65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
PROPOSTAS METODOLÓGICAS A PARTIR DOS GÊNEROS TEXTUAIS: AÇÃO DO PIBID NA CONSTRUÇÃO DO ALUNO AUTOR NA SALA DE AULA
Ismael Araujo Monteiro - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Maria Cleomar de Jesus Silva - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Hildamara Rodrigues Lima - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Alana Oliveira de Sousa - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Lucélio Silva de Barros - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Kátia Cilene Ferreira França - Prof.ª Ma./ Orientadora – Curso de Linguagens e Códigos
INTRODUÇÃO:
Crendo na relevância de metodologias capazes de explorar, de forma interativa, reflexiva e construtiva a produção textual de alunos no ensino fundamental, este trabalho traz reflexões sobre os resultados da oficina Imagem e Palavra: Explorando Aspectos Descritivos, que propôs um diálogo entre Artes Visuais e a Língua Portuguesa, na promoção de um ambiente interativo com alunos do 6º ano de uma escola pública de São Bernardo/MA. Foram trabalhados gêneros textuais como poemas e contos, além de imagens e vídeos, no sentido de chamar a atenção dos alunos aos aspectos próprios de um texto descritivo no que refere à forma e função (Marcuschi, 2006). Os bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID promoveram na sala de aula um ambiente onde os alunos desenvolveram a competência linguística em relação à presença da descrição em diferentes gêneros textuais, e quanto ao uso da norma padrão da escrita. Além das considerações acerca do uso legitimado da escrita, buscou-se refletir sobre uma concepção de aluno-autor, como sujeito reflexivo, que tendo o domínio de certos mecanismos discursivos, representa pela linguagem um papel de ordem social, estabelecendo uma relação com a exterioridade, ao mesmo tempo em que ele se remete a sua interioridade (Orlandi, 2006).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Refletir sobre os resultados da oficina Imagem e Palavra: Explorando Aspectos Descritivos, entendendo-a como um trabalho que utilizou a forma e função da descrição, em textos verbais e não-verbais, de modo a proporcionar uma aprendizagem da escrita de forma progressista na construção de alunos-autores na sala de aula.
MÉTODOS:
Destaca-se que a oficina realizada em quatro etapas, do ponto de vista metodológico, foi estruturada com base numa relação necessária entre sujeitos (os alunos no ensino fundamental maior de uma escola pública de São Bernardo/MA) e as técnicas de aprendizagem para obtenção dos objetivos (produção textual; a revisão dos textos em relação à norma padrão da escrita; e a reescrita dos textos pelos próprios alunos). Os gêneros textuais foram escolhidos de modo que se explorou tanto obras conhecidas nacionalmente como Retrato e Cachorrinho engraçadinho, de Cecília Meireles, e Cidadezinha, de Mário Quintana, assim como o poema Minha Mãe, de Charif Sabry, poeta da cidade São Bernardo/MA,. O conteúdo da oficina foi trabalhado em forma de sequência didática, que tratou sobre uma organização progressista, prescrita nas ações ordenadas e propostas para cada etapa. Os alunos, inicialmente, interagiram de forma oral durante a apresentação de vídeos, dos textos e de imagens. Em seguida, houve o momento da produção escrita pelos alunos, compreendendo, assim, ao que Orlandi (2006) chama de condições de produção escrita, permitindo a formação de alunos para o papel de autores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os textos produzidos pelos alunos foram recolhidos para avaliação quanto ao uso da forma, do conteúdo, do uso da norma padrão da escrita. No que diz respeito aos resultados, produziu-se uma lista generalizada de desvios cometidos por todos os alunos, dentre os quais se destacam os relacionados às questões de ortografia, concordância, pontuação e parágrafo. Uma aula foi planejada especificamente com base nos desvios cometido para posterior realização da reescrita dos textos. O processo contou com o envolvimento de todos os alunos da turma. Em seguida, foi feita a instalação de um mural onde foram expostos todos os textos revisados e rescritos pelos alunos. Na produção textual, foi explorada a descrição, na intenção de buscar a construção de um olhar sobre o detalhe e para a criação de imagens em quem lê a partir do olhar de quem diz. Dessa escrita, foi possível extrair aspectos extralinguísticos carregados de vivências sociais e culturais dos alunos. Tais discussões são embasadas, ainda, nos postulados de André (2006), que nos levam a refletir sobre um processo que envolve o estabelecimento de uma série de ações que devem ser planejadas e executadas pelos participantes e devem ser sistematicamente submetidas à observação e reflexão.
CONCLUSÕES:
Observou-se que a oficina revelou um processo de orientação necessário para que os alunos desenvolvessem a capacidade de reescrever seus próprios textos enquanto sujeitos reflexivos sobre seu próprio papel de autores, e ao mesmo tempo contribuiu para construção em sala de aula de cidadãos reflexivos sobre sua própria língua. No que se refere à prática docente, foi possível verificar que o uso adequado de textos e as estratégias de ensino na sala de aula são importantes ferramentas na construção de sentido dos textos lidos, escritos, falados e vividos pelos alunos que estão no processo de aprendizagem da leitura e da escrita para além da decodificação.
Palavras-chave: Metodologia de práticas docente, Interação na sala de aula, Produção textual.