64ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 5. Matemática - 3. Geometria e Topologia
RECONHECENDO FIGURAS GEOMÉTRICAS ESPACIAIS
Artemizia Rodrigues Sabino 01
Jucilene Vieira Barbosa 01
Karem Keyth Oliveira Marinho 01
Ivanei de Melo Rodrigues 02
Rita Dácio Falcão 03
Leide Maria Leão Lopes 04
1. Depto de Matemática, Centro de Estudos Superiores de Tabatinga-UEA
2. Escola Municipal de Limeira – Tabatinga-AM
3. Depto de Geografia, Centro de Estudos Superiores de Tabatinga-UEA
4. Depto de Matemática, Instituto Federal do Amazonas – IFAM
INTRODUÇÃO:
Este trabalho se deu em decorrência da dificuldade encontrada nos acadêmicos ao estudarem elementos da geometria espacial na academia e do alto índice de notas baixas nos vestibulares principalmente na área de matemática, mostrando que ainda há diversas lacunas em relação aos métodos usados na sala de aula. Os conteúdos muitas vezes são trabalhados somente de forma abstrata, e os discentes pouco conseguem resolver problemas relacionados a figuras geométricas espaciais. Partindo desse fato, realizamos aulas com alunos do ensino médio envolvendo teoria e prática, manipulando materiais a fim de desenvolver habilidade a partir da realidade destes. Em virtude disso, visou-se contribuir para a minimização das dificuldades encontradas nos alunos, aproveitando as experiências que os mesmos trazem consigo do meio em que vivem. Dessa forma, relatamos o desenvolvimento de experiências pedagógicas realizadas com alunos do 2º ano do Ensino Médio matutino da Escola Estadual Marechal Rondon no Município de Tabatinga – Amazonas. Assim, os alunos tiveram a oportunidade de refletir sobre as características de cada figura, relacionando-as a outros objetos e também calculando área e volume de cada uma delas, tornando-se sujeitos de seu aprendizado.
METODOLOGIA:
Durante as aulas usamos uma metodologia diferenciada através da manipulação de materiais como caixa de fósforos, embalagens de creme dental, embalagens de bolacha recheada em forma de cilindro, bola, chapéu de aniversário, tesoura, cartolina, cola, entre outros, levando o aluno a desenvolver habilidades como a de compreender, identificar, classificar e calcular áreas e volumes de figuras espaciais como prisma, pirâmide, cilindro, cones e esfera. Ao iniciar as aulas os alunos eram indagados sobre a figura em questão, se sabiam algo sobre elas, então mostrávamos a eles objetos e/ou embalagem que simbolizassem a figura estudada, destacando suas características particulares e seus elementos, e em seguida os mesmos davam outros exemplos presente em seu cotidiano. Após formamos grupos de cinco componentes, onde cada um recebeu para a construção da figura um molde planificado, papel cartão, lápis número dois, régua, tesoura e cola, então desenhavam e montavam a figura, depois mostramos na prática aos alunos como calcular a área e o volume da figura. Assim, cada grupo calculou a área e o volume da figura construída, usando a régua para medir a aresta e altura quando necessário, além disso, resolviam problemas contextualizados. Cada aula teve duração de quatro horas por figura estudada.
RESULTADOS:
Durante o desenvolvimento das aulas os alunos foram gradativamente se interessando, participando e dando suas opiniões, quando tinham dúvidas pediam para explicar novamente ou chamavam o professor e perguntavam. No inicio a grande maioria não sabia responder o que era um prisma, pirâmide, cilindro, cone ou esfera, mas mediante os modelos apresentados tudo se tornou mais fácil e até mesmo sem o docente perguntar eles já davam vários exemplos da representação da figura no dia a dia. Os objetos e embalagens facilitaram o entendimento do que é uma aresta, o vértice, a altura e outros elementos das figuras. Sem dúvida nenhuma, os modelos utilizados tiveram papel decisivo na assimilação das características destas figuras. Os grupos tiveram dificuldades em desenhar e montar as figuras, mas com o auxilio desse material perceberam a diferença entre as grandezas de área e volume, aprenderam na prática a solucionar problemas relacionados ao cálculo de área e de volume, onde também apresentaram um grau alto de dificuldade, pois tinham que interpretar problemas contextualizados, o que foi melhorando no decorrer das aulas. Assim, podemos afirmar que cerca noventa e cinco por cento dos alunos compreenderam o assunto.
CONCLUSÃO:
Pensar numa metodologia diferenciada para trabalhar figuras geométricas espaciais no ensino de matemática é uma das formas que poderá trazer novos significados para alunos do ensino médio ao proporcionar-lhes uma nova visão e novas formas de resolução de problemas, pois com o manuseio destas figuras os discentes não resolverão problemas apenas aplicando fórmulas, mas procuraram raciocinar de forma diferente, visto que, já conhecem cada uma delas e isso pode auxiliá-lo nessa resolução, pois cada problema requer uma interpretação e se o aluno conhece o objeto de estudo em questão interpretar os dados e solucioná-la, será apenas uma consequência. Percebemos o importante papel do professor como facilitador do conhecimento deixando-o acessível à linguagem de seus alunos, dando condições para que eles possam ser agentes ativos na construção da própria aprendizagem. Assim, consideramos que a metodologia utilizada colaborou de forma decisiva para uma aprendizagem mais efetiva dos alunos desmistificando que a matemática é só para os intelectuais.
Palavras-chave: Figuras espaciais, Metodologia diferenciada, Construção.