65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 2. Filosofia
A LÓGICA HEGELIANA E O IDEALISMO ALEMÃO
Baltazar Macaíba de Sousa - Universidade Federal da Paraíba - UFPB
Gleidimar Alves de Oliveira - Faculdade Santa Emília de Rodat
INTRODUÇÃO:
O trabalho analisa como a lógica hegeliana é um método filosófico oposto ao idealismo de Kant, de Fichte e de Schelling, porque o sistema de Hegel é a ciência do real e do seu conhecimento, em que “o real é racional e o racional é real” e comparece como uma espécie de reconciliação da ideia com a realidade. Significa que reflete a razão na história, no seu devir interminável, sobretudo quando se esmera em passar o conhecimento de forma necessária e universal, numa perspectiva dialética e de sua presentificação. Na lógica hegeliana há uma concepção da razão que tem por premissa a compreensão dos processos históricos e a tomada de posição frente a eles, no sentido de compreendê-los e transformá-los, evidenciando que o sistema hegeliano se separa do idealismo alemão.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objeto de investigação em revelo é a lógica de Hegel como método de reflexão filosófica, analisa-se a lógica hegeliana como a ciência do real e do seu conhecimento, tendo como propósito separá-la do método do idealismo alemão, evidenciando como a lógica do hegelianismo estabelece outro paradigma, um novo sistema filosófico.
MÉTODOS:
Quanto à metodologia, recorreu-se aos estudos e análises de textos bibliográficos, pesquisas e exploração dos centros virtuais de investigação filosóficas e científicas em universidades. A pesquisa encaminhou-se tendo como fonte as obras de Hegel publicadas a partir de 1807 com o texto Fenomenologia do Espírito e as análises foram desenvolvidas tomando como base o pensamento exposto principalmente na obra Ciência da Lógica. Portanto, foi uma pesquisa teórica e filosófica sobre o sistema hegeliano que se insere nas reflexões sobre lógica sendo “o sistema da razão pura, como o reino do puro pensamento” e como a verdade “em si e para si”, sem rodeios e mistérios.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados da pesquisa confirmam que são nas obras de Hegel publicadas a partir de 1807 que encontramos a explicitação do sistema hegeliano e os elementos de ruptura com o idealismo alemão, sobretudo quando a que a realidade é dialética e não o pensamento, mas o real é dialético como a síntese de múltiplas determinações. Desse modo, na lógica a essência mantém-se “idêntica e invariável”, porque as metamorfoses e mudanças são simples fenômenos captados pelos sentidos, tocados pela sensibilidade e intuídas. A lógica divide a realidade em duas partes: essência e aparência, forma e conteúdo. Logo, a ideia hegeliana sobre a essência e aparência confronta-se com o pensamento kantiano (lógica transcendental), e com o idealismo germânico; a aparência do sistema hegeliano é só um momento da essência, pois esta não está fora do objeto e não é transcendental, ou seja, não é a explicação do idealismo alemão de Fichte e Schelling nem o de Kant da coisa em si, impossível de se conhecer, incognoscível.
CONCLUSÕES:
As conclusões são de que na obra Ciência da Lógica, que se encontra metodologicamente nos textos maduros do pensamento hegeliano, há um esforço para se construir um sistema que se distinguiu e desenvolveu-se contra as reflexões filosóficas do idealismo alemão em relação ao método. Portanto, a lógica hegeliana é uma das manifestações dos séculos XVIII e XIX, que tomou para si o desafio de colocar no plano do puro pensamento a apreensão do mundo a partir da totalidade concreta, princípio da lógica, que não só eleva a realidade ao pensamento como também procura desdobrar as ideais (o pensamento) em forma material no sentido de superar criticamente “a coisa em si” do idealismo kantiano.
Palavras-chave: lógica, hegeliano, idealismo.