65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 3. Citologia e Biologia Celular
Hipóxia Isquemia Perinatal Altera os Eventos de Proliferação Celular no Hipocampo de Ratos
Everton Luis Nunes Costa - Depto de Farmacologia e Psicobiologia - UERJ
Penha Cristina Barradas Daltro-Santos - Profa. Dra./Orientadora Depto de Farmacologia e Psicobiologia - UERJ
Frank Tenório de Almeida Costa - Prof. Dr. - Depto de Farmacologia e Psicobiologia - UERJ
Alex Christian Manhães - Prof. Dr. Depto de Fisiologia - UERJ
INTRODUÇÃO:
A redução de oxigênio na vida perinatal pode resultar em danos no desenvolvimento do SNC, déficits de memória, atraso cognitivo, dificuldade de concentração e atenção. No modelo de hipoxia-isquemia perinatal (HI) desenvolvido por Robinson e colaboradores, a redução do aporte de oxigênio a partir da oclusão das artérias uterinas da rata grávida em E18, resulta em gliose, morte de oligondendrócitos e de neurônios. Alguns dos déficits cognitivos podem estar relacionados a danos ao hipocampo. O óxido nítrico (NO) em condições fisiológicas, eleva a produção de GMPc, importante sinalizador no SNC. Durante injúria e inflamação, o NO também é produzido em grande quantidade por macrófagos, microglia e astrócitos. A atividade da NO sintase (NOS) está aumentada, pelo menos até a 3ª. semana pós-natal, em ratos submetidos a HI o que contribui para a lesão causando a morte de progenitores neurais e oligodendrogliais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar os efeitos de HI sobre as células proliferativas do hipocampo utilizando a identificação de Ki67 no modelo de hipóxia-isquemia perinatal proposto por Robinson e colaboradores.
MÉTODOS:
Ratas Wistar grávidas no 18º dia de gestação foram anestesiadas com tribromoetanol (Avertin®). Após a exposição dos cornos uterinos, as quatro artérias uterinas foram ocluídas com grampos de aneurisma por 45 minutos (Grupo HI). Após 45 minutos, os grampos foram removidos, os cornos uterinos reintroduzidos na cavidade peritonial e foi feita a sutura por planos anatômicos. Os animais do grupo sham (SHAM) sofreram o mesmo procedimento, mas nenhuma oclusão foi realizada. A gestação prosseguiu e os animais nasceram a termo (22/23dias). Animais de cada grupo, com idades variando de 7 a 20 dias pós-natal (P7 a P20), foram anestesiados e perfundido-fixados com solução de paraformaldeído a 4%, e os encéfalos submetidos ao processamento histológico. Cortes coronais do hipocampo (20 µm) foram submetidos à imunohistoquímica para Ki-67.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Nossos resultados demonstraram uma menor imunomarcação no giro denteado de animais HI em P7 e P10 quando comparada aos animais SHAM na mesma idade. Em ambos a imunomarcação mais intensa foi em P7. Em P10 a imunomarcação do animal HI foi muito menor, indicando o final da proliferação, enquanto o animal SHAM possuía marcação intensa. Em P15 a imunomarcação torna-se menos intensa e cessa aos 20 dias pós-natais em ambos os grupos. Nossos resultados sugerem que a hipóxia-isquemia perinatal altera os eventos de proliferação celular no hipocampo de ratos. Os dados apontam que menos células proliferam no animal HI, observado por uma menor imunomarcação para o Ki-67 em animais HI nas idades P7 e P10.
CONCLUSÕES:
O modelo demonstrou ser uma ferramenta útil para a compreensão dos mecanismos celulares das lesões hipóxico-isquêmicas e pode ser usado para testar estratégias terapêuticas.
Palavras-chave: Hipocampo, Hipóxia-isquemia, Proliferação.