65ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 17. Planejamento e Avaliação Educacional

RELAÇÕES ENTRE AS CONCEPÇÕES E AS PRÁTICAS AVALIATIVAS DESENVOLVIDAS EM SALA DE AULA POR PROFESSORES DE QUÍMICA.

Eliemerson de Souza Sales - Licenciando em Química-IFPE/Vitória de Santo Antão Kilma da Silva Lima - IFPE/Vitória de Santo Antão

INTRODUÇÃO:

A avaliação educacional deve subsidiar o diagnóstico do desempenho do aluno oferecendo recursos que possibilitem uma aprendizagem qualitativa, buscando a melhor maneira de acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem. Sendo assim, destacamos as contribuições de Guba e Lincoln (1989), dividindo o desenvolvimento da avaliação em quatro gerações. A Primeira Geração da Avaliação está relacionada a Medir o conhecimento. A Segunda Geração da Avaliação é designada de Avaliação da Descrição na qual sua principal característica é descrever os pontos fortes e fracos em relação aos objetivos preestabelecidos pelo professor. A Terceira Geração da Avaliação traz alguns aspectos das gerações anteriores, mas está fortemente preocupada com a compreensão do estudante. Por fim, a Quarta Geração da Avaliação é proposta por Guba e Lincoln (1989) como uma perspectiva de avaliação inovadora. Ela traz características da terceira, mas apresenta como característica principal a negociação, onde o diálogo e os acordos são chave no processo. Logo, apresentamos, a seguir, os resultados de nossa pesquisa que teve por objetivo analisar as concepções e as práticas dos professores de química referente aos aspectos relativos á Avaliação e como estas concepções influenciam em suas praticas em sala de aula.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Essa pesquisa apresentou como objetivo analisar as concepções e as práticas dos professores de química referente aos aspectos relativos à Avaliação e como estas concepções influenciam em suas práticas em sala de aula.

MÉTODOS:

A pesquisa desenvolvida possui uma abordagem qualitativa a qual buscou analisar as inter-relações entre os aspectos relativos à Avaliação contidos na concepção dos professores observando desta forma como as mesmas refletem na prática desenvolvida em sala de aula. Inicialmente foi realizada uma visita na escola para diagnóstico do campo de pesquisa onde foram realizadas as entrevistas. Em seguida apresentaram-se os objetivos propostos em nosso trabalho aos professores sujeitos da pesquisa. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram os professores de química (n=2) do 1º ao 3º ano de uma Escola Estadual de referência localizada no município de Vitória de Santo Antão- PE. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados uma entrevista semiestruturada que em síntese buscou diagnosticar as concepções e práticas avaliativas adotadas pelos professores do campo de pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

No que se refere às concepções e práticas avaliativas dos professores obteve-se os seguintes resultados: o Professor A apresentou concepções avaliativas de Terceira Geração, na qual esta atenta à compreensão do conhecimento e com o desenvolvimento de competências, considerando mais os aspectos atitudinais do que os conceituais, usando a avaliação para repensar sua prática, tendo como instrumento avaliativo atividades individuais e coletivas. Já o Professor B apresentou em suas concepções e práticas avaliativas, características de Segunda Geração, por relacionar a avaliação a reprodução de conteúdo de forma que os resultados não o fazem repensar sua prática, de forma que erros são tidos como indesejáveis, o qual difere da Terceira e Quarta Geração, que vê o erro como uma pista para refazer o caminho da aprendizagem. Ainda, o Professor B separa os papéis de “avaliador” (Discente) e “avaliado” (Docente). Destaca-se que, os professores estudaram Avaliação na disciplina de Didática durante a graduação, em que a discussão sobre Avaliação se dava de forma incipiente sendo reservadas poucas aulas para a apropriação e reflexão sobre a Avaliação, o que os faz reproduzir muitas vezes a forma pela qual foram avaliados quando estudantes, partindo de práticas de Primeira e Segunda Geração.

CONCLUSÕES:

Foi possível observar, a partir desta pesquisa, que as questões referentes à Avaliação ainda se fazem presentes de forma muito incipiente, apesar de essencial no processo de ensino-aprendizagem. É um dado que corrobora com a realidade da área de Química no Brasil (LIMA, 2008). Os cursos de formação de professores precisam contribuir de forma significativa criando uma cultura de avaliação mais inovadora para seus futuros professores, designando no planejamento destes cursos e em sua matriz curricular, componentes curriculares específicos que discutam acerca da avaliação no ensino, proporcionando assim reflexões que levem os professores em formação a pensar como executar um processo avaliativo que possibilite a obtenção de resultados satisfatórios, percorrendo deste modo o caminho pelo qual se obterá um processo de ensino aprendizagem de maior êxito. Ainda, enfatiza-se quão relevante é a necessidade de se repensar os cursos de Formação de Professores no que se refere às questões da Avaliação, visto que a mesma deve ser instrumento também de estudo dos professores e norteadora de suas práticas, proporcionando assim a construção ou reconstrução do caminho da aprendizagem.

Palavras-chave: Concepções de Professor, Práticas Avaliativas, Gerações de Avaliação.