64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 5. Ciências Florestais
BIOMASSA AEREA EM TRÊS DIFERENTES USOS DE TERRA NO NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA ORIENTAL
Clóvis Henrique Nascimento de Freitas 1
Natália do Amaral Mafra 1
Elayne Oliveira Lima 2
Lívia Lobato Teixeira da Costa 3
Luiz Gonzaga da Silva Costa 4
1. Bolsista PET-Florestal - Universidade Federal Rural da Amazônia
2. Acadêmica do Curso de Engenharia Florestal - Universidade Federal Rural da Amazônia
3. Engenheira Florestal - Universidade Federal Rural da Amazônia
4. Prof. Dr./ Orientador - Universidade Federal Rural da Amazônia
INTRODUÇÃO:
O histórico de uso da terra no nordeste paraense reflete a utilização de áreas para cultivos agrícolas temporários e o seu posterior abandono, resultando em um atual mosaico de florestas secundárias (VIEIRA et al., 2003). Essa mudança na paisagem se estende as matas ciliares remanescentes que apesar de sua importância e de estarem amparadas por leis ambientais específicas, tais áreas continuam sendo desmatadas em quase todas as regiões do País, devido principalmente à ocupação irregular do espaço, expansão das áreas urbanas e das atividades agropecuárias (NUNES; PINTO, 2007).
Embora a biomassa não seja um serviço ecossistêmico (Daily, 1997) ela tem sido usada como um indicador para valorar os serviços ecossistêmicos (Portela e Rademacher, 2001), uma vez que ela influencia a hidrologia, erosão, ciclagem de nutrientes, estoque de carbono e a diversidade biológica.
Usando a biomassa como um parâmetro estrutural do ecossistema e como um indicador de serviço ecossistêmico, o objetivo deste trabalho foi comparar a biomassa área em três áreas com diferentes tipos de uso da terra localizadas no nordeste paraense.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado na Estação Experimental de Castanhal, Universidade Federal Rural da Amazônia, próximo à cidade de Castanhal (1° 19´S, 47° 57´W), no nordeste paraense.
Foram realizados levantamentos da biomassa aérea em três diferentes estratos e tipos de uso da terra: Floresta Secundária (FS), Mata Ciliar (MC) e Plantio de Açaí (Euterpe oleracea Mart.)(PA). Na parcelas de 2m x 10m (20m²) foram inventariados os indivíduos com circunferência a altura do peito (CAP) ≥ 30cm que constituem o Estrato Superior. Nas subparcelas de 1x 10m (10m²) foram inventariados os indivíduos com CAP < 30cm e altura ≥ 2m, constituindo o Estrato Médio, e nas subparcelas de 0,5m x 0,5m foram coletados todos os indivíduos, compondo o Estrato Inferior e, nas mesmas subparcelas foram coletadas a necromassa.
As biomassas aéreas do estrato Superior e Médio foram calculadas através de métodos indireto utilizando equações alométricas e para o estrato inferior e a necromassa a massa seca foi obtida, através de método direto, com a secagem do material em estufa até obter peso constante.
RESULTADOS:
A maior biomassa total foi encontrada na Floresta Secundária (17.74516 Mg/ha -1), seguida pela Mata Ciliar (10.67792 Mg/ha-1) e Plantio de Açaí (5.838411 Mg/ha-1). Isto pode ter ocorrido devido à diferença da cobertura vegetal entre áreas estudas.
O Estrato Superior representou (MC: 6.887% e FS: 15.326%), Estrato Médio (MC: 0.412% e FS: 21.230%), Estrato inferior (MC: 4.590%; FS: 4.663% e PA: 18.442%) e Necromassa (MC: 88.111%; FS: 58.781% e PA: 81.558%). Foi observado que nos três tipos do uso da terra a necromassa foi a que mais contribuiu para a biomassa total, isto pode ter sido ocasionado pela forte competição por água, luz e nutrientes nas diferentes áreas.
Para o Estrato Superior e Estrato Médio não houve diferença significativa (p >0,05) entre FS e MC. Isto pode ser justificado pela forte degradação da Mata Ciliar.
Com relação ao Estrato Inferior e Necromassa não houve diferença significativa (p >0,05) entre FS, MC e PA. Isto pode estar relacionado a influencia dos tratos culturais que são aplicados no Plantio de Açaí, favorecendo a germinação de vegetação espontânea.
CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos na avaliação da biomassa aérea confirmam os índices de degradação das áreas do nordeste paraense.
Palavras-chave: uso da terra, biomassa, nordeste paraense.