64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
OCORRÊNCIA E PARASITISMO DE FORÍDEOS PARASITÓIDES (DIPTERA: PHORIDAE) QUE ATACAM A FORMIGA CORTADEIRA Atta sexdens rubropilosa Forel (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA CIDADE DE PALMAS, TO
Kesia Abreu dos Santos 1
Helen Lima Aguiar 1
Marcos Antonio Lima Bragança 2
1. Curso de Ciências Biológicas. Universidade Federal do Tocantins - UFT
2. Prof. Dr./Orientador - Curso de Ciências Biológicas. Universidade Federal do Tocantins - UFT
INTRODUÇÃO:
As formigas cortadeiras dos gêneros Atta são vistas como sérias pragas em áreas de agricultura e de florestas implantadas, principalmente no setor que utiliza Eucalyptus spp. como matéria prima de celulose, e atualmente seu controle é feito principalmente por iscas formicidas à base de sulfluramida . Como alternativa ao controle químico, dentre vários inimigos naturais das formigas cortadeiras, os forídeos podem ser vistos como parasitóide em potencial, e adquirir grande importância no manejo de saúvas pragas. As formigas cortadeiras dos gêneros Atta (saúva) e Acromyrmex (quenquéns) são hospedeiras de cerca de 66 espécies de forídeos. Estudos realizados na região Sudeste do Brasil indicaram que, em geral, o índice de parasitismo natural dos forídeos em operárias de Atta é baixo, entre 2 e 4%, embora os ataques dessas moscas causem um impacto negativo sobre o forrageamento, fazendo diminuir o transporte de fragmentos vegetais para o ninho e aumentando o número de fragmentos abandonados nas trilhas. O presente estudo teve como objetivos conhecer as espécies de forídeos parasitóides que atacam a saúva Atta sexdens em uma área urbana de Palmas-TO, as suas características biológicas e saber se a sazonalidade interfere nos índices de parasitismo destes forídeos.
METODOLOGIA:
Este estudo foi realizado entre setembro de 2009 e agosto de 2011. Foram realizadas 43 coletas de operárias em três ninhos adultos de A. sexdens previamente marcados, de onde foram coletadas aleatoriamente cerca de 200 operárias enquanto voltavam para o ninho, sendo 100 operárias que carregavam fragmentos vegetais (cargas) e 100 operárias sem carga, em intervalos de aproximadamente 15 dias. As operárias de cada ninho foram colocadas em uma bandeja plástica, acondicionada em câmara climatizada a 26 ± 1ºC. Diariamente, as formigas mortas foram retiradas e guardadas individualmente em tubos de ensaio. Após dois dias foi verificado sinais externos de parasitismo no corpo das operárias. Aquelas que não apresentavam sinais de parasitismo, ou seja, pupas dos parasitóides, foram dissecadas para verificar a presença de larvas de forídeos em seu corpo. As formigas com pupas de parasitóides foram guardadas e esperou-se 25 dias para a emergência dos forídeos.
RESULTADOS:
Foram coletadas 27.248 formigas, sendo que um total de 714 operárias (2,6%) estavam parasitadas por forídeos, sendo 294 (1,1%) com carga, 420 (1,5%) sem carga, além de 20 larvas. Destas, 503 (70,4%) operárias estavam parasitadas por Myrmosicarius grandicornis, 262 (24%) por Neodhorniphora spp., 10 (1,4%) por Apocephalus attophilus e nove (1,26%) por Apocephalus vicosae. Emergiram forídeos de 424 formigas parasitadas. Com relação ao parasitismo por A. attophilus, de 3 a 9 larvas saíram de cada formiga pela boca, que empuparam distante do hospedeiro, nas paredes do tubo de ensaio. Nas operárias parasitadas por M. grandicornis, Neodohrniphora spp. e A. vicosae somente uma larva por hospedeiro se desenvolveu. Considerando o total de formigas parasitadas encontradas nesse estudo (714), nos meses onde a precipitação foi baixa, poucas ou nenhuma formiga parasitada foi encontrada. Nos meses de janeiro a maio, quando a precipitação e umidade foram maiores, comparado aos outros meses do ano, foram encontrados mais exemplares de Neodohrniphora, A. vicosae e A. attophilus. Porém, M. grandicornis foi encontrada em todos os meses do ano.
CONCLUSÃO:
Foram encontradas pelo menos quatro espécies de forídeos: M. grandicornis, Neordoniphora spp., A . attophilus e A. vicosae, que demonstraram diferentes características de parasitismo. No período em que precipitação e umidade foram maiores quando comparado a outros meses do ano, foi registrado uma maior taxa de parasitismo.
Palavras-chave: Controle biológico, Comportamento, Formigas cortadeiras.