65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE RISCO DE TRABALHADORES RURAIS E AGROPECUARISTAS SOBRE O USO DE AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO-PE.
Arnaldo Medeiros Gonçalves Júnior - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE/ UAG
Carolina de Andrade Moreno Fernandes - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE/ UAG
Maria das Graças Santa Rosa - Profa. Ms.- Estação Experimental de Carpina - UFRPE
Luiz Antonio Rodrigues dos Santos - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE/ UAG
Vanilson Pedro da Silva - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE/ UAG
Vânia Albino Macário - Zootecnista. Ms. - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE/ UAG
INTRODUÇÃO:
A exposição humana a agrotóxicos tem se tornado um grave problema de saúde pública, representando uma das mais perigosas formas de intoxicação aos trabalhadores rurais que manuseiam estes produtos, podendo causar patologias, as mais variadas possíveis. Estima-se que dois terços dos agrotóxicos existentes sejam utilizados na agricultura, corroborando para a exposição tanto dos que os manuseiam, como daqueles que consomem os alimentos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A pesquisa teve por finalidade avaliar a percepção de risco dos trabalhadores rurais e agropecuaristas quanto à exposição aos agrotóxicos e caracterizar o perfil sociocultural.
MÉTODOS:
Foi realizado estudo analítico e quantitativo. Foram investigados fatores sócio – culturais, sendo avaliados em relação à percepção dos riscos causados pela exposição à agrotóxicos por trabalhadores rurais e agropecuaristas do Município de São João- região agreste do Estado de Pernambuco. A amostra populacional foi de 50 indivíduos, aos quais foram aplicados questionários individuais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os entrevistados foram do sexo masculino, com faixa etária de 48% entre 20 e 40 anos, 40% entre 41 e 60 anos e 12% acima de 61 anos. 68% dos entrevistados são proprietários e 32% eram trabalhadores rurais. 100% dos entrevistados utilizam agrotóxicos manualmente. 56% dos trabalhadores utilizam como ferramentas de EPI, luvas e botas, 4 % não sabiam o que era EPI. 34 % já se sentiram mal após a aplicação do produto e 10% já se intoxicaram. 48% informaram que as roupas sujas de agrotóxicos lavadas junto à roupa da família, 52% disseram que não. Em relação ao grau de escolaridade, 18%declararam ser analfabetos, 60% tem o 1º grau, 20% apresentam o 2º grau e 2% tem o 3º grau. Quanto ao hábito de ler o rótulo antes de utilizá-los, 65% leem, 34% não leem, sendo as informações contidas nos rótulos compreendidas por apenas 11 entrevistados. Quando perguntados se seguiam ao que é indicado no rótulo, 16% responderam sim, 48% não e 36% às vezes. 44 % receberam orientação sobre modo de aplicação, dose e cuidados no momento da compra, 56% não. Quanto ao destino das embalagens vazias, 16% devolvem ao comerciante, 20% deixam no campo, 10% colocam no lixo doméstico, 12% enterram e 42% queimam.
CONCLUSÕES:
Os resultados deste estudo demostrou que os trabalhadores têm percepções diferentes em relação aos possíveis riscos causados pelo uso e exposição aos agrotóxicos a saúde humana e ambiental, além de sugerir a necessidade da atuação dos órgãos competentes de saúde local no sentido de estimular a prevenção e o desenvolvimento de ações integradas e interdisciplinares, bem como apontar estratégicas alternativas de sistema de plantio
Palavras-chave: Saúde Pública, Agricultura, Intoxicação.