65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 1. Biofísica - 1. Biofísica Celular
Efeito das células derivadas da medula óssea na proliferação, morte e recuperação funcional de células epiteliais renais submetidas à lesão in vitro
Dayana da Silva de Araujo - Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ
Julliana Ferreira Sant'anna - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho - UFRJ
Rafael Soares Lindoso - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho- UFRJ
Adalberto Vieyra - Prof. Dr. Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho- UFRJ
Marcelo Einicker Lamas - Prof. Dr./Orientador Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho- UFRJ
INTRODUÇÃO:
As doenças renais têm se confirmado como problema de saúde pública mundial, uma vez o número de pacientes acometidos por essa doença é crescente. Dessa forma, estudos vêm sendo desenvolvidos a fim de avaliar o potencial terapêutico de células-tronco nesse tratamento, sendo a medula óssea uma importante fonte dessas células.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A partir dessas observações, o objetivo deste trabalho é caracterizar a interação renal com as células de medula óssea in vitro, avaliando importantes parâmetros do período regenerativo pós-injúria (proliferação e morte celular) e recuperação funcional dessas células.
MÉTODOS:
Células epiteliais renais imortalizadas LLC-PK1 foram co-cultivadas com células provenientes da medula óssea (CMO), obtidas de ratos machos Wistar e isoladas através de um gradiente de Ficoll, e com uma subpopulação de CMO isolada e expandida in vitro, as células mesenquimais (CM). Foi induzido um modelo de lesão de depleção de ATP dada pela incubação com Antimicina A, mimetizando a lesão por isquemia/reperfusão que ocorre in vivo. A proliferação celular foi avaliada através da marcação de células viáveis com Azul de Tripan. Já a morte celular foi quantificada por citometria de fluxo. Os potenciais renoprotetores e proliferativos obtidos em células renais de origem de porco (LLC-PK1) foram comparados com os de origem murina (IRPTC). Para avaliação funcional, células renais imortalizadas humanas HK-2 foram submetidas à depleção de ATP, estabelecendo uma curva de tempo de reperfusão para as atividades enzimáticas das principais ATPases envolvidas no processo de transporte de íons no túbulo proximal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O crescimento das células renais quando em co-cultura indireta (utilizando poços millicell) foram 250% maior que o controle no período de 72 h. Um crescimento ainda maior (392 %) é observado quando células renais são co-cultivadas com as CM. Além disso, as CM também reduziram a morte celular no modelo de lesão por depleção de ATP. Na citometria de fluxo, verificou-se que as CM foram capazes de diminuir a apoptose e necrose após essa injúria. Os potenciais renoprotetores e proliferativos das CM se mantiveram na IRPTC, mostrando que esses efeitos são independentes da espécie. Na avaliação funcional, em 1 h de reperfusão pós injúria, a atividade da Na+K+ATPase foi cerca 30% menor que o controle (células sem lesão), enquanto que em 2 h a atividade da Na+ATPase foi cinco vezes menor que o controle. Durante co-cultura com CM humanas nos períodos de reperfusão indicados, foi observado uma recuperação da atividade, retornando aos níveis controles.
CONCLUSÕES:
As CM possuem um potencial terapêutico mais expressivo quando comparado com CMO, tanto na promoção da proliferação, quanto na renoproteção. Esse efeito parácrino das CM se mostrou independente da origem (interação celular entre espécies distintas) para os parâmetros avaliados. Além disso, o modelo de injúria estabelecido foi capaz de induzir perda funcional dessas células em cultura. Entretanto, com o a presença das CM na co-cultura no período de reperfusão, o processo de dano é revertido, retornando as atividades ATPásicas aos níveis controles, promovendo a recuperação funcional das células renais.
Palavras-chave: células-tronco, Ação parácrina