64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática |
VARIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA DA LAGOA BEIRA RIO, IMPERATRIZ – MA |
Nayara Dos Santos Lima 1 Viviane Pereira Mesquita 2 Dalila de Deus Sousa Henrique 3 Francisco Geovanny Negreiros Mendes 4 Maria de Queroz Carneiro Silva 5 Marcelo Francisco da Silva 6 |
1. Curso de Ciências Biológicas, UEMA, Imperatriz – MA 2. Curso de Ciências Biológicas, UEMA, Imperatriz – MA 3. Curso de Ciências Biológicas, UEMA, Imperatriz – MA 4. Departamento de Química e Biologia, UEMA, Imperatriz – MA 5. Departamento de Química e Biologia, UEMA, Imperatriz – MA 6. Prof. Esp./ Orientador – Departamento de Química e Biologia, Imperatriz – MA |
INTRODUÇÃO: |
Os ecossistemas aquáticos são complexos dinâmicos que sofrem influência de um conjunto de condições hidrológicas, A produção primária refere-se à fixação de carbono inorgânico, e à produção líquida, ou bruta de matéria orgânica a partir da fotossíntese. Dentre os fatores importantes relacionados à produtividade primária a disponibilidade de nutrientes e a intensidade luminosa são fundamentais para otimizar a produção de biomassa em ecossistemas aquáticos. Portanto, a dinâmica dos compostos orgânicos e inorgânicos tem um papel fundamental na produtividade em diversos ecossistemas aquáticos. O estudo da avaliação das concentrações de oxigênio dissolvido em corpos hídricos lênticos, é de grande importância para o entendimento da dinâmica da biota destes habitat. O oxigênio disponível nesses ambientes é resultante principalmente do processo fotossintético realizado por algas planctônicas presentes na região do epi e mesolímno. Deste modo, o processo fotossintético está relacionado com a concentração de pigmentos de clorofila, fazendo com que este seja um indicador de biomassa e produtividade. Desta forma, o objeto do presente estudo foi avaliar a produtividade primária na lagoa Beira Rio em Imperatriz - MA. |
METODOLOGIA: |
As amostras para caracterização da variação dos pigmentos envolvidos no processo de fotossíntese foram coletadas na área central da lagoa Beira Rio em coletas horárias ao longo de cinco horas. A metodologia utilizada para a coleta de água seguiu as recomendações de CETESB (1990) e APHA (1992). As amostras foram filtradas em filtros com porosidade de 0,47μm e extraídas em acetona 90% durante 24 horas a frio, sendo então lidas em espectrofotômetro UV-Vis 800XI da FEMTO. A concentração de clorofilas a, b e c foi obtida através da equação tricromática. A caracterização vertical dos teores de O.D, Saturação de O.D. e temperatura, foi realizada através de coletas na região limnética, a profundidades de 15 cm, 1 m, 2 m e 3 m. O Déficit Absoluto de Oxigênio (AOD) foi estimado através da diferença entre a concentração de oxigênio e a saturação de oxigênio na mesma profundidade. As análises de produção primária foram realizadas através do método da evolução do oxigênio durante a fotossíntese após intervalos de incubação in situ de 1, 2, 3, 4, 5 e 6 horas (período de maior insolação), através do método titrimétrico de WINKLER (APHA, 1992). A análise de variância univariada e de correlação entre os dados foi realizada com o auxílio do software Mystat 10. |
RESULTADOS: |
De uma maneira em geral o oxigênio dissolvido mostrou uma tendência em diminuir com a profundidade, As variações nas concentrações de oxigênio dissolvido entre as profundidades mostraram diferença significativa. De uma maneira em geral, os valores da temperatura mostraram uma tendência em diminuir com a profundidade. Contudo, as variações nos valores da temperatura não apresentaram diferenças significantes. Os teores de OD (F=35,615, P=0,000) e pH (F=43, 337, P=0,000), sofreram uma variação altamente significante. A clorofila a foi o pigmento que apresentou as maiores variação dentro do período amostral. As concentrações de clorofilas b, apesar de terem sofrido uma menor variação, corroboram com a hipótese do gradual aumento da produtividade ao longo do período diurno. A análise de correlação linear entre os pigmentos e os parâmetros físico-químicos analisados, demonstrou uma elevada correlação entre o oxigênio dissolvido, e saturação de OD, e as concentrações de clorofila a, clorofila b e feofitina. A avaliação da produtividade primária realizada no centro da região limnética da lagoa demonstrou uma maior produtividade aparente, 331,59 mgCm3h-1, com uma hora de incubação. Enquanto que o maior valor para produtividade total, 221,06 mgCm3h-1, foi obtido com um período de incubação de 3 horas. |
CONCLUSÃO: |
A variação vertical do oxigênio dissolvido ao longo da coluna d’água na região limnética demonstrou um comportamento similar na superfície e nas profundidades de 1 e 2 metros. A partir da profundidade de 2 metros foi observado um déficit no teor de oxigênio dissolvido, caracterizando a transição entre o mesolímno e o hipolímno. O comportamento nas concentrações dos pigmentos analisados ao longo do estudo e as correlações, positivas e negativas, obtidas, respectivamente, entre estes e o oxigênio dissolvido e a temperatura e salinidade, corroboram com a hipótese de que a lagoa Beira Rio encontra-se sob acelerado processo de eutrofização. Os resultados obtidos indicam que, apesar da eutrofização sofrida pela lagoa, a relação entre a produção e o consumo de oxigênio no epilímno, principalmente na região limnética, está sob equilíbrio dinâmico, havendo um superávit na fixação de carbono e liberação de oxigênio durante o período diurno e um gradual declínio neste durante o período noturno, levando a um déficit real no início do dia. |
Palavras-chave: Eutrofização, Produtividade Primária, Limnologia. |