64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 3. Clínica Médica
RINOSSINUSITE COMO COMORBIDADE EM PACIENTES ASMÁTICOS DO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA AO PACIENTE ASMÁTICO
José Alvaro Amaral Júnior 1
André Luiz de Araújo Mendes 1
João Victor Peres Lima 1
Hugo César Martins Lima 1
Mariana Azevedo Sousa 1
Maria do Rosario da Silva Ramos Costa 2
1. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Medicina
2. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Medicina I
INTRODUÇÃO:
A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com trata¬mento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. Estima-se que 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de asma, com 250.000 mortes anuais atribuídas à doença. Quase todas essas mortes são evitáveis e estão frequentemente relacionadas com a falta de tratamento adequado. Atualmente, a distinção estabelecida entre asma e rinossinusite vem sendo progressivamente substituída pelo conceito de que elas representam uma inflamação contínua, denominada síndrome alérgica respiratória única.
O presente estudo objetiva estimar a prevalência da Rinossinusite como comorbidade nos pacientes portadores de asma brônquica em acompanhamento em um serviço estruturado no atendimento específico para Asma. Tal estudo faz-se relevante por servir como ferramenta que visa proporcionar melhora no quadro clínico destes pacientes atendidos com o manejo correto da Asma e das comorbidades associadas, principalmente a rinossinusite, com consequente melhora da qualidade de vida.
METODOLOGIA:
Estudo baseado na análise retrospectiva dos prontuários de 283 pacientes em acompanhamento regular (periodicidade trimestral das consultas) no Programa de Assistência ao Paciente Asmático (PAPA) do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA). A análise dos pacientes deu-se quanto à presença ou ausência de coexistência de asma e rinite e/ou sinusite e a prevalência destas em homens e mulheres. Foram excluídos pacientes que não frequentavam as consultas trimestralmente e que não faziam o uso correto das medicações.
RESULTADOS:
Os 283 pacientes portadores de asma brônquica selecionados, 73 (25%) do sexo masculino e 210 (75%) do sexo feminino. Destes, 113 (40%) pacientes não apresentavam nenhuma comorbidade associada aos fatores desencadeantes da asma. Os 170 (60 %) pacientes restantes apresentavam alguma comorbidade. A Rinossinusite foi a comorbidade de maior prevalência, presente em 142 (83,5%) pacientes. Dentre os pacientes da amostra de asmáticos que também apresentavam Rinossinusite associada, 93 (65%) pacientes apresentavam sintomas intermitentes e 49 (35%) apresentavam sintomas periódicos. Outras patologias como hipertensão arterial sistêmica, osteoporose, diabetes mellitus e etilismo também foram detectadas, entretanto não tiveram valores significativos para serem relatados.
CONCLUSÃO:
A rinossinusite está comumente associada a asma e as evidências sugerem uma relação de causa e efeito, isto é, que esta pode desencadear ou exacerbar a asma, levando a descompensação. A presente pesquisa revelou que 60 % dos pacientes que realizavam acompanhamento para controle da asma brônquica, periodicamente, apresentavam comorbidades associadas. A Rinossinusite foi a mais prevalente, totalizando 83,5% dos casos em que havia alguma doença associada à asma brônquica.
Faz-se de sumária importância a realização de novos estudos para o adequado manejo clínico da Asma Brônquica e das comorbidades associadas, possibilitando melhora na qualidade de vida dos pacientes e manutenção deste estado.
Palavras-chave: Asma, Rinossinusite, Comorbidade.