64ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 5. História - 8. História Regional do Brasil

Memórias da Bomba: Um estudo sobre a repercussão das explosões nucleares de Hiroshima e Nagasaki nos jornais baianos (1945-1946)

Ronaldo Evangelista Martins 1,2 Paulo Cezar Paim de Jesus 1,2 Marcelo Souza Oliveira 1,3

1. IF Baiano Campus Catu 2. Estudante do Ensino Médio Integrado ao Técnico 3. Prof./Orientador

INTRODUÇÃO:

A energia nuclear nos dias atuais é utilizada nas mais diversas áreas da ciência. Na medicina é utilizada tanto no diagnóstico quanto no tratamento de doenças complexas. Na Arqueologia é aplicada na datação de materiais fósseis. Na Agroindústria é usada para prolongar a vida útil dos alimentos. Além de ser utilizada como matriz energética em países com potencial hídrico eólico e solar pobres. Apesar de todos estes benefícios, quando se fala em energia nuclear ressurge na sociedade uma memória de desastre, catástrofe e a horrível imagem de um cogumelo nuclear e seu poder de destruição. Essa visão sobre a energia nuclear surge no fim da Segunda Guerra Mundial quando os Estados Unidos lança mão do poder de destruição da energia atômica para atacar as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. No período em que ocorre estes fatos a sociedade do mundo inteiro se encontrava no escuro acerca dos efeitos desse tipo de energia. A partir daí a mídia mundial, principalmente impressa, teve a chance de informar a sociedade sobre o que se passava no Japão e esclarecer sobre os problemas na utilização desse tipo de energia. Na época, os jornais impressos da Bahia tinham papel importante na difusão de notícias nacionais e internacionais para a sociedade baiana. O objetivo dessa pesquisa é tentar lançar uma luz sobre esse tema, procurando entender como se processou a repercussão desses fatos nos jornais da Bahia entre os anos de 1945 e 1946.

METODOLOGIA:

1. Revisão da literatura pertinente; 2. Levantamento das fontes disponíveis na Biblioteca Pública do Estado da Bahia; 3. Digitalização das fontes (fotografia); 4. Catalogação e inventário das fontes no formato digital; 5. Transcrição das fontes; 6. Cruzamento e análise das fontes à luz da bibliografia utilizada na revisão de literatura.

RESULTADOS:

Nas primeiras publicações após o ataque à cidade Hiroshima grande parte dos jornais publicados na Bahia afirmavam que a bomba representava o fim da guerra e defendiam o uso de uma segunda bomba para apressar a rendição japonesa: A maior parte das notícias veiculadas nos periódicos baianos eram informações oriundas de outros jornais, principalmente de países do grupo Aliado; Os jornais baianos procuraram explorar o assunto de forma sensacionalista ao mesmo tempo que tentavam justificar a atrocidade cometida pelos Estados Unidos; Os jornais informavam sobre as bombas atômicas mais não esclareciam sobre o que realmente estava se passando em Hiroshima e Nagasaki; Uma questão importante, que cabe lembrarmos é que as notícias que circulavam nos jornais baianos eram discutidas do perspectiva dos vencedores, já que o Brasil integrava os grupo dos Aliados.

CONCLUSÃO:

Os jornais conservadores informavam à sociedade sobre uma energia nuclear cercada de mitos e repleta de informações técnicas destorcidas. Ao mesmo tempo em que exploravam o assunto de forma um tanto sensacionalista, os jornais defendiam a posição dos Estados Unidos, na decisão de atacar o Japão. Dificilmente, eles informavam sobre o que realmente estava se passando nas cidades japonesas. As noticias que eram publicadas nos jornais Baianos vinham quase sempre de correspondentes de países aliados aos Estados Unidos, que sempre o defendia colocando-o sempre com razão, fazendo os Japoneses parecerem verdadeiros monstros, nunca falando detalhadamente sobre o que estava realmente se passando no Japão.

Palavras-chave: Hiroshima, Nagasaki, Jornais Baianos.