65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
APORTE DE SERRAPILHEIRA EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA NO MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ-RONDÔNIA
Kelly Félix Soares - Aluna do curso Técnico em Florestas do Instituto Federal de Rondônia-IFRO
Luana Gathika Sebirop Rodrigues da Silva Gavião - Aluna do curso Técnico em Florestas do Instituto Federal de Rondônia-IFRO
Ariane Pereira Gatti - Aluna do curso Técnico em Florestas do Instituto Federal de Rondônia-IFRO
Alice Sperandio Porto - Bióloga. Depto. de Ensino do IFRO, Câmpus Ji-Paraná
Gilmar Alves Lima Junior - Biólogo. Depto. de Ensino do IFRO, Câmpus Ji-Paraná
INTRODUÇÃO:
A serrapilheira ou liteira é formada por todo material biológico depositado sobre o solo, sendo composto principalmente por folhas, cascas, ramos, e estruturas reprodutivas. A decomposição deste material e a conseqüente incorporação no solo constituem um dos processos mais importantes na ciclagem dos nutrientes e na manutenção de florestas (White; Dantas; Ribeiro, 2012). Quando depositada sobre o solo das florestas tem papel fundamental na dinâmica desses ecossistemas, fornecendo bases para um manejo adequado e para a avaliação de impactos decorrentes da atividade antrópica (César, 1991). De acordo com Bray; Gorhan (1974), a quantidade de material depositado, em um determinado ecossistema, está relacionada principalmente com as condições climáticas, sendo menor nas regiões frias e maior nas regiões equatoriais quentes e úmidas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o aporte da vegetação florestal no período de um ano, quanto a quantidade e ao comportamento da serrapilheira produzida em diferentes estados de sazonalidade, em uma Floresta Ombrófila secundária no município de Ji-Paraná, município de Rondônia.
MÉTODOS:
Os dados foram coletados no distrito de Nova Londrina, município de Ji-Paraná, em uma pequena propriedade rural, em um trecho de Floresta Ombrófila. A metodologia seguiu Freitas e Almeida (2003), onde as armadilhas suspensas, foram confeccionadas com tubos de PVC, com 1m2. As armadilhas foram confeccionadas utilizando uma tela plástica de 2mm de diâmetro para a armadilha suspensa, costurada ao redor do quadrado, formando uma bolsa de 50cm de profundidade. Os suportes foram feitos com estacas de madeira, com 1m de altura. Foram utilizados 20 suspensos, distribuídos de maneira aleatória em 8 parcelas com 25 x 25m cada. O período de amostra foi de um ano, agosto de 2011 a agosto de 2012. O material depositado foi coletado mensalmente, armazenado em sacos de papel, separado em diferentes frações e secos em estufa a 75ºC, por 48 horas (Konig et al. 2002), e pesado em balança de precisão (0,01g), determinando-se assim a biomassa das amostras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os valores totais das frações apresentam as seguintes composições: 16.804,53 gramas de folhas, 13.540,4 gramas de galhos, 2.026,4 gramas de frutos e sementes, 56 gramas de flores. A maior parte da produção de serrapilheira ocorreu no mês de agosto de 2011, final do período da seca na região. A queda na produção de serrapilheira entre agosto de 2011 e janeiro de 2012 pode ser justificada pelo final do período de inverno, resultado semelhante foi encontrado por outros autores. Houve decréscimo da serrapilheira produzida no período de novembro de 2011 a maio de 2012 para frações de folhas, galhos, frutos e sementes, fator influenciado pela diferença de sazonalidade. O período de intensa produção de serrapilheira foram nos meses de junho, julho e agosto de 2012 coincidindo com a estação da seca na região. A queda na produção de serrapilheira entre agosto de 2011 e janeiro de 2012 pode ser justificada pelo final do período de inverno, conforme citado por (Konig et al. 2002), ou do período seca, como é conhecido no norte do país. Novas coletas da serrapilheira devem ser realizadas para avaliar a produção anual, buscando identificar e discutir a relação da produção com a sazonalidade.
CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos neste trabalho assemelham-se aos padrões encontrado em outros trabalhos realizados no Brasil, onde a deposição de serrapilheira responde significativamente às mudanças no regime pluviométrico da região. Observou-se que as frações de folhas, sementes e frutos correlacionaram significativamente com a chuva, entretanto deu para observar certos padrões, como por exemplo, o da deposição de flores que foi significativamente maior no mês de agosto. Futuros estudos sobre a decomposição da serrapilheira devem ser desenvolvidos para avaliar o fluxo de nutrientes nesse ecossistema.
Palavras-chave: serrapilheira, sazonalidade, floresta secundária.