65ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre

ESTRUTURA HORIZONTAL EM ÁREAS DE FLORESTAS NA TRANSIÇÃO CERRADO-AMAZÔNIA DE MATO GROSSO, MUNICÍPIO DE CAMPOS DE JÚLIO

Gilmar Alves Lima Júnior - Prof. Mestre/Orientador - Depto. de Ensino - IFRO. Renato Adam Júnior - Natural Consultoria Ambiental e Prest. Serviços em Meio Ambiente Cecilia Maria Vieira Pinheiro da Silva - Natural Consultoria Ambiental e Prest. Serviços em Meio Ambiente Karina de Amarante Cabral - Discente do curso técnico em Florestas do IFRO, Câmpus Ji-Paraná Dayane Cristina Carlos Dias - Discente do curso técnico em Florestas do IFRO, Câmpus Ji-Paraná

INTRODUÇÃO:

A vegetação florestal do médio-norte do estado de Mato Grosso apresenta mata ciliar, cerradão e floresta estacional (um tipo de vegetação transicional) (Ratter et al. 1978; Ratter 1992; Ivanauskas et al. 2002; Kunz et al. 2008). A floresta de transição apresenta padrões de sazonalidade similar à Floresta Amazônica, entretanto, são encontradas variações climáticas que determinam diferenças na composição florística e estrutura do dossel (Vilani et al. 1996). O rápido crescimento do estado de Mato Grosso, baseado na produção agrícola e pecuária, demanda informações científicas sobre as tipologias florestas em áreas de transição Amazônia-Cerrado por órgãos públicos, empresas privadas e pessoas físicas, em geral, produtores e pecuaristas, a respeito da recuperação e utilização de recursos florestais, gerando a necessidade de maiores detalhes as abundância e ocorrência das espécies, da determinação das tipologias e regeneração destas comunidades.

OBJETIVO DO TRABALHO:

O objetivo deste estudo foi avaliar a estrutura fitossociológica do estrato arbóreo em trechos de vegetação no médio-norte de Mato Grosso, apresentando resultados para a discussão referente a determinação das tipologias na região.

MÉTODOS:

A área de estudo está localizada entre os rios Formiga e Juruena, município de Campos de Júlio, Mato Grosso. As coletas foram realizadas entre maior de 2008 (período de seca) e fevereiro de 2009 (período chuvoso). Para os cálculos fitossociológicos foi utilizado método de parcelas múltiplas, com total de 19 parcelas, com tamanho variando entre 200m2 (20 x 10m) e 400m2 (20 x 20m). Foram medidos e identificados todos os indivíduos arbóreos com diâmetro a altura do peito (DAP) maior ou igual a 4,7 cm, medindo o diâmetro e estimando a altura. As unidades amostrais foram distribuídas nos fragmentos de vegetação da propriedade, pré-selecionados pelos pesquisadores, buscando caracterizar todas as fitofisionomias da área.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Foram amostradas três fitofisionomias: Mata ciliar, Floresta Estacional, Cerradão. Para a mata ciliar as espécies com maior importância foram: Protium heptaphyllum com VI equivalente à (84,19%), morfoespécie sp.13 com (25,71%) e Dulacia guianensis com (23,98%). Para a Floresta Estacional foram Protium heptaphyllum com valor de importância (25,78%), Micropholis sp. Com (24,66%) e Talisia sp. com (19,84%). Para a fitofisionomia cerradão as espécies com maior importância foram: Sacoglottis mattogrossensis com (33,34%), indivíduos Mortos (21,65%) e Protium heptaphyllum com (20,76%). Comparando as tabelas fitossociológicas, as espécies P. heptaphyllum e S. mattogrossensis estão entre as cinco com maiores VI para o cerradão e mata ciliar. Quanto às áreas de floresta estacional amostradas, a composição de espécies, estrutura da vegetação assemelham-se a área de transição citadas na literatura e destacou-se a abundância de P. heptaphyllum e predomínio na estrutura da mata ciliar da região uma alta densidade de indivíduos de gêneros amazônicos. O cerradão apresentou estrutura fitossociológica semelhante ao Cerrado descrita como Savana Florestada (cerradão), em áreas de transição Cerrado-Amazônia.

CONCLUSÕES:

As fitofisionomias florestais que predominaram na Bacia do Rio Formiga foram: Mata ciliar, Floresta Estacional Tropical Ecotonal, Cerradão. A composição florística é formada por espécies de Floresta Ombrófila, bioma Amazônia e do bioma Cerrado, variando em densidade e distribuição, além da localização do município, numa área transicional, a proximidade com cursos d’água, qualidade e drenagem do solo podem ser responsáveis pelas características das tipologias florestais amostradas. Apesar de se localizar em uma fronteira agrícola, a vegetação da região amostrada apresenta fragmentos em bom estado de conservação, medidas podem ser determinadas a fim de proteger a diversidade local. Novas coletas devem ser realizadas a fim de aumentar o banco de dados das florestas nativas da região.

Palavras-chave: Fitossociologia, Cerrado, Mata ciliar.