64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
MORTALIDADE POR DOENÇA DIARRÉICA AGUDA EM MENORES DE 5 ANOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2000 A 2011
Cínthya Daniella de Sousa Menezes UFMA
Rayanne Luiza Tajra Mualem Araújo UFMA
Marina Apolônio de Barros UFMA
Raimunda Silva Santos Neta UFMA
Rafaela Pontes de Albuquerque UFMA
Érika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz UFMA
1. Residente de Enfermagem - CEERCC Área de Concentração em Traumato-Ortopedia - UFMA HUUPD
2. Mestranda em Ciências da Saúde - UFMA
3. Mestranda em Enfermagem - UFMA
4. Residente de Enfermagem - Residência Multiprofissional em Saúde - UFMA HUUPD
5. Residente de Enfermagem - CEERCC Área de Concentração em Clínica Cirúrgica - UFMA HUUPD
6. Profa. Dra./ Orientadora - Departamento de Saúde Pública - UFMA
INTRODUÇÃO:
A doença diarréica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição. Quando não são tratadas precocemente e de forma adequada, podem levar ao óbito, por choque hipovolêmico e/ou hipopotassemia. Nos casos crônicos ou com episódios repetidos, acarretam desnutrição crônica, com retardo do desenvolvimento ponderoestatural em crianças. Em virtude da sua elevada frequência, a DDA não é doença de notificação compulsória nacional em se tratando de casos isolados. O objetivo deste estudo foi analisar a mortalidade por DDA em menores de 5 anos no período de 2000 a 2011 no Brasil.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo e ecológico, baseado em dados secundários. A coleta de dados ocorreu no Banco de Dados do Sistema Único de Saúde - DATASUS, tomando por referência os anos de 2000 a 2011, sendo complementada com pesquisas bibliográficas realizadas nos arquivos da Biblioteca Virtual em Saúde e no site do Ministério da Saúde. Efetuou-se análise descritiva dos dados, comparando as taxas de mortalidade por região, unidade da federação e capitais entre 2000 e 2011.
RESULTADOS:
No período de 2000 a 2011, o Brasil apresentou 33.397.413 casos de DDA. Distribuindo esse número por Regiões, temos: Nordeste - 12.643.203, Sudeste – 9.624.203, Norte – 4.461.610, Centro-Oeste – 3.415.974 e Sul – 3.252.423. O ano com maior número de casos foi em 2010 com 4.341.209. Quanto a mortalidade, o Brasil apresentou nesses anos um número de 53.551 mortes, com auge em 2006 (5364 mortes). A taxa de mortalidade por DDA em crianças menores de 5 anos no estado do Maranhão apresentou uma oscilação de 4,0%. A maior taxa foi observada em 2006 (8,6%) e a menor, em 2000 (4,0%). No Brasil, o MA está em oitavo lugar, com 6,0%, ficando atrás de Alagoas (9,8%), Pernambuco (8,0%), Ceará (7,9%), Roraima (7,3%), Mato Grosso do Sul (6,7%), Acre (6,5%) e Sergipe (6,3%). Os Estados com menor taxa são Rio grande do sul e Rio de Janeiro, ambos com 1,8%. São Luís está na segunda posição (4,5%) quando comparada com as demais capitais brasileiras. Observou-se que as Regiões Norte e Nordeste apresentam as maiores taxas de mortalidade. Vale ressaltar que essas regiões são as mais pobres do país.Apesar de a Região Sudeste ter apresentado um número elevado de casos da doença, o número de mortes foi inferior, o que mostra a importância da educação na saúde e no controle e tratamento das doenças.
CONCLUSÃO:
Sabe-se que o controle dessa doença deve-se a qualidade das águas, destino adequado de lixo e dejetos, controle de vetores, higiene pessoal e alimentar, além de educação em saúde. Conclui-se então que muito ainda deve ser feito para que essa situação se reverta e esses índices, por fim, declinarem. Deve-se, portanto, investir na educação básica. Além disso, é fundamental o incentivo a prorrogação do tempo de aleitamento materno, que é comprovadamente uma prática que confere elevada proteção às crianças.
Palavras-chave: Mortalidade, Doença diarréica aguda, Brasil.