65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 3. Serviço Social da Educação
ADOLESCÊNCIA, JUVENTUDE, DROGAS E ESCOLA: Um estudo sobre as concepções e o conhecimento acerca das drogas entre estudantes de diferentes formas de ensino do IFMA/Açailândia
Karina Cardoso de Sousa - Núcleo de Assistência ao Educando - IFMA
Talita Maciel Lopes - Estudante - IFMA
Débora Bastos Silva - Estudante - IFMA
INTRODUÇÃO:
O uso cada vez mais generalizado de drogas lícitas e ilícitas entre adolescentes e jovens tem se tornado uma realidade que preocupa desde o espaço particular, constituído pela família, até os espaços sociais de caráter público a exemplo da escola. Ao fazer uso de drogas, adolescentes e jovens têm potencializado as possibilidades de apresentarem sérios prejuízos no seu processo de aprendizagem tendo em vista que dependendo da substância utilizada, efeitos como perda da memória, baixa concentração, sonolência, distração, dificuldades de percepção e de raciocínio lógico podem se acentuar prejudicando a capacidade cognitiva do educando (CARLINI, 2000). A escola enquanto espaço de formação e informação, deve estar atenta a esse problema buscando criar meios que previnam a curiosidade e o contato inicial com as drogas por parte do alunado, considerando que isso pode levar a experimentos que a médio e longo prazo podem ganhar proporções irremediáveis. Assim, ao investigar o nível de conhecimento e as concepções que o aluno tem sobre as drogas, bem como o que pensa o alunado sobre o papel da escola frente a esta temática, é possível obter subsídios que contribuam na elaboração de processos educativos de caráter preventivo integrados no currículo escolar.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo principal deste estudo foi investigar as concepções e o nível de conhecimento do alunado do IFMA campus Açailândia, de distintas formas de ensino, acerca das drogas, bem como a percepção dos estudantes sobre o papel da escola frente a esta temática.
MÉTODOS:
Esta pesquisa, de caráter quali-quantitativo e descritivo, foi realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão campus Açailândia, envolvendo adolescentes e jovens estudantes de distintas formas de ensino da instituição. A amostra pesquisada correspondeu a 140 estudantes assim distribuídos: 70 do Ensino Médio Integrado dos cursos de Automação Industrial II e Florestas IV; 30 do Ensino Superior em Química e 40 do Proeja em Meio Ambiente. Os sujeitos da amostra foram selecionados através de amostragem casual simples na qual todos os estudantes de cada forma de ensino tinham igual probabilidade de pertencer à amostra. O material utilizado na pesquisa foi um questionário semiestruturado contendo trinta perguntas fechadas e cinco abertas. Para cada questão objetiva, havia a possibilidade de apenas uma resposta ser correta, dentre três alternativas dadas. As questões foram divididas em três grupos, a saber: legislação, origem e classificação e efeitos das drogas no organismo. Após aplicação do questionário, os dados foram tabulados para posterior análise dos mesmos. As respostas das questões abertas foram tabuladas por categoria analítica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Constatou-se que dentre os estudantes pesquisados no que diz respeito ao primeiro grupo de perguntas - legislação brasileira acerca das drogas, o conhecimento do alunado do Superior é maior, seguido do alunado do Proeja, com um percentual de acertos para as questões que versavam sobre essa área respectivamente de 60% e 48% para cada grupo de estudantes. No segundo grupo de perguntas – origem e classificação das drogas, os estudantes do Superior também se sobressaíram em acertos com um percentual de 58%, enquanto os alunos do Proeja e Ensino Médio Integrado tiveram um percentual considerável de erros, correspondendo respectivamente a 66% e 70%. Para as questões do grupo que envolvia os efeitos do uso de drogas, a média de acertos foi considerável em cada grupo de estudantes, a saber: 72% no Superior, 68% no Proeja e 65% no Ensino Médio Integrado, evidenciando assim que as consequências do uso de drogas estão mais acessíveis aos adolescentes e jovens se comparados à legislação, origem e classificação. Em relação ao papel da escola sobre as drogas a partir da visão do alunado, as respostas dos sujeitos permitem fazer uma associação com o campo da prevenção, informação e educação em saúde.
CONCLUSÕES:
Esta pesquisa possibilitou um reconhecimento da problemática das drogas a partir da visão de adolescentes e jovens com a idade entre 16 a 28 anos. A partir da pesquisa realizada é possível visualizar que o enfrentamento e a prevenção do uso de drogas entre adolescentes e jovens implica na promoção de conhecimento sobre este fenômeno e a percepção social de que a falta desse conhecimento coerente e atualizado é um problema de significativa gravidade que pode ocasionar em consequências sérias como o contato inicial e prolongado com as drogas. Desse modo, a pesquisa revela também a necessidade de trazer para a escola o debate acerca das drogas de modo integrado ao currículo.
Palavras-chave: Escolaridade, Drogadição, Informação.