65ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS NA TROCA DO ÓLEO LUBRIFICANTE NAS OFICINAS POPULARES DA CIDADE DE BARREIRA, ESTADO DA BAHIA.
Regilan Francisca de Souza - Estudante de Eletrotécnica - IFBA
Tânia Magalhães dos Santos - Estudante de Eletrotécnica - IFBA
Helder Ribeiro da Silva - Professor do ensino básico - IFBA
INTRODUÇÃO:
A economia mundial é movida pelo consumo de bens. Porem, esses bens podem produzir resíduos e trazer impactos negativos que afetam o meio ambiente. Um grande problema é não saber o que fazer com os resíduos indesejáveis, o óleo lubrificante automotivo é um desses produtos, usado ou contaminado é um resíduo perigoso, e por não ser biodegradável, leva anos para desaparecer do ambiente e se seu destino não for feito de maneira responsável como preconiza a legislação ambiental vigente pode expor a sérios riscos um grande número de pessoas, a fauna e a flora. O bom gerenciamento tanto do óleo lubrificante quanto de outros resíduos como: estopas, embalagens usadas, serragem e areia utilizados na pós-troca requerem cuidados e padrões para que a vida humana e recursos naturais não sejam prejudicados, sendo que o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) é o órgão que estabelece graus e padrões nacionais relativos ao controle e a qualidade do meio ambiente nesse aspecto. Apesar de seus riscos à natureza o óleo usado é uma importante fonte de uma matéria-prima necessária para o país, que é o óleo lubrificante básico e por esse motivo, o melhor destino é o envio a um rerrefinador para ser reaproveitado e nesse contexto então, buscarmos informações a obter conhecimentos a esse respeito.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho tem o objetivo de apresentar um estudo sobre a gestão dos resíduos produzidos na troca de óleo lubrificante automotivo nas oficinas populares na cidade de Barreiras oeste da Bahia desde o momento da troca do óleo, seu armazenamento até o seu destino final.
MÉTODOS:
Delimitaram-se como universo de pesquisa 11 oficinas mecânicas em Barreiras, oeste da Bahia e foram selecionadas de modo, que efetuassem troca de óleo lubrificante, e produzissem resíduos, mas que também fossem estabelecimentos populares e de pequeno porte por considerar-se hipoteticamente que essa qualidade de estabelecimentos estaria menos suscetíveis ao cumprimento da legislação vigente, menos visíveis aos órgãos fiscalizadores, e desprovidos de informações em relação às normas que regem este ramo de atividade. A metodologia empregada foi à exploratória e descritiva desenvolvida também por consultas à literatura na área de resíduos. Aplicou-se entrevista contendo 12 questões a qual se procurou descrever informações relativas a dados pessoais como idade e condição econômica e questões mais especificas com armazenamento, coleta e o destino final dos resíduos, o conhecimento acerca do descarte adequado e riscos ao meio ambiente. Decidiu-se aplicar entrevista a 11 pessoas, sujeitos da pesquisa qualificados como mecânico empregado ou proprietário que efetuasse a troca de óleo e que detivesse as informações acima propostas, mas não antes de informar-lhes sobre o objetivo da pesquisa e garantir-lhes o sigilo de suas identidades e de seus locais de trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados apontam que todos tem pelo menos o ensino fundamental, poucos têm o curso superior e que a escolaridade predominante é o ensino médio. Neste aspecto, supõe-se que o nível de escolaridade é suficiente para realizar as competências necessárias no mundo do trabalho como certo discernimento em relação aos cuidados ambientais. Diz o estudo que 18,18% são mecânicos através de curso profissionalizante, o que revela pouco acesso à educação profissional. Quanto ao destino do óleo lubrificante ou contaminado (OLUC), o estudo indica que 20% terão fins inadequados, como o uso em cercas, o que contraria a resolução n° 362 de 2005, Art. 3, “todo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem por meio do processo de rerrefino”, os demais enviaram seus resíduos para empresas de reaproveitamento, mas não garantem se para o rerrefino. Quando arguidos sobre os prejuízos que a gestão inadequada desses resíduos pode causar ao meio ambiente, foram unânimes em declarar que é prejudicial a rios e ao solo. Assim conforme a Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte – APROMAC (2008) o OLUC, quando dispersado no meio ambiente, causa grandes prejuízos, podendo afetar o meio ambiente, sobretudo se associado com outros poluentes.
CONCLUSÕES:
A partir dos dados obtidos estudados, podem-se conhecer melhor quais as práticas de gestão dos resíduos sólidos são desenvolvidas por oficinas mecânicas da cidade de Barreiras, e a conscientização que os sujeitos, pesquisados têm sobre as questões do impacto desses resíduos sobre natureza. A pesquisa revelou que os aspectos mercadológicos se sobrepõem às questões ambientais no que concerne às práticas de sustentabilidade apesar de terem informações dos prejuízos causados pela poluição ao meio ambiente, o que já é um bom começo, porém longe de ser um equacionamento dos problemas aqui descritos. Estarrecedor é a constatação que os resíduos gerados, como estopas sujas, flanelas e embalagens de óleo em boa parte têm como destino o lixo comum. Boas práticas também foram percebidas, que se revelaram bons exemplos de uma boa gestão, durante a coleta de dados, um dos entrevistados; proprietário de oficina nos mostrou uma caixa, confeccionada por ele mesmo, a qual realiza um processo de purificação da água misturada ao óleo lubrificante, tecnologia aprendida segundo ele, em encontro realizado pela Petrobras, há alguns anos atrás. Medidas essas contribuiriam substancialmente para a redução do impacto descrito neste trabalho na cidade de Barreiras.
Palavras-chave: Meio ambiente, Rerrefino, Sustentabilidade.