65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 5. Histologia
MODELO DEMONSTRATIVO DA JUNÇÃO INTERCELULAR DESMOSSOMO
Nagilla Daniela de Jesus Costa - Depto. de Ciências Biológicas, CSHNB – UFPI
Marlene da Rocha Moura - Depto. de Ciências Biológicas, CSHNB – UFPI
Ana Carolina Landim Pacheco - Depto. de Ciências Biológicas, CSHNB – UFPI
Maria Carolina de Abreu - Depto. de Ciências Biológicas, CSHNB – UFPI
Iana Bantim Felício Calou - Depto. de Nutrição, CSHNB – UFPI
Paulo Michel Pinheiro Ferreira - Prof. Dr. / Orientador - Depto. de Ciências Biológicas, CSHNB – UFPI
INTRODUÇÃO:
Antes do advento da microscopia eletrônica, a íntima aposição das células epiteliais era atribuída à presença de uma substância adesiva viscosa referida como cimento intercelular (VASIOUKHIN et al., 2000). Hoje, com o uso da microscopia eletrônica, sabe-se que o domínio lateral das células epiteliais está em íntimo contato com os domínios laterais opostos das células vizinhas. Esse domínio lateral caracteriza-se pela presença de proteínas únicas, as moléculas CAM (Moléculas de Adesão Celular) que fazem parte das especializações juncionais (JUNQUEIRA et al., 2005). As junções intercelulares são componentes estruturais específicos que constituem a barreira e o dispositivo de fixação das células entre si. Essas junções, de acordo com a função que desempenham, podem ser classificadas (ALBERT et al., 2002) em: junções de oclusão, junções comunicantes e junções aderentes.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Elaborar e aplicar um modelo demonstrativo tridimensional da junção intercelular de adesão tipo desmossomo para facilitar a compreensão da composição e organização dos desmossomos por parte dos alunos através da visualização da estrutura e dos componentes que o formam e promover um novo modelo facilitador de aprendizagem que faça o elo entre o saber e o estudante.
MÉTODOS:
Após a confecção do modelo com orientação de uma profissional, realizou-se uma exposição do mesmo entre março e abril de 2011 nas turmas dos cursos de Ciências Biológicas e de Nutrição do CSHNB/UFPI, ambos possuindo na sua grade curricular disciplinas de Biologia Celular e Histologia e Embriologia. Essa avaliação foi realizada por meio de um questionário composto de 14 perguntas como sexo, idade e conhecimento sobre o assunto apresentado no modelo. Os estudantes participantes da pesquisa (n=172) foram divididos em 2 grupos: iniciantes (1º semestre de Ciências Biológicas e 1º de Nutrição) e veteranos (4º semestre de Ciências Biológicas e 2º de Nutrição). Todos os alunos convidados a participar foram esclarecidos quanto ao objetivo da pesquisa. Não houve identificação nominal nem risco moral para os participantes. Os participantes responderam o questionário de forma individual, sem qualquer tipo de consulta e sem interferência do pesquisador. Um Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) foi entregue em duas vias, uma para o pesquisador e outra para o participante (Resolução 196/06 do Conselho Nacional de Saúde).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Verificou-se que 78% e 82% dos estudantes iniciantes e veteranos eram do sexo feminino, respectivamente, e 98% do total declaram ter entre 17 e 30 anos de idade. Do total, 61% e 50% de iniciantes e veteranos afirmaram que era a 1a vez que tiveram contato com um modelo demonstrativo, embora 93% dos iniciantes e 90% dos veteranos tenham reconhecido a estrutura celular em evidência (desmossomo). Porém, a grande maioria escreveu várias respostas e dentre estas estava a certa, fato que nos faz sugerir que o acerto não tenha sido consciente, pois a questão não era de múltipla escolha. Quanto à possibilidade do modelo ser usado para facilitar o entendimento tridimensional das estruturas e se modelos demonstrativos auxiliam no aprendizado, 100% dos estudantes afirmaram que o modelo permite o reconhecimento das junções. Embora o conteúdo tenha sido visto por todos os pesquisados, apenas 88% dos iniciantes disseram que o conteúdo teórico referente ao modelo foi anteriormente abordado em alguma disciplina do curso contra 100% dos veteranos. Dos entrevistados, 72% e 33% dos iniciantes e veteranos, respectivamente, disseram que a disciplina dispõe de modelos didáticos para as aulas práticas. Numa escala de 0 a 10, o modelo foi avaliado com notas acima de 7, sendo que a maioria deu nota 10.
CONCLUSÕES:
A maioria dos entrevistados foi do sexo feminino, com idade entre 17 e 30 anos, dentre os quais a maioria afirmou ser a primeira vez que entraram em contato com um modelo demonstrativo. Como os entrevistados atribuíram notas acima de 7 ao modelo, percebeu-se que a utilização do modelo didático nas aulas práticas foi profícua, observando-se uma interação maior entre os alunos e o professor e maior manifestação de interesse pelo modelo e pela aula, achados que evidenciam a necessidade urgente de estratégias de ensino para criar novos recursos didáticos adequados ao espaço e ao tempo disponível em aula que permitam melhor trabalhar e superar as dificuldades. Neste caso, usar modelos tridimensionais de Histologia como uma forma de fazer compreender não só a biologia estrutural do corpo humano em seus diferentes níveis de organização como a relação entre a localização de cada estrutura e as diversas funções por ela desempenhadas é uma excelente maneira de estabelecer a conexão entre o conteúdo estudado e o mundo ao seu redor, permitindo ao aluno construir o conhecimento sobre o objeto de estudo ao invés de apenas receber informações do assunto abordado.
Palavras-chave: Modelo tridimensional, Junções intercelulares, Aulas práticas.