65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
PESQUISA DE REFLEXÃO CRÍTICA EM CONTEXTO DE COLABORAÇÃO: TRABALHO REALIZADO COM AS PESQUISADORAS DO GRUPO LEFoPI E AS 22 COORDENADORAS DAS CRECHES PÚBLICAS DE JUIZ DE FORA
Alice de Paiva Macário - Faculdade de Educação - UFJF
Daiana Aparecida Marques de Amorim - Faculdade de Educação - UFJF
Lilian Marta Dalamura Gomes - Faculdade de Educação - UFJF
Valéria Lomar Petrato - Faculdade de Educação - UFJF
Vanessa Almeida Stigert - Faculdade de Educação - UFJF
Ilka Schapper - Profa. Dra./ Orientadora da Faculdade de Educação - UFJF
INTRODUÇÃO:
Este trabalho irá apresentar a pesquisa intitulada “Espaço de reflexão crítica em contexto de colaboração: reconstruindo os sentidos e os significados da prática educativa na creche” coordenada pela prof.ª Dr.ª Ilka Schapper que ocorre no Grupo de Pesquisa Linguagem, Educação, Formação de professores e Infância - LEFoPI, na Faculdade de o Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora. A pesquisa já mencionada, busca tecer discussões e reflexões críticas entre as pesquisadoras do grupo LEFoPI e as 22 coordenadoras das creches públicas do município de Juiz de Fora. Diante disso, concebemos a reflexão crítica como eixo central na formação continuada das coordenadoras e pesquisadoras do grupo. Logo, com o diálogo entre as envolvidas na pesquisa as participantes têm a possibilidade de (re)construir as práticas educativas da creche que, consequentemente, contribuem para a qualidade do cuidar e do educar das crianças de 0 a 3 anos de idade. Como destaca Ibiapina, “a pesquisa colaborativa amplia as possibilidades de os professores conhecerem formalmente os significados internalizados, confrontá-los e reconstruí-los por meio de um processo reflexivo” (IBIAPINA, p. 45, 2008).
OBJETIVO DO TRABALHO:
A pesquisa tinha como objetivo possibilitar momentos de reflexão critica entre as 22 coordenadoras das creches públicas de Juiz de Fora e as pesquisadoras do grupo LEFoPI sobre as concepções relacionadas às práticas com crianças de 0 a 3 anos de idade.
MÉTODOS:
O aporte teórico-metodológico é a Pesquisa Crítica de Colaboração – PCCol (Magalhães, 2004), sob o signo da perspectiva sócio-histórico-cultural. Além disso, utilizamos como referências o estudo dos autores: Vigotsky, Bakhtin, Liberali, Magalhães, Prestes, Pino e outros. O LEFoPI adota como instrumento de coleta de dados às sessões reflexivas que se assemelham as sessões de discussões (SZUNDY, 2005), com os participantes da pesquisa a fim de possibilitar momentos de reflexões críticas em contexto de colaboração sobre temas relacionados às crianças pequenas e a formação continuada das educadoras e coordenadoras das 22 creches. É importante destacar que como fonte de análise de dados temos as filmagens, transcrições e notas de campo desses encontros. Assim, por meio desse material observamos a reincidência de temas que as coordenadora gostariam que fossem aprofundados, tal como, o tema “sexualidade e gênero” que emergia constantemente nas sessões reflexivas do início de 2012 e que posteriormente foi trabalhado em outros encontros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Percebemos no desenvolvimento da pesquisa que as coordenadoras concebem as sessões como momentos de reflexão nos quais elas trazem para os encontros questões relacionadas à creche e seu cotidiano. Ao encontro disso, observamos tais aspectos na fala de uma das coordenadoras das creches públicas de Juiz de Fora: “um processo de ação da reflexão né, aqui a gente traz a nossa prática e aqui a gente coletivamente reflete em cima da nossa prática junto com as teorias que as meninas trazem pra gente e é muito bom. Um processo muito prazeroso,dá um retorno muito legal pro crescimento das unidades.” (Relato da coordenadora “A”, 2012). Com isso, o grupo LEFoPI busca aprofundar os temas recorrentes que se originam das sessões, como as pesquisas que estão em andamento sobre o choro, o brincar, o surgimento da linguagem em bebês, a rotina na creche, e o arranjo espacial na creche. Além dos trabalhos em andamentos, já fizemos junto às coordenadoras das creches encontros de formação, por exemplo, sobre a sexualidade, que era um assunto frequente nas sessões reflexivas.
CONCLUSÕES:
Percebemos assim, que como nos diz Prestes (2012) “Vigotski não diz que a instrução é garantia para o desenvolvimento, mas que ela, ao ser realizada em uma ação colaborativa, seja do adulto ou entre pares, cria possibilidades para o desenvolvimento (p.190). É necessário informar que segundo Prestes (2012) ‘instrução’ é o verdadeiro significado da palavra “aprendizado”. Isso porque a palavra que nos remete ao aprendizado foi traduzida do russo de maneira inadequada. Com isso, acreditamos que as sessões possibilitam a conversão de novos conhecimentos. Até porque, segundo Pino (2005) “a conversão pressupõe a ideia de aquisição de algo novo e a conservação de algo já existente”. Ou seja, por meio das sessões reflexivas os participantes da pesquisa têm a oportunidade de construírem e (re)construírem os conhecimentos sobre os temas oriundos das práticas educativas das creches e das discussões tecidas no interior das sessões reflexivas. Com isso posto, há entre os envolvidos da pesquisa a construção de um campo de significação comum, que posteriormente, irão ou não, reverberar nas práticas educativas dos participantes da pesquisa e das educadoras das 22 creches públicas de Juiz de Fora.
Palavras-chave: Pesquisa crítica de colaboração, Formação de professores, Crianças de 0 a 3 anos.