65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
ESTUDO DA DENSIDADE BÁSICA MÉDIA DE ONZE ESPÉCIES DA FAMÍLIA FABACEAE PERTENCENTE À FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO NORDESTE DO BRASIL
Felipe Rodrigo de Carvalho Rabelo - Me.Engenheiro Florestal/Associação Plantas do Nordeste - APNE
Diogo José Oliveira Pimentel - Me.Engenheiro Florestal/Associação Plantas do Nordeste - APNE
Diego Marcelino do Nascimento - Pós-Graduando de Geoprocessamento/ Instituto de Ensino Especializado
Valdemir Fernando da Silva - Graduando em Engenharia Florestal/Depto. Ciência Florestal - UFRPE
Luis Cavalcanti Fontes Junior - Graduando em Engenharia Florestal/Depto. Ciência Florestal - UFRPE
Moisés Silva dos Santos - Pós-Graduando em Ciências Florestais/Depto. Ciência Florestal - UFRPE
INTRODUÇÃO:
A família Fabaceae (Leguminosae) é constituída de ervas, arbustos, árvores e lianas. Possuindo distribuição cosmopolita, sendo presente em todos continentes e representando uma das maiores famílias das Angiospermas. No Brasil ocorrem aproximadamente 1.500 espécies, o que representa 8,3 % da família Fabaceae de todo mundo. Devido a uma grande distribuição geográfica e variedade de forma de vida a família Fabaceae possui uma ampla variação nas características funcionais, principalmente a densidade básica média da madeira. A esse respeito, a densidade básica média da madeira é uma característica funcional de fácil obtenção, sendo calculada por meio da relação entre seu peso seco e seu volume saturado em água. Além de ser um dos parâmetros fundamentais para definir a qualidade e a empregabilidade de espécies florestais, tanto para critérios ecológicos quanto para econômicos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Comparar a densidade básica média da madeira de onze espécies da família Fabaceae de um fragmento de Floresta Ombrófila Densa da Usina São José (USJ), Igarassu, Pernambuco.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado no fragmento de Floresta Ombrófila Densa pertencente à Usina São José, Igarassu-PE. Nos quais as coordenadas são 7°41’ 24,87” e 7°42’10,32” S e 34°58’13,76” e 34°57’31,32”W. Nesse estudo foram coletados dos ramos de três indivíduos adultos, mais desenvolvidos, discos amostrais de 2,0 cm de comprimento e 12,33 cm (±1,84) de circunferência média, pertencentes a 11 espécies da família Fabaceae. Foram retiradas as cascas de todas as amostras coletadas, restando o cerne e o alburno. As peças coletas foram saturadas em água durante 3 dias. Após esta etapa as peças foram levadas ao Laboratório de Química Agrícola Universidade Federal Rural de Pernambuco e mensurados os volumes, depois levadas a uma estufa com temperatura regulada a 103 ±2°C até atingirem peso seco constante, as amostras secas foram pesadas em uma balança analítica. Por fim, a densidade básica da madeira foi calculada através da divisão da massa seca da madeira e o seu volume saturado. Para comparar a densidade básica média da madeira das espécies, inicialmente, foi testada a normalidade dos dados através do teste Kolmogorov-Sminov, confirmando a normalidade da distribuição foi empregada a análise de variância (ANOVA), complementada pelo teste de comparações de média de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados da densidade básica média da madeira das onze espécies da família Fabaceae, em ordem decrescente, foram Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. (0,7528 g.cm-3) (a), Swartzia pickelii Killip ex Ducke (0,7490 g.cm-3) (ab), Hymenaea courbaril L. (0,7122 g.cm-3) (ab), Andira fraxinifolia Benth. (0,6780g.cm-3) (ab), Andira nitida Mart. ex. Benth. (0,6700 g.cm-3) (ab), Abarema cochliocarpos (Gomez) Barneby & J.W.Grimes (0,6777 g.cm-3) (ab), Inga thibaudiana DC. (0,6566 g.cm-3) (abc), Bowdichia virgilioides Kunth (0,6425 g.cm-3) (abc), Inga cayannensis Sagot ex Benth. (0,5908 g.cm-3) (bc), Albizia pedicellaris (DC.) L.Rico (0,5000 g.cm-3) (c) e Plathymenia reticulata Benth. (0,2936 g.cm-3) (d). Esse estudo mostra uma amplitude de 0,7528 g.cm-3 a 0,2936 g.cm-3, resultando em uma diferença da espécie mais densa a menos densa de 0,4592 g.cm-3. A diferença mínima significativa (DMS) foi 0,1615 g.cm-3 e o coeficiente de variação (CV) de 8,69 %. Esses resultados revela uma diferença estatística de densidade básica média entre P. reticulata e as demais espécies. Também pode ser observado um grande grupo de espécies estatisticamente semelhante formada por: A. leiocarpa, S. pickelii, H. courbaril, A. fraxinifolia, A. nitida, A. cochliocarpos, I. thibaudiana e B. virgilioides.
CONCLUSÕES:
A partir dos resultados podemos concluir que a espécie P. reticulata não apresentou semelhança estatística com nenhuma das outras espécies, devido possuir densidade básica média da madeira muito baixa em relação às demais espécies estudada. Esse isolamento se deve provavelmente pela vasta amplitude encontrada entre as espécies do estudo, resultado de uma variedade de fatores ecológico extrínseco e intrínseco da espécie. O contrário também pode ser percebido com as demais espécies que formaram alguns grupos de semelhança da densidade básica média da madeira. Por fim, se faz necessário um maior estudo da densidade básica média da madeira da flora brasileira, uma vez que essa característica funcional pode direcionar a empregabilidade das espécies.
Palavras-chave: Mata Atlântica, Fragmento, Característica Funcional.