65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 1. Aqüicultura
DESEMPENHO DA CRIAÇÃO DE TAMBAQUI EM SISTEMA SEMI-INTENSIVO DE CULTIVO NA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DE SÃO JOSÉ DO CARIPI – PARÁ.
Geovanna Letícia Oliveira Tenório - Discente de Tecnologia em Aquicultura – IFPA – Campus Castanhal/INCUBITEC
Melquisedeque da Silva Ribeiro - Tecnólogo em Aquicultura – Coordenador Técnico da INCUBITEC/IFPA Campus Castanha
Adebaro Alves dos Reis - Prof. Doutorando, IFPA – Campus Castanhal/INCUBITEC
INTRODUÇÃO:
Na região amazônica a pesca é basicamente uma atividade extrativista, condicionada, portanto, pelo nível das águas dos rios, com superprodução na época da “seca” e escassez durante a época da “cheia” o que influi decisivamente no preço final do produto. Uma alternativa para minimizar os efeitos desta sazonalidade é a criação de peixes em cativeiro que pode propiciar um equilíbrio entre oferta e demanda no mercado regional (SUFRAMA, 2003). A piscicultura é a atividade aquícola com maior destaque no Pará (LEE & SARPEDONTI, 2008), e tem no tambaqui Colossoma macropomum a espécie mais estudada e explorada comercialmente na região e a terceira no Brasil com 54.313,1 t em 2010 (BRASIL, 2010.; VAL et al., 2000.; VIDAL JR et al., 1998). Nesse sentido avaliar o desempenho é importante, pois a conversão alimentar liga-se com consumo de ração e o ganho de peso, quanto maior conversão maior é o gasto com ração, entretanto pode variar com o sistema adotado, idade e tamanho dos peixes sendo que as melhores conversões se encontram entre 0,9 a 1,8, conforme Kubitza (2004). O desempenho é caracterizado por registros realizados ao longo de todo o cultivo, através dos índices zootécnicos e possibilita ações de controle para evitar possíveis prejuízos (OSTRENSKY & BOEGER, 1998).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho zootécnico de juvenis de tambaqui alimentados com ração comercial no âmbito da Associação Comunitária de São José do Caripi.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido no viveiro de produção de 1804 m2 da Associação Comunitária de São José do Caripi localizado no município de Maracanã/PA, onde se verificou o desempenho de 900 peixes no período de 121 dias de cultivo. Utilizou-se uma amostra de 10% do lote para biometrias mensais. O sistema é abastecido com água provenientes de igarapé, sendo os tambaquis alimentados com ração comercial inicialmente com 40%, depois 32% e 28% de proteína bruta (PB), duas vezes ao dia (08:00 h e 17:00 h). Utilizou-se balança digital com precisão de 1g e paquímetro, para avaliar o Ganho de Peso (GP (g) é igual (biomassa inicial menos biomassa final)), Ganho de Peso Diário (GPD (g por dia) (peso médio final menos peso médio inicial) dividido por tempo de dias de cultivo) e Conversão Alimentar Aparente (CAA) é igual a ração fornecida (g) dividido por GP (g). Além do monitoramento da qualidade da água uma vez ao mês medindo-se o oxigênio dissolvido, temperatura (ºC), pH, transparência (cm) e amônia (mg/L). O estudo foi realizado em vinculo com as atividades profissionais desenvolvidas no Nordeste paraense, por meio de assessoria e acompanhamento técnico ao empreendimento desenvolvido pela Incubadora Tecnológica do IFPA Castanhal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os valores de qualidade de água não apresentaram diferenças significativas (p<0,05), sendo o oxigênio dissolvido (7,0 ± 0,2 mg/L), a temperatura (28,7 ± 1,7°C), o pH (7,5 ± 0,5), a transparência (40 ± 5 cm) e a amônia (0,5 ± 0,1 mg/L), permanecendo dentro da faixa sugerida para a espécie (IZEL & MELO, 2004). Podendo aferir que estas variáveis não influenciaram no decorrer do trabalho. Obtivemos os seguintes dados de peso médio tais como 71g, 153g, 388g, 522g que colabora para um ganho de GPD de 3,7g, GP de 451g e CAA de 0,87:1 para cada quilo produzido, ou seja, os amimais estudados apresentaram um desempenho satisfatório, uma vez que a conversão alimentar está próximo a faixa fornecida por Kubitza (2004) de 0,9 a 1,8 que implica na redução no custo de produção da piscicultura. Resultados semelhantes foram obtidos por Chagas et al. (2007), ao testar uma ração comercial com 28% de proteína bruta para peixes onívoros em 3 taxas de alimentação diferentes (1, 3 e 5% ao dia) para juvenis de tambaqui por 150 dias. O autor obteve 320,5, 490,3 e 594,5g de ganho peso respectivamente. Porém resultados superiores foram observados em trabalho de Paz et al. (2011) ao utilizar ração comercial para a mesma espécie em 240 dias.
CONCLUSÕES:
Nas condições de cultivo vale inferir que os peixes produzidos vêm apresentando um ganho de peso significativo ao longo dos meses, assim, a utilização da ração ao nível de 40%, 32% e 28% de PB para engorda de juvenis de tambaqui resultou em crescimento na ordem de 3,7g/dia.
Palavras-chave: Piscicultura, Juvenil, Colossoma macropomum.