65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS HOMENS SOBRE CÂNCER DE PÊNIS
Auricélia Costa Silva - Depto. De Enfermagem, CESC-UEMA
Jairina Nunes Chaves - Depto. De Enfermagem, CESC-UEMA
Tatiana de Oliveira Lopes - Depto. De Enfermagem, CESC-UEMA
Joseneide Teixeira Câmara - Profa. Doutoranda/Orientadora - Depto.de Enfermagem CESC/UEMA
INTRODUÇÃO:
A incidência do câncer no Brasil cresce em um ritmo que acompanha o envelhecimento populacional, em virtude do aumento da expectativa de vida, sendo um resultado direto das grandes transformações globais das últimas décadas. Ao se abordar sobre as neoplasias malignas que acometem os homens, não se pode deixar de mencionar o câncer de pênis, um tumor raro, porém, o Brasil possui uma das maiores incidências do mundo, sendo que em alguns Estados, como no Maranhão, a sua incidência supera até a do câncer de próstata.
Aliado a carência de diagnóstico precoce, o principal fator que contribui para que essa neoplasia seja um problema de saúde pública, é a negligência das medidas preventivas por parte dos homens. Essa doença pode ser prevenida através da adoção de medidas simples e eficazes, sendo necessário que o homem realize diariamente higiene adequada do pênis e use preservativos em todas as relações sexuais. Além disso, os indivíduos portadores de fimose devem ser submetidos precocemente à cirurgia de circuncisão do prepúcio. Nesse contexto, muitos agravos podem ser evitados através da prevenção e do diagnóstico precoce. Para isso é indispensável que os homens conheçam os fatores de risco, bem como os sinais e sintomas iniciais, associados a essa enfermidade.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o conhecimento dos homens sobre o câncer de pênis; Averiguar se os homens conhecem os fatores de risco, as medidas de prevenção, os sinais e sintomas inicias e formas de tratamento do CA de pênis; Verificar as medidas de prevenção em CA de pênis que são realizadas pela população masculina.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo exploratório-descritivo de abordagem quantitativa. O local de realização da pesquisa foram as áreas de abrangência de seis Unidades Básicas de Saúde de Caxias-MA, correspondendo a um total de 372 homens. A coleta de dados foi realizada na residência dos sujeitos, utilizando como instrumento um formulário contendo 13 questões fechadas, de linguagem clara e concisa. O formulário foi dividido em duas partes. A primeira, contendo questões relativas a dados sociodemográficos, com o objetivo de caracterizar a população do estudo, e a segunda abrange os aspectos específicos relacionados ao conhecimento dos homens sobre câncer de pênis. O processo de análises dos dados coletados foi realizado através do emprego de tabelas e gráficos com posterior interpretação dos mesmos. Os softwares empregados na análise dos dados foram o EPI INFO versão 3.5.3 e o EXCEL versão 2010. O Projeto de Pesquisa foi avaliado por uma banca examinadora, formada por professores da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA para legitimar sua execução. E posteriormente foi enviado para análise do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) segundo os procedimentos da Plataforma Brasil, avaliado e aprovado pelo CEP do Centro Universitário do Maranhão – UNICEUMA- sob o CAAE nº 04782512.3.0000.5084.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A amostra deste estudo foi constituída por 372 homens, foi possível observar que a maioria dos participantes possui ensino fundamental incompleto, 39,4%. Os dados mostram que a maioria, 79,6% já ouviram falar sobre câncer de pênis, porém é expressivo a quantidade de entrevistados, 20,4% , que mencionaram não ter informação sobre a existência dessa doença. Notou-se que 65,1% dos participantes desconhecem os fatores de risco dessa doença, e, que 59,40% sujeitos não sabem como prevenir o câncer de pênis. Dessa forma, embora a maior parte saiba da existência do tumor, isso não significa que eles tenham conhecimentos adequados sobre essa enfermidade.
Além disso, observou-se que 85,5% não conhecem a sintomatologia inicial, 88,7% não sabem qual é o tratamento usado para essa neoplasia. Em referência a realização de medidas preventivas, evidenciou-se que 37,40% dos homens nunca usam preservativo, e, apenas 0,8% não realizam a higienização do pênis. Contudo, 42,7% não expõem totalmente a glande durante a limpeza da genitália e 58,5% não fazem a limpeza debaixo do prepúcio, como é recomendado pelos profissionais da saúde. Logo, estes homens podem ser considerados um grupo de risco para o desencadeamento da neoplasia em debate.
CONCLUSÕES:
Através dessa pesquisa conclui-se que a maioria dos participantes desse estudo tem pouco conhecimento sobre esse câncer. No que se refere, à realização das medidas de preventivas, como a higienização adequada do pênis e o uso rotineiro de preservativo, verificou-se que grande parte dos entrevistados não as realiza. O estudo também permitiu identificar fatores de risco para o desencadeamento do câncer de pênis, tanto com relação ao perfil epidemiológico, condizente com as características dos pacientes mais afetados por essa neoplasia, como pela não realização das medidas profiláticas direcionadas para essa doença. Dessa forma, sabendo que, o modo de vida e a carência de informação sobre o assunto, bem como, o não acesso aos serviços de saúde são fatores relevantes para a incidência e prevalência desse câncer, este estudo demonstrou a necessidade de ações educativas que visem esclarecer a população masculina sobre o câncer de pênis.
Palavras-chave: Conhecimento, Câncer de pênis, Saúde do homem.