a diferença entre as variedades pode ser determinante, uma vez que há diferenças na quantidade de mucilagem de uma para outra. Os tratamentos T1 e T4 obtiveram resultados semelhantes com o estudo de Garcia, J. et al. (2000), que testava diferentes temperatura em sementes de pimenta do reino, que apresentaram maior germinação com a temperatura a 50º C. Neste estudo, o resultado foi positivo, uma vez que a germinação foi 50% superior as testemunhas. |
CONCLUSÃO: |
Os tratamentos, tanto da Panil como da Tiraconta, com hipoclorito de sódio obtiveram resultados maiores que os tratamentos com água quente, apesar de que os com água quente também foram significativos se comparados com as testemunhas. No entanto, o resultado do tratamento Panil com hipoclorito de sódio foi mais significativos de todos, uma vez que apresentou a maior média entre os tratamentos. Portanto, em geral, tanto a Panil como a Tiraconta, em hipoclorito de sódio ou em água quente apresentaram ótimas taxas germinativas quando comparadas com as testemunhas. Logo, estes tratamentos podem ser eficazes na superação de dormência das sementes da pimenta-do-reino (Piper Negrun L.), e consequentemente para produção de mudas. |
Palavras-chave: pimenta-do-reino, germinação, quebra de dormência. |