65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral
PRÁTICAS E VIVÊNCIAS EDUCATIVAS NA PREVENÇÃO ÀS PARASITOSES NEGLIGENCIADAS NA ESCOLA CÍCERO FRANKLIN CORDEIRO, RECIFE-PE.
Suellen Claudia de Barros - Universidade de Pernambuco
Bruno Severo Gomes - Micologista do Departamento da UFPE.
INTRODUÇÃO:
A industrialização, a urbanização, a falta de informação daqueles que estão à margem da sociedade e a falta de conscientização sobre higiene contribuem para o aparecimento de parasitoses negligenciadas, que não só prevalecem em condições de pobreza, mas também contribuem para a manutenção da desigualdade e representam um forte entrave no desenvolvimento do país (FILHO, 2004). Entre as parasitoses negligenciadas, destacam-se as enteroparasitoses que comprometem o desenvolvimento físico e cognitivo de crianças (OMS, 2011). A realização de estudos de educação em saúde em comunidades escolares é de fundamental importância já que a maioria das escolas públicas alberga crianças carentes e expostas a precárias condições de moradia e higiene (OMS, 2011). O presente trabalho tem o objetivo de sensibilizar e conscientizar sensibilizar alunos do 7º ano do ensino fundamental a adotar medidas capazes de minimizar o efeito das parasitoses negligenciadas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Sensibilizar e conscientizar alunos de escola pública através de práticas e vivências educativas na prevenção a algumas das parasitoses negligenciadas no estado de Pernambuco.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado em fevereiro de 2013 com 89 alunos, com faixa etária de 12 a 14 anos, do 7º ano do ensino fundamental, da Escola Cícero Franklin Cordeiro, localizada no bairro do Ibura na cidade do Recife-PE. Após a aceitação da participação no estudo por meio do consentimento livre e esclarecido, foram realizadas três visitas à escola para a realização de testes (pré-teste e pós-teste) de conhecimentos e palestra sobre parasitoses negligenciadas. Na primeira visita foi aplicado o pré-teste que serviu como parâmetro para avaliar o nível inicial de conhecimento dos alunos. Na segunda visita, foi ministrada uma palestra sobre parasitoses negligenciadas (Esquistossomose, Doença de Chagas, Filariose, Ascaridíase, Ancilostomíase e Tricuríase), contando com recursos lúdicos como um jogo da memória (com cartas com figuras e nomes das doenças parasitárias abordadas) e um frasco de vidro contendo o parasito A. lumbricoides. Após a palestra e utilização dos recursos anteriormente mencionados, os estudantes foram divididos em grupos para que trabalhassem na confecção de cartazes que seriam um guia sobre formas de prevenção das parasitoses abordadas. Os alunos ganharam uma cartilha com tudo o que foi apresentado na palestra. Na terceira visita, foi aplicado um pós-teste com as mesmas perguntas utilizadas no pré-teste, com o objetivo de verificar e avaliar o conhecimento adquirido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Participaram do estudo 89 alunos, através da análise de dados referentes aos pré-testes aplicados. Os resultados demonstram a ausência de informação de alguns alunos, dos 89 alunos, 53,93% acertaram uma questão, 29.21% acertaram duas questões, 14,61% acertaram três questões e 2,25% acertaram quatro. Em relação aos pós-testes, houve uma melhora considerável nos resultados, onde dos 89 alunos, 35,96% acertaram três questões, 30,34% acertaram quatro questões, 13,48% acertaram cinco questões, 16,85% acertaram duas questões e 3,37% acertaram uma questão. Esses resultados mostram a necessidade de ferramentas pedagógicas para aumento do nível educacional no grupo estudado. A educação em saúde neste contexto busca alternativas que promovem uma continua reflexão voltada á mudanças de hábitos, e assim minimizando os casos de parasitoses (MARINHO et al., 2002).
CONCLUSÕES:
De acordo com os resultados apresentados pelos pós-testes, pode-se concluir que foi possível a sensibilização dos alunos, através das práticas e vivências educativas voltadas para a construção de saberes na área de parasitologia e saúde pública. As atividades foram de grande relevância para um aumento do nível educacional na prevenção das doenças parasitárias, sensibilizando e ajudando os alunos a adquirir novos hábitos e cuidados com a saúde. Assim, através de práticas intervencionistas de educação em saúde pode-se contribuir para adoção de medidas preventivas capazes de minimizar as parasitoses negligenciadas no estado de Pernambuco que é uma problemática pública de saúde.
Palavras-chave: Educação em saúde, Crianças e adolescentes, Parasitos.