65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 3. Tecnologia de Alimentos
QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE PIMENTÃO (Capsicum annuum L.) SUBMETIDO AO ESTRESSE HÍDRICO E DIFERENTES DOSES DE SILICATO DE POTÁSSIO
Fernando de Araújo Souza - Aluno do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos. IFGoiano – campus Urutaí.
Joice Vinhal Costa Orsine - Professora orientadora. IFGoiano - campus Urutaí
Laurielle Lopes de Carvalho - Tecnológa em Alimentos
Rafael Porto Vieira - Aluno do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos. IFGoiano – campus Urutaí.
Fernando Soares de Cantuário - IFGoiano – campus Urutaí.
Alexandre Igor de Azevedo Pereira - Professor. IFGoiano – campus Urutaí
INTRODUÇÃO:
As hortaliças são consideradas produtos perecíveis porque apresentam atividade metabólica elevada, conduzindo aos processos de deterioração. A manutenção de sua qualidade através de manuseio cuidadoso e da aplicação de tecnologias adequadas na cadeia de comercialização depende do conhecimento da estrutura, da fisiologia e das transformações metabólicas, incluindo aspectos físicos, físico-químicos, químicos e bioquímicos que ocorrem no seu ciclo vital (CHITARRA e CHITARRA, 2005). O pimentão é uma das hortaliças mais consumidas no mercado brasileiro e é rico em vitaminas e sais minerais como cálcio, sódio, fósforo e ferro (REIFSCHNEIDER, 2000). Alterações nos fatores abióticos interferem significativamente na atividade fisiológica das plantas em suas diferentes fases de crescimento. Segundo (CORDEIRO e SÁ, 2001) a deficiência hídrica é um dos principais fatores causadores de estresse nas culturas e responsável por alterações nas características de crescimento e produção das plantas. No entanto o silício é um elemento que confere às plantas maior resistência a estresses bióticos e abióticos (HASHEMIet al., 2010).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do presente estudo foi determinar a qualidade físico-química, microbiológica e sensorial do pimentão submetido a diferentes aplicações de silício em concentrações variáveis, avaliando-se ainda a influência do silício quando a planta é submetida ao deficit hídrico.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado no setor de horticultura e nos laboratórios de físico-química, microbiologia e análise sensorial do IFGoiano-Câmpus Urutaí. As amostras de pimentão foram obtidas a partir de cinco diferentes colheitas, realizadas com intervalos médios de 17 dias, iniciando a primeira no dia primeiro de novembro de 2011. Nas cinco colheitas foram utilizadas três concentrações distintas de silício. Depois foram realizadas as seguintes analises físico-químicas: determinação do pH, acidez e determinação da umidade realizada em triplicata, utilizando-se o método da estufa a 105°C. Foram feitas analises microbiológicas para contagem de bolores, leveduras de pimentões. Após os cinco dias de incubação, foram realizadas as contagens das unidades formadoras de colônia. A analise sensorial foi realizada no mesmo dia da colheita. Foi aplicado o teste de ordenação preferência, utilizando-se 30 julgadores não treinados. Foi solicitado aos julgadores que ordenassem as amostras em ordem crescente com relação à aparência global do pimentão, considerando aspectos, cor, brilho, textura, firmeza e aroma. Os dados obtidos das análises físico-químicas foram submetidos à análise de variância e as características que apresentaram diferença das médias em resposta as doses de silícios e as tensões de água.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na primeira e na quinta colheitas dos pimentões o pH dos frutos apresentou redução, quando realizada a aplicação de silício nas plantas. Observou-se que a não aplicação de silício, mesmo com água disponível para a planta, influenciou num pequeno aumento desprezível, do pH do pimentão. De modo geral, nas plantas irrigadas com tensão de água de -15 kPa, para todas as concentrações de silício, pôde ser observada uma diminuição da acidez, comparando a primeira colheita com a quinta colheita. Já as plantas irrigadas com tensão de água de -45 kPa, na concentração de 4,3 de silício, foi observada a diminuição da acidez, enquanto que nas concentrações de 0,0 e 8,6 de silício houve um aumento nos valores de acidez dos pimentões colhidos, a umidade dos pimentões das cinco colheitas analisadas variaram. Na primeira colheita foram encontrados de 0 a 2.10-3UFC/g de pimentão, na terceira colheita apresentou um maior crescimento de bolores e leveduras. Nas demais colheitas não foi observado crescimento microbiano. As características que mais agradam os julgadores no pimentão, relatadas nas fichas de análise sensorial forami o sabor, sendo que 58,66%, seguido pelo aroma, representado por 17,33%, cor 14,66%, odor 4,67% e textura 4,67%. Na análise sensorial observou-se que não houve diferença significativa a 5% com relação à aparência global dos frutos do pimentão, com relação às diferentes formas de cultivo, considerando-se a tensão de água e a aplicação de silício.
CONCLUSÕES:
A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que as diferentes tensões de água afetaram o pH dos frutos de pimentão somente quando foram realizadas aplicações de silício e que os frutos cultivados utilizando-se tensão de água -15kPa e baixa concentração de silício apresentaram valores mais elevados de acidez, porém, não foi observada diferença significativa no teor de umidade dos frutos. A partir da terceira colheita, notou-se que não houve crescimento microbiano nos frutos de pimentão, indicando que o silicato de potássio funcionou como uma camada protetora ao ataque de bolores e leveduras, auxiliando no aumento da vida útil dos frutos. Foi verificado ainda que a aplicação de silício e as diferentes tensões de água no solo não interferiram na aparência global dos frutos, como cor, aroma, textura, tamanho. Sendo assim, verificou-se a interferência positiva da aplicação de silicato de potássio quando há escassez de água, uma vez que não foi observada diferença significativa entre os frutos cultivados em baixa tensão de água e alta tensão de água.
Palavras-chave: Cuidados pós-colheita, Silício, Hortaliças.