65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
Hopedeiros, níveis de infestações e parasitismo natural de moscas frugívoras (Tephritidae e Lonchaeidae) em pomares da região Sul da Bahia
Francinne Ribeiro Almeida - Discente do Curso de Agronomia DCAA/UESC
Maria Aparecida Leão Bittencourt - Docente do curso de Agronomia DCAA/UESC
Elisângela Alves dos Santos Felix Melo - Discente do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal PPGPV/UESC
Rodrigo Barros Rocha - Discente do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal PPGPV/UESC
INTRODUÇÃO:
O Brasil destaca-se como o terceiro produtor mundial de frutas, porém os problemas fitossanitários, sobretudo relacionados às moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae), principalmente com espécies de Anastrepha Schiner e Ceratitis capitata (Wied.), dificultam as exportações. O número de dípteros da família Lonchaeidae, que infestam fruteiras também têm se mostrado significativo, com ênfase para os gêneros Neosilba McAlpine e Dasiops Rondani. Os parasitóides das famílias Braconidae e Figitidae constituem um dos grupos de inimigos naturais mais atuantes no controle biológico das moscas frugívoras no Brasil.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Os objetivos deste trabalho foram: (1) verificar a biodiversidade de moscas frugívoras, seus hospedeiros e parasitóides que ocorrem na região Sul do Estado da Bahia; (2) observar e calcular os índices de infestação (pupários/kg de fruto) e de parasitismo natural (%) em frutíferas da região Sul da Bahia; (3) registrar a associação entre mosca/hospedeiro/parasitoide.
MÉTODOS:
No período de agosto/11 a junho/12, foram coletados frutos de espécies vegetais (n=12), dependendo da disponibilidade em campo. As amostras foram alocadas em bandejas plásticas com vermiculita para a pupação das larvas, e os pupários alocados em BOD (25 ± 1ºC, 14h de fotofase).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As espécies de moscas frugívoras obtidas foram: Anastrepha obliqua (Macquart), A. fraterculus (Wied.), A. serpentina (Wied.), A. sororcula Zucchi, A. distincta Greene, A. bahiensis Lima, A. leptozona Hendel (Tephritidae) e Neosilba bella Strikis & Prado (Lonchaeidae). As espécies A. obliqua e A. fraterculus foram associadas ao maior número de frutos hospedeiros, e os lonqueídeos emergiram de acerola (N. bella), araçá-boi e goiaba. Em Wenceslau Guimarães (21° 18’ S; 40°56’ W; 143 m) a infestação (pupários/ kg de fruto) foi de 4,11 (acerola) e 32,50 (pitanga), e de 28,64 (goiaba) e 67,60 (araçá) em Ibirapitanga (13°58’ S; 39°27’ W; 238m). Em Ilhéus (14°50’S; 39°6,2’ W; 97m), a infestação variou de 12,44 (goiaba) a 469,44 (umbu-cajá). Dos pupários emergiram representantes de Braconidae (n=398) e Figitidae (n=6).
CONCLUSÕES:
O parasitoide Doryctobracon areolatus (Szépligeti) (57,18%) foi associado a A. sororcula/ pitanga, a A. fraterculus/araçá e pitanga, e a A. obliqua/cajá e umbu-cajá; Utetes anastrephae (Viereck) (39,85%) foi associado a A. obliqua/cajá, carambola e umbu-cajá; emergiu também Asobara anastrephae (Muesebeck) (1,48%). O parasitismo natural variou de 1,18% (carambola) a 29,35% (umbú-cajá).
Palavras-chave: Anastrepha , Braconidae, Fruticultura.