65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
AVALIAÇÃO DA TEORIA À PRÁTICA NA VISÃO DOS ATORES ENVOLVIDOS
Lucinalva Ferreira - Depto. de Ciências Humanas – IFTO/Campus Araguatins
Geane Ferreira da Silva - Acadêmica de Licenciatura em Computação – IFTO/Campus Araguatins
INTRODUÇÃO:
Pensar em avaliação como um processo de crescimento do ser humano é fazê-la de forma diagnóstica, a fim de identificar as dificuldades do aluno para então contribuir em uma aprendizagem formativa em toda sua trajetória estudantil. No artigo 24, inciso V, alínea a da LDB 9394/96, ressalta que “a avaliação deve ser contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados”. , Sabe-se que a avaliação deve acontecer em todos os momentos de nossas vidas. Portanto, de acordo com Villas Boas(2004) : “A avaliação existe para que o professor se conheça o que o aluno aprendeu e o que ele ainda não aprendeu para que se providenciem os meios para que ele aprenda o necessário para a continuidade dos estudos”.
Para o aluno a avaliação é um instrumento de tomada de consciência de suas conquistas e dificuldades. Já para o professor deve favorecer reflexão contínua de sua prática pedagógica, contribuindo com a construção de um planejamento que atenda às reais necessidades dos alunos. Assim, esta pesquisa foi de fundamental importância para que os acadêmicos visualizassem na prática como acontece a avaliação nos diversos níveis de ensino e discutissem com os atores envolvidos a visão sobre esse processo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A pesquisa teve como objetivo instigar os acadêmicos de Licenciatura em Computação do IFTO Campus Araguatins a visualizarem teoria e prática no que diz respeito ao processo de avaliação adotados nas escolas de educação básica nos municípios de Aaguatins, Augustinópolis , Axixá e Praia Norte do Estado do Tocantins.
MÉTODOS:
Essa pesquisa foi parte integrante da disciplina de Avaliação do Ensino e da Aprendizagem, oferecida no VI período de Licenciatura de Computação no IFTO/Campus Araguatins. Após as aulas teóricas, os acadêmicos foram organizados em grupos conforme suas cidades de origem, para selecionarem o material referencial e após elaborar questionários com questões abertas e fechadas para serem aplicados aos três segmentos pais, alunos e professores, dependendo do nível oferecido pela escola que seria pesquisada. Após observação apresentação da proposta para a equipe diretiva da referida escola, foram realizadas observações para depois aplicarem os questionários para 10% dos alunos, 20% dos professores e 10 % dos pais. Para os professores foram deixados os questionários e colhidos posteriormente. Aos alunos, aproveitou-se momento de intervalo e/ou trocas de professores, onde eram apresentada a temática e após discussão em grupo, esses respondiam aos questionários. Já aos pais aconteceu de forma aleatória, aproveitando momentos em que estes foram até a escola para tratar de assuntos referentes ao aprendizado dos filhos e/ou em casa, após consulta a endereço na escola. Na maioria dos casos os pais foram encontrados no horário de almoço e/ou jantar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos professores, na sua maioria atua na gestão há mais de 18 anos, com carga horária de 40 horas. Na educação infantil, acreditam que avaliação é um processo contínuo, pois os alunos, aprendem de forma gradativa; já 20% afirmam que a avaliação serve apenas para medir conhecimento. 80% relataram que os pais atrapalham quando fazem a atividade pelo filho ou deixa de acompanhá-lo na execução desta. No ensino fundamental e médio, os professores afirmam que há desinteresse dos alunos o que interfere no processo avaliativo. Afirmaram que nem sempre a nota significa aprendizagem, por isso deve ocorrer a avaliação contínua e os alunos quando acompanhados pela família tem um melhor rendimento escolar.
Dos pais, 73% disseram que acompanham os filhos, no entanto quanto aos maiores, encontram dificuldades em acompanhá-los, pois estes não querem interferência na vida escolar. Afirmaram que o necessário para o processo de ensino e aprendizagem.
Os alunos a partir do 4º ano afirmaram que gostam da forma que são avaliados e 65% disseram que nem todos os professores avaliam de forma correta quando utilizam apenas uma avaliação escrita e disseram que só estudam na semana de avaliação, por isso não gostam das provas surpresas.
CONCLUSÕES:
Acredita-se que com esta atividade foi possível alcançar os objetivos pois os acadêmicos foram instigados a verificar as bases teóricas sobre avaliação e verificar como essa acontece na prática, fazendo um paralelo entre as formas de pensar de professores de todos os níveis e de realidades diferentes.
O que se percebe é que muitos professores ainda pensam a avaliação como momento de medir conhecimentos sem uma reflexão mais profunda sobre a temática.
Percebe-se que o pai, aos poucos, tem despertado para o seu papel no processo de acompanhamento dos filhos na vida escolar.No entanto, alguns deixam claro que já não estabelecem limites e por isso deixam a dever de educar exclusivamente por parte da escola.
Como dificuldade alcançada pelos acadêmicos na coleta de dados foi a resistência dos professores em colaborar nesse processo. Como positivo apresenta-se a relação entre a equipe diretiva com os alunos da educação infantil.
Como sugestão para melhorar o processo de avaliação da aprendizagem a fim de troná-la transformadora apresenta-se as propostas dos alunos que solicitam avaliações em ambientes diferenciados, através de redação e leituras interativas; jogos e discussão em forma de debate e construção coletiva.
Palavras-chave: Aprendizagem, Acompanhamento, Conhecimentos.