65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia
PROSPECÇÃO DE FENÓLICOS E DETERMINAÇÃO DE ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM EXTRATOS DE Oricthantus sp E Pthirusa sp, ESPÉCIES DE LORANTHACEAE PARASITAS DE Theobroma grandiflorum (Wildenow exp Sprengel) Schum (cupuaçuzeiro) e de Inga edulis Mart. (ingazeiro) NO SISTEMA β - CAROTENO/ÁCIDO LINOLEÍCO
Luiz de Camões Barbosa Castro - Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia – UFAM
Emmanuelle Moraes Ribeiro - Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia – UFAM
Emerson Silva Lima - Faculdade de Ciências Farmacêuticas - UFAM
Arleilson de Sousa Lima - Faculdade de Ciências Farmacêuticas - UFAM
Renata Takeara - Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia – UFAM
Anderson Cavalcante Guimarães - Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia – UFAM
INTRODUÇÃO:
A família Loranthaceae é constituída de 70 gêneros e 950 espécies que ocorrem principalmente nas regiões tropicais e são popularmente conhecidas como “erva-de-passarinho” (GENTRY, 1993; HEYWOOD, 1993; RIBEIRO et. al., 1999). As espécies das zonas temperadas causam pouco ou nenhum dano aos hospedeiros, ao contrário do que ocorre nos trópicos (NORTON & CARPENTER, 1998 apud CONCEICÃO et al., 2010). Essas plantas daninhas ameaçam o estabelecimento de árvores econômicas, tropicais ou não, como nas coníferas nativas da América do Norte, plantações de Citrus da América Central, e no leste da Índia (HEYWOOD, 1993; RIBEIRO et al., 1999). Estudos químicos realizados com Loranthaceae demonstraram a presença de terpenos, substâncias fenólicas, carboidratos, ácidos graxos, ácidos aminados, alcalóides e proteínas (GUIMARÃES, 2005). O consumo de substâncias antioxidantes em humanos tem sido relacionado com a inibição dos processos de inflamação, câncer e proteção do sistema imunológico (SOUSA, 2007). Diversos produtos têm sido gerados a partir de substâncias antioxidantes, como as isoflavonas de soja, o ácido ascórbico, tocoferol e o β - caroteno, todos utilizados em larga escala pela população como nutracêuticos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a potencialidade dos extratos alcoólicos de folhas de espécies de Loranthaceae para a produção de flavonoides e analisar atividade antioxidante pelo sistema β - caroteno/ácido linoléico dos extratos por ensaio in vitro.
MÉTODOS:
As espécies Pthirusa sp parasita de Inga edulis Mart. (ingazeiro) e Oricthanthus sp, parasita de Theobroma grandiflorum (Wildenow exp Sprengel) Schum (cupuaçuzeiro) da familia Loranthaceae foram coletadas no Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia. As plantas tiveram as suas localizações registradas e receberam códigos de identificação: Pthirusa sp, código LP9001 e Oricthanthus sp, código LOA001. As folhas foram secas em estufa com circulação de ar e trituradas em moinho de facas. O material seco e moído foi submetido à extração em etanol usando aparelho Soxhlet, concentrado em evaporador rotatório e transferido para frascos de vidro devidamente identificados. Para a avaliação da atividade antioxidante, seguiu-se a metodologia do Sistema β – Caroteno/Ácido Linoléico de acordo com MENSOR et al. (1999), com modificações. A determinação do teor de fenóis totais foi realizada seguindo método Folin-Ciocalteu. Os extratos etanólicos foram analisados através de ensaios cromáticos usuais em tubos de ensaio, utilizando-se os reagentes convencionais para detecção de grupos fenólicos específicos, segundo MATOS (1998) e em placas cromatográficas de gel sílica usando-se para isso reagentes reveladores para a identificação de flavonóides.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O extrato de LP9001 apresentou maior concentração de fenólicos que o extrato de LOA001, com teor equivalente de 16,77 e 13,51 mg EAG/g extrato, respectivamente. O extrato de LOA001 apresentou maior teor de flavonóides com 13,51 mg EAG/g extrato. Os resultados da prospecção fitoquímica em tubos sugeriram a presença de leucoantocianidinas, catequinas e flavanonas nos extratos analisados de LP9001 e LOA001. Além de indicativo de taninos flobabênicos em LP9001 e taninos gálicos em LOA001. Os resultados da cromatografia em camada delgada revelaram manchas com cores variando de amarelo ao vermelho intenso nos extratos analisados de LOA001 e LP9001, indicando reação positiva para flavonóides. Foram observadas também duas manchas fluorescentes de cor azul brilhante nos extratos, sugerindo a presença de outras substâncias fenólicas. Na determinação de teor de fenólicos nos extratos de LOA001 e LP9001 a diferença deveu-se a contribuição dos fenólicos presentes em LP9001 (manchas azuis). Já LOA001 apresentou bandas mais numerosas de flavonóides que LP9001 e, portanto, o maior teor de flavonóides. O LP9001 foi o extrato mais efetivo com 14,07% de inibição e LOA001 teve 11,19% de inibição no ensaio de atividade antioxidante.
CONCLUSÕES:
O extrato de LP9001 apresentou reação positiva em tubos, indicando a presença de taninos condensados e o extrato de LOA001 reagiu apresentando precipitado azul que indicou a presença de taninos gálicos, além da presença de substâncias fenólicas e flavonóides nos dois extratos. Os extratos de LOA001 e de LP9001 apresentaram uma reação de cor sugestiva para a presença de flavanonóis. O extrato de LOA001 apresentou reação indicativa para a presença de flavanonas e o extrato de LP9001 mostrou reação característica para a presença de catequinas. Os perfis cromatográficos dos extratos corroboraram com os resultados obtidos para a presença de fenólicos nas reações em tubos de ensaio. Os extratos de LOA001 e LP9001 demonstraram baixa atividade antioxidante no modelo de inibição da oxidação do β-caroteno pelo ácido linoleico. O LP9001 foi o extrato mais efetivo com 14,07% de inibição. A baixa atividade dos extratos em meio lipídico pode estar relacionada à presença de catequinas indicadas na reação em tubos e a presença de flavonóides glicosilados presentes nos extratos. O presente estudo vem colaborar para o conhecimento químico e biológico sobre as plantas da família Loranthaceae da Amazônia.
Palavras-chave: Fenólicos, Loranthaceae, Atividade antioxidante.