65ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 6. Fundamentos e Crítica das Artes
Espaços expositivos e exposições de arte: a relação entre a pintura moderna e as exposições de arte
Maryella Gonçalves Sobringo - Programa de Pós-Graduação em Arte - UnB
Elisa de Souza Martinez - Profa. Dra./Orientadoras - Instituto de Artes - UnBNeste trabalho apresentamos a
INTRODUÇÃO:
Neste trabalho apresentamos algumas reflexões realizadas durante a pesquisa iniciada no PPG/UnB, em Teoria e História da Arte. Apresentamos uma relação entre a história das exposições de arte moderna e a pintura moderna, por meio de alguns apontamentos a fatos importantes. Dentre estes fatos, citamos os Salões Parisienses do século XIX, as Exposições Universais e algumas mostras realizadas pelos pintores impressionistas, Gustave Courbet e Edouard Manet. Chamamos atenção para a ideal do “cubo branco”, refletindo sobre a possível neutralidade desta maneira de expor obras de arte: é possível desvincular as obras de arte do seu contexto de exibição? Para desenvolver esta reflexão, os autores de referência foram Brian O’Doherty, Douglas Crimp e Sonia del Castillo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar as diferentes relações que podem ser estabelecidas entre obras de arte e seus contextos expositivos, que gerem uma variedade de possibilidades interpretativas. Refletir sobre o processo concepção das exposições de arte, com base na disponibilidade de acervos e propostas curatoriais.
MÉTODOS:
A metodologia se apoiou na articulação das reflexões resultantes do estudo de obras que abordam a história das exposições de arte, a pintura moderna e discursos institucionais na historiografia da arte brasileira.
Inicialmente, pretende-se estudar características principais da coleção do Banco Central e a como foi o seu processo de constituição. Para isso, será necessário o contato com a equipe do BC para solicitar informações mais específicas.
Também fará parte do processo metodológico o contato direto com as obras, para a seleção e estudo de trabalhos que sejam relevantes para o desenvolvimento da pesquisa, após visitas à Reserva Técnica e às exposições, para análise das obras em contexto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Existem lugares e modos variados de apresentar obras de arte, como praças públicas, igrejas, casas, exposições em museus e galerias. Optamos por considerar somente exposições de arte como objeto de estudo, partindo da hipótese de que a realização de tais mostras pode contribuir para reflexões e abordagens da história da arte brasileira. Assim, após fazer um histórico sobre a história das exposições, ao analisar o impacto das concepções de espaço resultantes do desenvolvimento da pintura moderna, percebemos como as concepções de espaço se refletem na escolha de obras e na interpretação de obras de arte dentro de um contexto expositivo.
CONCLUSÕES:
Não existe contexto de exposição neutro. As relações de poder estabelecidas no campo artístico podem ser identificadas em contextos diversos, onde o poder é exercido pelas instituições da arte (museus, galerias, história da arte) controlam o sistema há pouco descrito, e por mais que se busque neutralidade. O fato é que a busca pela neutralidade não parece ser uma novidade do início do século XX. Ainda no século XIX, na França pós-revolução, muitos monumentos foram destruídos, e para salvaguardar as obras de arte, espaços neutros foram criados,de forma a a retirar destas obras toda a significação religiosa ou monárquica que poderiam carregar. O Estado acabou por ser proprietário e outra carga simbólica passou a ser vinculada ao museu
Palavras-chave: Exposição de Arte, Contexto, Interpretação da obra de arte.