65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 5. Ciências Florestais
CRESCIMENTO DE MUDAS DE Cedrela fissilis VELL. (MELIACEAE) EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE POLÍMERO HIDROABSORVENTE
Cândida Lahís Mews - Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Universidade de Brasília-UnB
José Raimundo Luduvico de Sousa - Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Universidade de Brasília-UnB
Glauce Taís de Oliveira Sousa - Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Universidade de Brasília-UnB
Anderson Marcos de Souza - Prof°. Dr.– Depto. de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília-UnB
Fernando Daminelli Araujo Mello - Profissional - Ecotech Tecnologia Ambiental e Consultoria Ltda, Brasília-DF
Rodrigo Luiz Gomes Pieruccetti - Profissional - Ecotech Tecnologia Ambiental e Consultoria Ltda, Brasília-DF
INTRODUÇÃO:
Conhecida vulgarmente como cedro-rosa, a espécie arbórea Cedrela fissilis Vell. ocorre principalmente entre o Rio Grande do Sul até o estado de Minas Gerais. Além de sua utilização em reflorestamentos, a espécie é largamente empregada em compensados e nas construções civil, naval e aeronáutica, o que a torna uma das espécies nativas com maior valor econômico no Brasil. É uma espécie considerada madeira de lei, contudo, em crescente risco de extinção devido às fortes derrubadas desproporcionais nas formações vegetais onde ocorre naturalmente. Nesse contexto, tornam-se necessários estudos que otimizem a produção de mudas de cedro-rosa, visando sua utilização em programas de reflorestamentos. Como alternativa para aperfeiçoar e viabilizar a produção de mudas destaca-se o emprego do polímero hidroabsorvente, que consiste em um produto sintético que apresenta propriedades de armazenamento e disponibilidade de água e nutrientes para as plantas usadas em plantios florestais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes doses do polímero hidroabsorvente na fase inicial de desenvolvimento de mudas de i>Cedrela fissilis em casa de vegetação.
MÉTODOS:
O presente experimento foi realizado em viveiro, na empresa Ecotech Tecnologia Ambiental e Consultoria Ltda, localizada no Distrito Federal (16º02’02.57”S e 47°48’28.42”O). As mudas de cedro-rosa foram produzidas em tubetes com capacidade volumétrica de 290cm³. O substrato utilizado apresenta em sua composição, solo, esterco bovino, areia, vermiculita, calcário dolomítico, micro e macronutrientes. A adubação de cobertura foi composta de uréia agrícola (5g/L), sendo dissolvida em água e aplicada igualmente em todas as plântulas a cada 20 dias após o plantio das plântulas nos tubetes. O polímero hidroabsorvente foi misturado de forma homogênea ao substrato seco e as doses do produto foram aplicadas conforme os tratamentos. O experimento foi implantado em delineamento inteiramente casualizado, sendo considerados cinco tratamentos: T1=0g, T2=2g, T3=4g, T4=6g e T5=8g, cada um com cinco repetições de 21 plântulas. Aos 120 dias após o início do experimento, foram mensurados dados de altura, diâmetro do coleto e número de folhas de todas as plântulas. A taxa de sobrevivência das mudas também foi avaliada. Após análise de variância, os dados das variáveis respostas foram submetidos à comparação de médias pelo teste de Tukey ao nível 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os dados obtidos aos 120 dias após o plantio das mudas de cedro-rosa apontam diferenças significativas para as variáveis: altura (F(4, 20)=29,702; p<0,001), diâmetro do coleto (F(4, 20)=97,713; p<0,001), número de folhas (F(4, 20)=26,718; p<0,001) em relação às diferentes doses do polímero hidroabsorvente, sendo que as dosagens de 6 e 8g/L apresentaram as maiores médias para as três variáveis analisadas. Isso pode ser explicado pela maior retenção e disponibilidade de água para as plântulas nas dosagens mais elevadas durante o período de estudo. A maior taxa de sobrevivência corresponde às doses de 2 e 4g/L de hidrogel (58,07%), sendo que nas doses superiores 6 e 8 gramas e no tratamento testemunha, em que não houve adição de hidrogel no substrato, o efeito do polímero afetou negativamente essa característica, sendo T4=22,86%; T5=15,24% e T1=47,62% respectivamente. Dosagens inferiores de hidrogel mantiveram o substrato no interior do tubete, não o expulsando e, dessa forma, propiciando melhores condições de desenvolvimento às mudas, o que pode ter sido responsável pelas maiores taxas de sobrevivência em dosagens menos concentradas do polímero.
CONCLUSÕES:
Entre as diferentes doses do polímero hidroabsorvente testadas em condições de viveiro, as doses de 6 e 8g/L foram as mais representativas para as variáveis altura, diâmetro do coleto e número de folhas. Contudo, para essas mesmas dosagens foram observadas as menores taxas de sobrevivência. Os resultados apresentados neste estudo fornecerão subsídios para novas pesquisas sobre o uso do polímero em espécies nativas e informações úteis à produção de mudas de cedro-rosa visando iniciativas em programas de reflorestamento.
Palavras-chave: Cedro-rosa, Casa de vegetação, Substrato.