65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 4. Ciência e Tecnologia de Alimentos
ANÁLISE DE UMIDADE E CINZAS DA FARINHA DE BAGAÇO DE CAJU
Priscila de Andrade Dantas - Curso Técnico de Alimentos – IFRN
Paula Tarciana Soares de Holanda - Curso Técnico de Alimentos – IFRN
Nayanne Victória Sousa Batista - Curso Técnico de Alimentos – IFRN
Manuella Macêdo Barbosa - Profa. Msc./Orientadora Curso Técnico de Alimentos - IFRN
INTRODUÇÃO:
O caju é uma fruta rica em vitamina C, cálcio, ferro, fósforo, vitamina A e fibras, nutrientes essenciais à saúde. Constitui uma importante fonte de renda e geração de empregos para a economia da região do Nordeste, sendo cultivado principalmente nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba. As indústrias produzem uma grande variedade de produtos, porém o bagaço de caju, após a extração do suco, é desperdiçado ou utilizado como ração animal. O aproveitamento desse resíduo agroindustrial gera valor agregado aos produtos elaborados a partir do bagaço, diminuindo o desperdício e o impacto ambiental. Quanto ao pedúnculo, apenas 20% do seu peso é aproveitado industrialmente, em geral, para produção de sucos e doces, sendo que, em torno de que 80% é considerado lixo agroindustrial. Segundo a RDC nº 263, de 22 de setembro 2005, farinhas: são os produtos obtidos de partes comestíveis de uma ou mais espécies de cereais, leguminosas, frutos, sementes, tubérculos e rizomas por moagem e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos. Dessa forma, a farinha do bagaço do caju torna-se uma alternativa de reaproveitamento, sendo um produto de alto valor nutricional, diminuindo, assim, o desperdício nas agroindústrias do Alto Oeste Potiguar.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho tem como objetivo analisar o teor de umidade e cinzas presentes na farinha elaborada a partir do bagaço de caju, a qual poderá ser aproveitada na alimentação humana, por ser fonte de fibras e sais minerais, além de proporcionar o reaproveitamento integral da matéria-prima e diminuir o impacto ambiental.
MÉTODOS:
A amostra de bagaço foi coletada em junho de 2012, na cooperativa da cidade de Porto Alegre, e ao chegar ao laboratório de processamento de alimentos, foi porcionada em embalagens contendo 1 Kg e congeladas a -18ºC. Para a obtenção da farinha, inicialmente, 1 Kg de bagaço foi descongelado, imerso em água a 100ºC e prensado para a descoloração das fibras. Posteriormente, o bagaço foi seco em estufa a 60ºC por 72 horas, triturado e peneirado, originando a farinha. Para a análise de umidade, foram pesados três gramas da farinha, em cadinhos previamente secos em estufa, por uma hora a 105ºC. As amostras foram deixadas em estufa a 105ºC por 24 horas e após esse período, foram encaminhadas para o dessecador. Após essa etapa, os cadinhos contendo as amostras secas foram pesados e o teor de umidade em porcentagem foi calculado subtraindo-se o peso do cadinho contendo a amostra úmida do peso do cadinho contendo a amostra seca, dividindo-se o resultado pelo peso inicial da amostra e multiplicando o resultado por cem. Para a quantificação do teor de cinza, os cadinhos contendo as amostras resultantes da análise de umidade, foram encaminhados para a mufla por 24 horas a uma temperatura de 550ºC e calculou-se o teor de cinzas por diferença de peso. As análises foram realizadas em triplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O teor de umidade da farinha elaborada a partir do bagaço do caju foi de 23,3%. Segundo a RDC nº 263 da ANVISA, as farinhas, amido de cereais e farelos devem ter umidade máxima 15,0 %. Essa umidade encontrava-se alta, devido ao tempo de secagem, que foi de 72 horas e deverá ser maior para que a farinha obedeça aos parâmetros da legislação. No entanto, deve-se ressaltar que os amidos, cereais e farelos têm constituição vegetal diferente do bagaço de caju, não existindo uma legislação específica para a farinha do bagaço, dessa forma, no presente trabalho, tomoram-se como parâmetros as farinhas que possuem regulamentação, como a de cereais. O teor de cinzas encontrado na farinha do bagaço de caju foi de 0,57%. Karla de Souza (2009) encontrou na farinha de goiaba, um teor de cinzas de 2,32%. O teor de minerais encontrados no presente trabalho foi menor do que o encontrado pela autora acima citada, pois a farinha elaborada a partir do bagaço de caju passou inicialmente por um processo de imersão em água a 100º C, para a retirada do pigmento carotenóide, o que pode ter carreado uma parte dos minerais hidrossolúveis.
CONCLUSÕES:
O teor de umidade da farinha elaborada a partir do bagaço do caju foi de 23,3% e o teor de cinzas foi de 0,57%, devido às perdas durante o processo de imersão. Dessa forma, o bagaço de caju é uma alternativa viável para a elaboração de alimentos ricos nutricionalmente, que podem ser utilizados na alimentação humana, gerando produtos de alto valor agregado, que têm como base esse resíduo agroindustrial, tais como a farinha originada do bagaço.
Palavras-chave: Agroindústria, Cajucultura, Composição.